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Em Fortaleza, ato a favor de Lula lota praça; manifestação contra é esvaziada

2018-01-25 00:30:00
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Durante o julgamento do ex-presidente Lula, no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, atos a favor e contra o ex-presidente aconteciam em várias cidades do País. Em Fortaleza, militantes de movimentos sociais, centrais sindicais e petistas se reuniram na praça General Murilo Borges, em frente ao prédio da Justiça Federal no Ceará, no Centro. 

[SAIBAMAIS]
A manifestação “Tô com Lula, em defesa da democracia e a favor do direito de Lula ser candidato” começou às 8 horas com um ato ecumênico e seguiu com falas de representantes dos movimentos e apresentações culturais até as 15 horas, quando os apoiadores seguiram em direção à Praça do Ferreira. 

 

Apesar da manhã com chuvas na capital cearense, a organização do evento estimou um público entre 2,5 mil e 3 mil pessoas.

“Eu estou aqui porque estão rompendo o processo democrático que estava em curso no País. Este processo judicial está cometendo uma injustiça com o Lula”, defendeu o professor Leonardo Sampaio. Integrante do Escritório de Direitos Humanos e Assessoria Jurídica popular Frei Tito de Alencar, ele considera que esse é mais um passo do “golpe” que a direita estaria executando no País. Ele cita ainda que as manifestações representam uma “resistência do povo brasileiro para retomar a democracia no País”.

Na praça, o presidente do Diretório Estadual do PT, Francisco de Assis Diniz, afirmou que o partido não tem ainda uma estratégia traçada após confirmada a condenação no TRF-4. “Não temos plano A, B ou C. Só temos um único plano que é conferir a candidatura do Lula. Estaremos em reunião amanhã (hoje) em São Paulo com governadores, senadores e presidentes de diretórios estaduais para decidir o que fazer ”, disse.
 

À noite, poucas dezenas de manifestantes anti-Lula ocuparam a Praça Portugal, na Aldeota. Integrantes dos movimentos Brasil Livre (MBL) e Endireita Fortaleza fincaram bandeiras e aproveitaram o momento para vender camisas dos respectivos grupos e também do pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro.
 

Quem não vestia as camisas dos movimentos estava de verde e amarelo, segurando bandeiras do Brasil ou bonecos de Lula vestido de presidiário.
Alguns veículos que passavam buzinavam e eram recepcionados pelos grupos com o som de apitos e fogos de artifício. Os gritos eram de “Lula na cadeia”. 

 

Quem contornava a praça e criticava o ato ouvia uma vaia em coro.
  

Alguns manifestantes queimaram a bandeira do Partido dos Trabalhadores (PT). Tentaram com um isqueiro, conseguiram álcool e, por último, acenderam a chama com papel. Foram aproximadamente 20 minutos tentando atear fogo na bandeira. Reclamavam que o material não queimava. A ação era acompanhada e aplaudida pelos simpatizantes e integrantes do movimento. 


Edilson Machado, do movimento Endireita Brasil, era um dos que comemoravam a condenação em Fortaleza. “Estávamos apostando nesse placar. De acordo com os juristas, ia ser por aí mesmo. Nós não estamos pedindo somente a prisão do Lula. Infelizmente tem muito bandido que está acobertado com foro privilegiado. Não temos bandido de estimação. Quem é bandido o lugar é na cadeia”, 

 

 

TRECHOS DO DISCURSO DE LULA


“Depois da decisão do tribunal, as pessoas vêm me cumprimentar como se eu estivesse sofrendo. Primeiro, eu nunca tive nenhuma ilusão com a decisão do tribunal” 


“Eu respeito a decisão. O que eu não aceito é a mentira com a qual eles tomaram a decisão, eles sabem que é mentira. Eu quero que eles mostrem que crime eu cometi” 

 

“Eu tô condenado por um desgraçado de um apartamento que não é meu. Se me condenaram, que me deem o apartamento que justifica a condenação. Eu já até falei pro Boulos mandar o pessoal dele ocupar o apartamento. Já que é meu, ocupem!”
 

“Eles se preparem que nós vamos voltar, não a governar esse País, mas a cuidar do povo brasileiro com o respeito que ele merece. As mulheres, índios, negros, LGBTs…”  

 

Gabrielle Zaranza

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