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"É a oposição mais fraca que já vi", diz vereador Idalmir Feitosa

2017-01-23 01:30:00
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Daniel Duarte

ESPECIAL PARA O POVO

danielduartel@opovo.com.br

 

Idalmir Feitosa (PR) provou-se político. Tanto a si mesmo, reconhecendo lugar próprio na Câmara Municipal, quanto ao tempo, com cinco mandatos de vereador. Nos 20 anos de edil – entre seus 76 de idade -, Idalmir não se vê fora da política municipal. “Eu posso te dizer que a atividade parlamentar de vereador me anima muito pela convivência comunitária. Gosto de andar nas comunidades, ir ao Sindiônibus, por exemplo; dar palestras a associações, conversar com o povo. Isso me anima muito. Meu lugar é a tribuna”, conta, revelando que “o voto” é difícil e onde tem “maior penetração” para consegui-los“é na cidade de Fortaleza”.


Filiou-se ao PFL ainda em 89, “logo depois da Constituinte”, e lá permaneceu até ser “sócio-fundador” do PSDB no Ceará. De lá, saiu para o DEM por se sentir colocado de lado pelo PSDB. “Há uns quatro anos atrás, quando ia se renovar o diretório municipal, eu era o candidato natural pra dirigí-lo. Aí o Luiz Pontes (PSDB), que comanda a mando do Tasso, fez uma jogada pra tomar o lugar. Eu me senti hostilizado”, relata, quando, logo depois, deixou o PSDB para integrar o DEM e, em seguida, o PR. “Roberto Pessoa me chamou para o PR. Hoje eu estou lá, mas o meu de ideologia é o PSDB. Mas não posso estar lá porque não aceitam”.


Até 2008, quando não foi reeleito, o advogado por formação protagonizou projetos importantes e polêmicas na Cidade. É de sua autoria a fixação da data de fundação de Fortaleza no dia 13 de abril. Prosseguiu com a vida política e foi eleito no pleito de 2016. Afirma que, por sua história, não é “vereador lagartixa” e não faz clientelismo. “O Dr. Juraci foi meu dermatologista e eu o criticava publicamente, quando prefeito”, diz. E avisa que a oposição, para este mandato, “é a mais fraca” que já viu em toda sua “vida política”.


Confira a entrevista da série do O POVO que apresenta os novos vereadores da Câmara Municipal.

 

OPOVO - O senhor tem cinco mandatos, 20 anos de cadeira legislativa em Fortaleza. Traz pautas novas?

Idalmir Feitosa - Hoje tive a felicidade de dar entrada no meu primeiro projeto de lei, que é a criação do hospital público para diabetes. Eu acho uma doença que na realidade aflige a muita gente porque é silenciosa. Quando as pessoas identificam, já estão numa situação de insulina lá embaixo. Penso que precisamos ter um hospital especializado na área publica pra isso. Estou elaborando outro projeto para o combate aos pichadores de Fortaleza. Acho realmente ridícula a situação de Fortaleza. Patrimônios públicos e privados. Você pinta sua casa, bem direitinho, aí o camarada chega lá e picha sua casa. Acho uma barbaridade. Um crime grande. Fora a questão das drogas. É um câncer que precisa de um olhar muito cuidadoso porque senão vamos conviver com zumbis se não atuarmos logo, no município, no poder público e com a ajuda da sociedade. Hoje todo mundo tem usuário ou na própria família ou no vizinho, o que mexe com toda uma estrutura. O usuário de drogas mexe com pai, mãe, tio, os vizinhos, a comunidade toda. É um doente, e

não um marginal.


OP – O que o senhor destacaria como contribuições mais importantes, em todos esses anos?

Idalmir Feitosa – As pessoas não valorizam, mas o projeto de lei que fiz que mais me orgulho de ter feito foi a criação das lavanderias comunitárias, no meu segundo mandato. Pra mim, foi um projeto de humanismo profundo. Valorizei a mão de obra da lavadeira e dei uma extensão social de credibilidade a elas. As pessoas nunca deram valor a esse projeto de lei, mas foi o que mais fiz com sentimento de alma, com a certeza de servir. Aristóteles diz que “felicidade” é o momento de saber servir. E eu fiz isso com felicidade raríssima, e ainda hoje me ufano disso. Mas não vejo os governantes valorizar a criação das lavanderias comunitárias. Você pega um grupo de pessoas, mesmo concentrando bairros, se criassem lavanderias comunitárias e credenciasse, seria profundamente edificante. Tem a criação do restaurante popular também, a determinação das carteiras escolares para canhotos.

 

OP - O senhor disse que não é “vereador lagartixa”. Existe muito hoje, em 2017, em Fortaleza? E na oposição?

Idalmir Feitosa - Demais. Olha como é a oposição, atualmente. Você tem o Plácido, único do PSDB eleito. Aí tem quatro do PR, que elegem esse cidadão pra ser o líder da oposição. Que líder de oposição é esse onde os dois do Solidariedade, do PT, não querem saber dele? O Márcio (Martins) teve uma decepção porque já disseram que não têm compromisso com a oposição. Esses daí eu não considero “lagartixa” – Guilherme Sampaio (PT), Acrísio Sena e os quatro do PR. Mas tem muitos.

 

OP – É a oposição mais frágil que o senhor já viu, em cinco mandatos?

Idalmir Feitosa – A mais fraca das oposições que já vi em toda minha vida politica é essa, agora. Ela não tem uma representatividade ideológica e partidária de agregação. Cada qual se debanda para um lado, ao ponto de os dois do PT terem divergências. Um tá bandeado pra base, outro na oposição.

 

OP – E como fica a vida do prefeito, com oposição assim? Mais fácil? Sem rédeas?

Idalmir Feitosa – Às vezes as pessoas pensam que oposição... Por exemplo, me considero opositor do prefeito porque votei no Capitão Wagner (PR). E digo a você, com toda a sinceridade: tenho convicção inabalável de que minha palavra de oposição será altamente construtiva e benéfica para o prefeito Roberto Cláudio, porque não serei subserviente. Quando ele quis alterar o IPTU, disse pra não fazer isso porque não obedece o direito tributário. Ainda ontem discutíamos isso, na reunião (se vai ficar sem rédeas) do PR. O governo fica nadando num rio sem correnteza. Tem, na realidade, uma base grande. As pessoas de oposição mesmo são essas poucas que citei – fora os do Solidariedade que não se consideram oposição.

Os outros todos são do lado do prefeito.

 

Serviço

 

Como entrar em contato com Idalmir Feitosa (PR)

Internet: fb.com/vereadoridalmirfeitosa

Telefone: (85) 3444-8362

Gabinete: nº 10

Adriano Nogueira

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