O presidente do Tribunal de Contas dos Municípios do Ceará (TCM), Domingos Filho, disse que o governador Camilo Santana (PT) foi hipócrita em entrevista às Páginas Azuis do O POVO quando disse que membros de tribunais de contas não podem ter vinculações com mandatos ou disputas eleitorais.

O conselheiro lembrou que vários nomes do Tribunal de Contas do Estado (TCE) têm histórico de carreira política. “Camilo falou que o presidente do TCE é um presidente técnico. É verdade. Mas esqueceu de dizer que lá tem quatro ex-deputados: Patrícia Saboya, Valdomiro Távora, Alexandre (Figueiredo) e ainda que não saiu o ex-deputado Teodorico Menezes”, diz.

Segundo ele, Edilberto Pontes, presidente do TCE, foi indicação política para a presidência feita pelo ex-governador Cid Gomes (PDT), em “escolha legítima”. “O que não posso aceitar é a hipocrisia de querer se colocar como se os que vêm representados dos outros poderes não tivessem a mesma legitimidade dos demais.

 

Todos são iguais e todos foram escolhidos pelos poderes. Sem nenhuma seleção”, critica.

Edilberto Pontes diz que os critérios de escolha são estabelecidos pela Constituição e que vedam expressamente qualquer envolvimento político e partidário dos conselheiros das cortes de contas. “O Ministério Público e a sociedade devem atuar firmemente contra isso porque é frontalmente contra a Constituição”, argumenta.

A assessoria de Camilo disse que o governador não se pronunciaria. (Daniel Duarte)