Em acampamento, militantes protestam contra prisão de ex-presidente
Militantes contrários à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) montaram acampamento ontem em frente à sede da Justiça Federal no Ceará, na Praça Murilo Borges, no Centro. A proposta é manter a mobilização até a próxima terça-feira, 17, integrando os atos que cobrarão a libertação do petista. Na tarde de ontem, uma caminhada marcou o início do acampamento.
Os manifestantes se reuniram na Praça da Bandeira (Clóvis Beviláqua) e seguiram a pé até o local onde as tendas foram armadas. Conforme a organização, 700 pessoas devem permanecer acampadas. Atos políticos, aulas públicas, oficinas e apresentações culturais estão programadas para os seis dias de permanência.
“É uma orientação nacional que em todo o País se faça um movimento grande de diálogo, denúncia e resistência. O fato de estarmos instalando o acampamento é para manifestar solidariedade ao presidente”, afirma o presidente do PT Ceará, Francisco de Assis Diniz. O dirigente disse ontem que sabe que a “jornada será duradoura”.
Além do acampamento, o PT Ceará organiza ainda grupos de militantes para percorrer diariamente bairros de Fortaleza com panfletagem e atos contra o encarceramento de Lula. Serão cinco brigadas com 30 militantes cada para percorrer espaços da Cidade.
O partido mantém ainda os 682 comitês populares organizados em todo o Estado, que agora passam a se chamar comitês Lula Livre. “Os comitês têm o papel político que é ampliar o raio de atuação da nossa militância que não pode ficar restringida à caminhada”, explica De Assis.
Integrante da coordenação da Frente Brasil Popular, Ticiana Studart afirma ainda que as mobilizações têm o objetivo de unir setores da esquerda. O grupo foi responsável por organizar a caminhada de ontem. “O Lula é um preso politico e, por esse motivo, estamos construindo essa manifestação”, disse.
Durante ato, estiveram presentes representantes de movimentos sociais e de partidos políticos como o Psol, PCdoB e a juventude do PDT. A direção do PDT não compareceu.
O representante comercial Nabor Vasconcelos, 53, acompanhou os atos no primeiro dia do acampamento. Pró-Lula, ele era acostumado a acompanhar os atos pela internet, mas dessa vez achou por bem comparecer à manifestação. “O momento pede que a gente se doe mais, faça a nossa parte”, disse.
Rômulo Costa