O presidente do Congresso, Eunício Oliveira (PMDB), questiona a criação do Ministério Extraordinário da Segurança Pública, que deve ser oficializado pelo Planalto na próxima segunda-feira, 26. O senador emedebista defende que o Governo Federal faça a integração das inteligências das forças de Segurança, mas que, para esse objetivo, não é necessária a criação da pasta.

 

 “Não estou criticando nem estou contra a criação do Ministério da Segurança, mas se ele não tiver o papel de fazer a integração das inteligências da Polícia Federal, da Abin, do Exército... Se não tiver esse papel (de integrar as inteligências) não precisa ter o ministério”, disse. “Agora, se tiver esse papel integrado, eu não sei se precisa de uma coordenação específica”, argumenta.

 

Para o senador, a integração pode ser feita sem a criação do ministério. A pasta começou a ser articulada pelo Planalto, após a intervenção federal no Rio de Janeiro, como uma das estratégias do presidente Michel Temer (MDB) de pôr em evidência as ações de segurança pública. O presidente, baseado em pesquisas encomendadas pelo MDB, busca melhorar sua popularidade com as ações contra o crime com vistas às próximas eleições.

 

Desde a liberação da intervenção federal no Rio, Temer e Eunício tem divergido publicamente. Foi depois da declaração de Eunício de que o Planalto não poderia suspender a intervenção federal para votar a reforma da Previdência, que a matéria foi abortada pelo Governo Federal. A proposta de encaminhar pacote com 15 medidas econômicas ao Congresso também provocou reação do cearense.

 

Eunício discordou da imposição das medidas e disse que o Senado não é um “puxadinho” do Governo. As eleições estariam por trás das divergências. Isso porque Eunício pretende se associar a Lula para arregimentar os votos necessários para sua reeleição ao Senado. O emedebista estaria cada vez mais interessado em se distanciar da imagem do presidente Michel Temer.

Rômulo Costa