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O futuro incerto do PT e de Lula

2018-01-25 00:30:00

Restam poucas saídas ao PT a partir de agora, depois do resultado acachapante no TRF-4 ontem durante julgamento de recurso apresentado pela defesa de Lula. Primeiro, encontrar rapidamente um substituto para o ex-presidente, alvejado pela decisão unânime do colegiado em segunda instância. Ou insistir com o petista e encarar uma via-crúcis de recursos que, em conjunto, não poderão reformar o acórdão do tribunal da Lava Jato, mas apenas adiar o sofrimento. A sigla, então, tem de fazer uma escolha: caminhar com Lula até setembro — quando o TSE pode indeferir uma eventual candidatura — e nisso correr o risco de afundar-se eleitoralmente, comprometendo o tamanho da bancada federal do partido. Ou aposentar o discurso de que “eleição sem Lula é fraude”, cuja vida útil tende a perder efeito depois do revés na apelação. Para tanto, basta que a legenda repita o que o próprio Lula fez com a retórica do “golpe”, manejada à exaustão após o impeachment de Dilma Rousseff, mas convenientemente deixada de lado pelo petista quando precisou costurar alianças para a corrida eleitoral com governadores e prefeitos, muitos dos quais do próprio MDB, partido de Michel Temer. Nos dois casos, o futuro do PT e de Lula, atrelados ou não, é incerto. As eleições presidenciais, entretanto, começam a ganhar uma cara nova. Se isso é melhor ou pior para o Brasil, só o tempo dirá.


HENRIQUE ARAÚJO

henriquearaujo@opovo.com.br

Gabrielle Zaranza

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