O café como grife
PUBLICIDADE

VERSÃO IMPRESSA

O café como grife

2018-08-24 01:30:00
NULL
NULL
[FOTO1]

Pesquisas estimam que o crescimento do consumo de café em cápsula gira em torno de 9% ao ano. Esta alta é fomentada por vários detalhes, dentre eles o aumento da oferta das máquinas, a acessibilidade a esses equipamentos que podem ser encontrados em farmácias, supermercados e lojas de departamento. O crescimento está associado, principalmente, à oferta e à ligação do café como marca de valor. Beber café virou sinônimo de elegância, frequentar cafeterias é comportamento requintado, para além de prático. E se paramentar de máquinas acessórios e grãos diferenciados virou parâmetro de estilo, assim como beber bons vinhos, dirigir bons carros e usar roupas de grife.

 

Puxados pelo hábito crescente sobe também o consumo de café em pó e de café em grão com taxas de 3,3 e 4,3%, respectivamente. O consumo de café em grão simboliza o crescimento do setor premium e o crescimento do segmento de cafeterias, já que o consumo de grãos em residências é reduzido em função da necessidade de moedor para processar a atividade.

 

MINHA ESTANTE

Deixo aqui a dica de duas publicações que indico para quem quer mergulhar mais em conhecimentos sobre o mundo dos cafés:

 

Em O Livro do Café, a especialista Anette Moldvaer aborda todos os aspectos ligados à bebida, como a história, espécies, plantio, benefi ciamento, melhores produtores do mundo, orientações para preparar a bebida em diversos tipos de cafeteira, mais de 100 receitas quentes ou frias, dentre muitas outras informações. É realmente um guia completo ao universo do café.

 

Chefs Café é uma obra escrita por vários chefs e especialistas em cafés. A publicação percorre vários aspectos sobre a bebida, com dicas de cafés especiais, seu preparo, degustação e como reconhecer bons cafés. Traz ainda a história e as transformações profundas que o café provocou em sociedades ao redor do mundo e no Brasil. Vale a leitura!


LANÇAMENTO DE MICROLOTE

No sentido deste consumo de cafés Premium e na expectativa do aumento de consumo de grãos o Café Santa Clara lança, em poucos pontos do País, séries limitadas de cafés vencedores dos principais concursos de qualidade de café em grãos do Brasil e essa série limitada é denominada de Microlotes Reserva da Família. A reboque de café em pó de alta qualidade, encontrados em supermercados e homônimos da marca Reserva da família, Aline Germano, gerente de Marketing e Operações do canal Foodservice da Três Corações, ressalta que a qualidade empregada nos microlotes é absolutamente diferenciada e é percebida desde o método de colheita que acontece quase grão a grão, o processamento torra e, por fim, com a mesma relevância que locais vão servir esse café já que toda a cadeia, desde o terreiro de café até a mesa do cliente, todo o processo deve trabalhar para entregar a melhor experiência para o consumidor.

 

Em Fortaleza duas cafeterias vão servir o Microlote. Na Cafeteria Santa Clara, localizado no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, será servido o Microlote produzido por Ismael Andrade, da fazenda São Silvestre.Foram produzidas apenas cinco sacas desse café e será disponibilizada apenas uma saca da Serra do Salitre em Minas Gerais. O preço sugerido da bebida é de R$ 9,90 e, para maximizar a experiência sensorial, a Santa Clara produziu também uma série de taças onde os aromas do café podem se volatilizar melhor e serem direcionados para o nariz do degustador. A mesma proposta de degustação será ofertada no Café Viriato, a principal diferença é o grão. No Café Viriato será servido um Grão de Piatã, da fazenda Divino Espírito Santo. Lá a Família delegou para a filha Letícia, de apenas 19 anos, a tarefa de produzir um café de qualidade. Os pais Michel e Patrícia não imaginavam que o critério da filha seria amplo ao ponto de ganhar o Prêmio Nacional ABIC de Qualidade do Café, mas ela venceu e das duas sacas produzidas deste lote especial uma saca veio para Fortaleza. Os métodos de extração dos cafés encontrados nas duas casa são expresso, clever, prensa francesa, chemex, V60 e aeropress.

 

O consumo no Brasil

O consumo de café no Brasil em 2017 foi estimado em 21,5 milhões de sacas, que correspondem a aproximadamente 1,10 milhão de toneladas. Com esse volume, o País se posiciona como segundo maior consumidor de café em volume, sendo precedido apenas pelos Estados Unidos, que consomem em torno de 26 milhões de sacas de café. Esperava-se alcançar o consumo dos EUA até 2021, no entanto a redução drástica do consumo de refrigerantes naquele país em detrimento do consumo de cafés e chás vai fazer o hábito disparar. Vale ressaltar que estamos com hábitos semelhantes no Brasil, então continuamos no encalço. Outro fator relevante na disparada do consumo é o aumento da base de idade de consumidor, já que a idade média destes novos bebedores de café caiu de 32 anos de idade para 23 em apenas 10 anos. Esses dados do consumo interno dos Cafés do Brasil, entre outros como a projeção de crescimento, constam do relatório da pesquisa Tendências do Mercado de Cafés em 2017, encomendada pela Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) e visava identificar oportunidades e as principais tendências do mercado de café no País, especialmente na ótica do consumo de alto padrão. Assim, os resultados demonstram ainda sobre cápsulas que o consumo seguirá aumentando cada vez mais e, ainda, que o consumidor brasileiro também aumentará a demanda de cafés Premium.

 

MARKETING E DISTRIBUIÇÃO

Marcas com grande expressão contribuíram para disseminação do grão no varejo, aumentando pontos de distribuição e ofertas de marcas e produtos. Nesse setor de cápsulas se destacam a Nestlé, que traz a marca Premium Nespresso, e outra para um segundo nível de consumo/qualidade de grãos que é a Dolce Gusto. Já a Três, marca da empresa Três Corações, entra no segmento de cápsulas nivelando o consumo pela qualidade do conteúdo, ou seja, a mesma marca Três oferta cápsulas com preparos de espresso suave, intenso, similar a café coado, chás, chocolate e capuccino. Não é necessário ressaltar a facilidade de preparo e a possibilidade de dividir em monodoses que as cápsulas propiciam para o corre corre do dia a dia.

 

rodrigo viriato

TAGS