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VERSÃO IMPRESSA

Lula aponta a grande conspiração

2018-03-04 00:00:00


A esclarecedora entrevista do ex-presidente Lula à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, foi um petardo contra os articuladores da grande conspiração que resultou no golpe de 2016 - a deposição da presidente legítima Dilma Rousseff - a tentativa de impedir a própria candidatura Lula – líder absoluta das pesquisas eleitorais – bem como do plano de erradicar o PT e toda a esquerda da cena política brasileira. Tudo para impedir o protagonismo internacional do Brasil e submetê-lo a Washington e ao capital financeiro. Lula explica item por item o longo braço da conspiração e aponta o papel decisivo de certos segmentos da elite e da Operação Lava Jato para a consecução desse objetivo: “(...) agora mesmo o Moro está lá [no exterior] para receber um prêmio dessa Câmara de Comércio Brasil-EUA [por seus serviços]. Ele foi lá para ficar 14 dias.

Eu já recebi prêmios. Você vai num dia e volta no mesmo dia”.

FAZENDO ÁGUA

 

Aliás, a semana não foi boa para o pessoal da Lava Jato, em vista da pressão da defesa de Lula para que o advogado Tacla Duran seja ouvido. Trata-se de um ex-assessor importante da Odebrecht, que se refugiara na Espanha depois de denunciar um suposto esquema fraudulento envolvendo operadores da própria Lava Jato. Há tempos, o pedido de extradição feito pela Justiça de Curitiba foi negado pela Espanha, pelo fato de o investigado ter cidadania espanhola. A defesa do ex-presidente Lula tentara por várias vezes ouvir o advogado sobre suas denúncias de que os sistemas de arquivos Drousys e Mywebday, da Odebrecht, tinham sido fraudados pela empresa antes de entregá-los às autoridades (agora comprovado por perícia da Polícia Federal).

ARQUIVO

 

No arquivo Mywebday haveria dados que não só poderiam inocentar Lula, mas, revelariam manipulações para se conseguir condenações seletivas. Impedida de ter acesso aos sistemas (a alegação do pessoal de Curitiba foi a de que a chave do código havia sido perdida) a defesa de Lula pediu quatro vezes ao juiz Sérgio Moro para Tacla Duran ser ouvido, mas o magistrado alegou não ter o endereço do acusado. Tacla provou que a Lava Jato sabia de seu endereço. Descobriu-se, recentemente, que procuradores da operação haviam marcado, sigilosamente, com as autoridades espanhola uma audiência para ouvi-lo. O acusado compareceu, na data marcada, mas os representantes brasileiros lá não apareceram.

 

A cópia do documento que comprova isso foi publicada pelo site: https://duploexpresso.com - gerenciado por brasileiros residentes na Europa, a partir da Suécia e Suíça.

 

VIDEOCONFERÊNCIA

 

No dia 12 de dezembro passado a defesa de Lula conseguiu realizar uma videoconferência com Tacla Duran, durante à qual ele reiterou essa versão. E se manifestou disposto a ser testemunha em processo no qual o ex-presidente Lula é acusado de receber vantagens indevidas da Odebrecht. A vídeo conferência pode ser vista neste endereço: https://bit.do/d8xUn. A defesa acaba mais uma vez de recorrer à Justiça para Duran ser ouvido. O motivo de tanta resistência a seu depoimento seria supostamente o temor de que suas revelações possam implodir a Lava Jato e anular toda a operação.

COLÔNIA

 

Na entrevista à Folha, Lula diz ter chegado a uma conclusão: “Hoje eu estou convencido de que os americanos estão por trás de tudo o que está acontecendo na Petrobras” – disse Lula. “Porque interessa para eles o fim da lei que regula o petróleo, o fim da lei que regula a partilha. O Brasil descobriu a maior reserva de petróleo do mundo do século 21. E não se sabe se tem outra (...) virou protagonista demais”. Aliás, Pedro Parente (presidente da Petrobrás) acaba de entregar R$ 10 bilhões como “ressarcimento” aos acionistas americanos. Uma sabujice colonial vergonhosa: bastou Washington estalar os dedos. De fato, é inaceitável para a elite financeira e entreguista a volta de Lula ao poder. A íntegra da entrevista pode ser vista aqui: https://bit.do/d8zLJ

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