Psol pede cassação de Alberto Fraga por postagens sobre Marielle
Sigla denuncia quebra de decoro do parlamentar, por divulgação de informações falsas sobre vereadora assassinadaO Psol protocolou na tarde de ontem, uma representação no Conselho de Ética da Câmara Federal contra o deputado Alberto Fraga (DEM-DF) onde pede a cassação do mandato por abuso de prerrogativas asseguradas aos membros do Congresso Nacional. O partido acusa o parlamentar de quebra de decoro por ter divulgado informações falsas sobre a vereadora Marielle Franco (Psol-RJ), executada na semana passada na capital fluminense.
Na última sexta-feira, 16, Fraga publicou no Twitter comentário onde apontou suposta relação entre Marielle e uma organização criminosa. “Conheçam o novo mito da esquerda, Marielle Franco. Engravidou aos 16 anos, ex-esposa de Marcinho VP, usuária de maconha, defensora da facção rival e eleita pelo Comando Vermelho, exonerou recentemente seis funcionários, mas quem a matou foi a PM”, escreveu.
A postagem foi removida de seu perfil no domingo, 18, após protestos dos internautas. “Apagar a postagem não apaga o mal feito”, comentou o deputado Chico Alencar (Psol-RJ).
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AssineO presidente do Conselho, deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), informou à bancada do Psol que se a Secretaria Geral da Mesa liberar a representação até a próxima segunda, 26, será possível instaurar o processo no dia seguinte. “O que posso garantir é a celeridade no processo”, disse o deputado, reconhecendo a gravidade da situação denunciada.
Também ontem, o papa Francisco telefonou para a mãe de Marielle Franco, segundo afirmou no Twitter a Fundación Alameda, liderada pelo amigo pessoal do pontífice Gustavo Vera. A Fundação detalhou que em um primeiro momento a filha de Marielle escreveu uma “afetuosa carta” a Francisco, que chegou ao pontífice através do argentino Gustavo Vera.
Posteriormente, o papa tentou entrar em contato com Luyara Santos, filha de Marielle, mas finalmente falou com a mãe da vereadora através de uma ligação telefônica, na qual comunicou seu afeto e solidariedade.
A quarta-feira também contou com homenagens à Marielle Franco. Grupos culturais e movimentos sociais de luta antirracista marcharam ontem nas ruas do centro do Rio para marcar o Dia Internacional contra a Discriminação Racial. Saindo do Cais do Valongo, os participantes passaram por diversos pontos da cidade que se relacionam com a história da população negra.
Ao longo do trajeto, houve declamações de poemas, performances e variadas homenagens, uma delas à Marielle, que se destacava pela luta contra o racismo.
Com agências
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