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Temer 'fatia' cargos para obter apoio

2017-01-23 01:30:00
A exemplo do que ocorria em governos anteriores, desde que assumiu, há oito meses, o presidente Michel Temer tem distribuído cargos na administração pública para agradar a seus aliados e garantir apoio em votações no Congresso. Sua estratégia, no entanto, tem sido a de dividir funções de uma mesma pasta ou órgão para diferentes padrinhos, restringindo as indicações.

O modelo é o chamado “porteira aberta”, quando a indicação vale apenas para o cargo específico e não inclui subordinados, por exemplo. Difere do chamado “porteira fechada”, modelo mais comum na gestão do ex-presidente FHC, quando se permitia que apadrinhados dos partidos da base ocupassem todos os cargos de livre nomeação de uma determinada pasta. Nas gestões de Lula e na de Dilma, a divisão dos cargos era semelhante ao que ocorre hoje.


A reportagem mapeou os cerca de 150 principais cargos das 24 pastas e secretarias com status de ministério e encontrou diversos exemplos dessa divisão, como no Ministério da Educação


O titular da pasta é do DEM - o deputado licenciado Mendonça Filho (PE) - e outros integrantes são historicamente ligados ao PSDB, como a secretária executiva, Maria Helena Guimarães de Castro, e a presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Maria Inês Fini.


“Para as políticas públicas andarem, é preciso, além de competência e qualificação técnica, ter uma equipe com respaldo político”, disse o ministro.


Outro caso é o Ministério da Saúde, em que o também deputado licenciado Ricardo Barros, indicado do PP, divide a cúpula e órgãos auxiliares entre apadrinhados do seu partido e do PMDB. (AE)

Adriano Nogueira

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