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Lula ressurge mais forte

2017-02-18 17:00:00

A última pesquisa CNT/MDA, divulgada na quarta-feira 15, coloca Lula como o nome mais forte para as eleições presidenciais de 2018. Sua liderança nos seis cenários desenhados pela pesquisa, no primeiro e segundo turnos não deixa dúvidas. Quando os candidatos são nominados, o ex-presidente fica em primeiro lugar com 30,5%. No voto espontâneo, lidera com 16,6%. O resultado deixou o establishment apavorado. O candidato mais próximo, Jair Bolsonaro, está muito distante dele, com 11,3% (tecnicamente empatado com Marina, 11,8%), e, na espontânea, com 6,5%. Ademais, Bolsonaro é um nome da extrema direita troglodita, sem nenhuma experiência administrativa e que, provavelmente, iria afundar ainda mais o Brasil, seja economicamente, pois seu modelo de economia, pelo que se prenuncia, não se diferenciaria do mesmo neoliberalismo que desgraça o Brasil atualmente; e o seu modelo político teria tudo para atirar o País na convulsão social e na ditadura (da qual ele é defensor).


PERSEGUIÇÃO

As pessoas que apoiaram o impeachment fajuto estão descobrindo que caíram num logro. Anseiam pela volta dos tempos felizes de crescimento de renda e emprego. Convencem-se, cada vez mais, de que o único nome capaz de tirar o País do buraco e fazê-lo progredir novamente é Lula. O proponente presidencial mais próximo do programa do ex-presidente é Ciro Gomes - que já lançou candidatura pelo PDT, esta semana. Ele também é contrário ao modelo recessivo e antinacional implantado pelo golpe. O que se espera, daqui para frente, é o encarniçamento da campanha de perseguição a Lula, procurando condená-lo, mesmo sem provas convincentes. É a forma de impedir uma candidatura imbatível.


PRERROGATIVA

O modo de tratar o PT e os partidos que lhe são adversários é bem diferenciado. O último exemplo foi a nomeação de Moreira Franco para um ministério criado especificamente para ele. Mesmo sendo citado 34 vezes em delações premiadas, e logo após estas serem homologadas pelo STF. O ministro Celso de Melo não viu na nomeação uma artimanha para obstruir a Justiça, como fizera seu colega Gilmar Mendes em relação à nomeação de Lula para a Casa Civil, no ano passado, que foi suspensa pelo magistrado. Pela Constituição, a Justiça não deveria se intrometer nessa questão, pois o direito de nomear ou demitir um ministro é prerrogativa exclusiva do presidente da República.

DISCREPÂNCIA

A Justiça teria começado a tomar um caminho controverso, já bem antes, quando tratou diferentemente os “mensalões” do PT e do PSDB. A lógica seria que o mensalão dos tucanos fosse julgado primeiro, pois foi a matriz das alegadas irregularidades. Mas, preferiram apontar para os petistas, através de um julgamento muito criticado por não seguir os padrões usuais do Estado democrático de direito. As críticas ao julgamento foram expressas por respeitáveis juristas nacionais e estrangeiros. Enquanto os tucanos ficaram praticamente impunes e tiveram direito ao desmembramento dos processos petistas ficaram concentrado no STF, sem direito a recorrer a uma segunda instância. Essa diferença de tratamento vem sendo assim, quase sempre. E foi elevada ao grau máximo pela Operação Lava Jato, segundo críticos qualificados. Ora, o povo já percebeu essa discrepância, e isso se reflete no apoio crescente a Lula, visto como injustiçado.

SIMULACRO

Vai ficando nítida a hipocrisia dos segmentos que bancaram o golpe em nome do combate à corrupção. Basta ver o número de deputados e senadores, da atual base do governo, encrencados. O mesmo se diga de lideranças patronais patrocinadoras do pato amarelo. O motivo real do golpe veio de fora: mudar o modelo econômico nacional, inclusivo e soberano que incomodava a Casa Branca e Wall Street e voltar ao neoliberalismo da era FHC, de subordinação ao capital financeiro. Sobretudo ao rentismo, e de entrega do patrimônio nacional (sobretudo Petrobras e pré-sal) aos interesses estrangeiros. Conseguiram, a partir do desmonte da indústria naval nacional e da cadeia de gás e petróleo. Para isso era preciso destruir o PT e suas lideranças, aproveitando-se de equívocos políticos e de derrapagens éticas cometidas por alguns de seus membros e descobertas pelos serviços de espionagem americanos.

 

INCOMPETÊNCIA

O plano exigia apoio interno e este foi dado por forças da base do governo Dilma, interessadas em barrar a investigação da Lava Jato, que, por sua vez, deixou-se envolver pela disputa política e cooperou, inadvertidamente, para o sucesso da articulação estrangeira, ao desmontar a estrutura produtiva estratégica do País, em nome do combate à corrupção, quando poderia ter punido empresários e empresas, sem destruir estas e afundar a economia. O dinheiro devolvido aos cofres públicos é uma quantidade ínfima, se comparada ao que o Brasil perdeu com a ação atabalhoada e incompetente da Lava Jato. Só Lula ou Ciro, segundo muitos, seriam capazes de reverter esse quadro desolador de destruição nacional.

 

Adriano Nogueira

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