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"Quando se é mulher, existe preconceito"

2017-01-24 01:30:00
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Daniel Duarte

ESPECIAL PARA O POVO

danielduarte@opovo.com.br


Marília Freire (PRP), 50, é a “Marília do Posto”. Nada em referência ao trabalho de frentista, gerente, supervisor ou recepcionista de posto de combustível: o “posto” é de “saúde”.


“Sou agente de saúde. Aí o pessoal da comunidade dizia: ‘Vamos ver a Marília do posto; ela é a cara do povo’”, explica a vereadora, que é agente de saúde. Eleita no pleito de 2016, em sua segunda campanha, a vereadora começou a trajetória política em 2008 “devido ao trabalho social” que faz em seu bairro, na Itaoca.


“O agente de saúde é tudo: além de ser o elo e conhecer toda a comunidade e seu perfil, ele é um assistente social. Ele detecta o problema, acompanha e leva até a unidade”, conta.


Dessa experiência “vieram muitos convites” para lançar Marília como candidata. Após filiação ao PRTB e derrota em 2012 na campanha para vereadora, ela diz que deixou os planos de se candidatar e voltou, em 2016, a pedidos de sua comunidade. “Fui eleita pelo povo porque vestiram a camisa e queriam representante que é a cara deles. E acho que sou esse representante”, alega.

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E, se depender dela, deve ter carreira longa na política. “Como uma grande política. Vou continuar. Eu pretendo ir adiante, em outros cargos.”


Confira a entrevista da série do O POVO que apresenta os novos vereadores da Câmara Municipal de Fortaleza.


O POVO - Que pautas a senhora traz à Câmara?

Marília do Posto - Temos o projeto da casa do idoso. É um local onde teria acompanhamento direto do idoso, do lazer. Já estamos, inclusive, trabalhando com o cadastro deles, pra ver a necessidade de cada um. Pretendo inserir, com projetos, os jovens no mercado de trabalho. Como moro na periferia, os jovens não têm… eles ficam muito soltos. Vão pra escola, terminam o ensino médio e não têm um curso. A gente está com um projeto de formá-los, em parceria com outros órgãos, pra encaminhar e preparar os jovens pro mercado de trabalho.

 

OP - Qual a avaliação que a senhora faz da saúde pública de Fortaleza?

Marília do Posto - A saúde pública é muito vulnerável. Você não pode fazer 100%. Como agente de saúde, não posso dizer que houve 100%, mas muita coisa melhorou. Melhoraram muito os postos de saúde com a reforma atual; os médicos; o plantão de urgência e emergência.

OP - Mas quais são os maiores problemas?

Marília do Posto - Ninguém faz 100%. A própria população, muitas vezes, não sabe como funciona a saúde pública. Muitas vezes o paciente chega na unidade, acha que é uma urgência e não é. Só que ele tem que voltar, ser avaliado, passar pela enfermeira, por todo o processo, pelo médico e, quando retorna, aí é atendido. Mas ele precisa marcar consulta na equipe do PSF. Todo mundo quer ser atendido logo. Teve avanços, mas não é dizer que “está ótimo”. Tem que melhorar muito, mas acho que o Roberto Cláudio vai melhorar. Acho que o IJF-2 vai ser muito bom. Vai desafogar muitos hospitais.

OP - A senhora se vê seguindo carreira política?

Marília do Posto - Sim, como uma grande política. Posso e vou continuar. Eu pretendo ir adiante, em outros cargos, mas vou cumprir meu mandato. Vai depender de Deus, que está no controle de todas as coisas, mostrando meu trabalho, porque vim até a Câmara, e lutar pelo povo.

 

OP - Como vereadora nova, quais os maiores desafios a senhora espera?

Marília do Posto - Um dos grandes desafios vai ser mostrar, pra alguns colegas, meu potencial. Quando você vem assim, de uma periferia, que você é uma pessoa humilde, do povo, muitas vezes questionam, que não sabe nada. Quero mostrar por que estou aqui e meu potencial. Por ser mulher também. Quando se é mulher, mesmo com espaço e avanço, ainda existe um preconceito.

 

SERVIÇO

 

Saiba como entrar em contato com a vereadora Marília do Posto (PRP)


Internet: fb.com/mariliadoposto

Gabinete nº 8 (Rua Dr. Thompson Bulcão, 830)

Telefone: 3444 8445


Saiba mais


Entrevista com o vereador Julierme Sena (PR), inspetor da Polícia Civil e representante da categoria dos agentes de segurança

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