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De quem é a missão de atrair investimentos?

2017-02-10 01:30:00
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Neila Fontenele

neilafontenele@opovo.com.br


A área de atração de investimentos do governo Camilo Santana talvez seja uma das mais complicadas de se explicar. Foi montada uma estrutura de triunvirato, com três pessoas com poderes fortes e quase pé de igualdade. Na prática, o modelo gera mais constrangimentos do que ajuda, havendo a superposição de funções da Secretaria do Desenvolvimento Econômico (SDE), Secretaria dos Assuntos Internacionais e Adece.


A estrutura da SDE até o momento não trouxe os resultados esperados. Era pensada a montagem de um sistema de interligação mais fácil entre investidores e governo para viabilizar a implantação de projetos empresariais e o acesso aos benefícios oferecidos pelo Estado. A ideia era boa, mas os planos congelaram no mar de burocracia que os técnicos do órgão não conseguiram destravar.


A entrada do executivo César Ribeiro na SDE representa mais uma tentativa de destravar a estrutura. A ex-secretária Nicolle Barbosa, que era responsável pela pasta e agora assume a presidência da Adece, não tem razão para chorar o “downgrade”. O fato de deixar um cargo considerado superior, neste caso, não mostra desprestígio.


A Adece tem funções que se confundem com a SDE, participação em empresas, menos burocracia e mais recursos. O cargo pode facilitar a projeção de Nicolle, caso realmente haja interesse de lançamento de uma candidatura futura.


A mudança, entretanto, não resolve o problema central da área: a briga interna de egos que não ajuda em nada o Estado.


PROJETOS


SAÍDA PELA CHINA


Dentro da estrutura confusa de poder do governo na área de atração investimentos, o secretário Antônio Balhmann tem tentado se proteger, buscando parceiros fora do País. A China é uma rota antiga, iniciada por ele mesmo na década de 1990. Essa caminhada em alguns momentos parece o filme De Volta para o Passado (Dominique Farrugia, França, 2016), mas é preciso lembrar o aprendizado das últimas décadas e as evoluções nos tratados e acordos diplomáticos com os chineses.


Ainda falta muito para que os projetos dessa pasta se tornem realidade, entre eles a refinaria, mas é de onde o governador Camilo Santana tem apresentado o maior peso de portfólio com perspectiva de investimentos.


PARLA!


HOMEM DE AÇO


O executivo Eduardo Parente assumiu no dia 5 de outubro o comando da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP). Desde então vem tomando pé da situação e mantido silêncio, não aparecendo nem para apresentar boas notícias, deixando esses anúncios para transmissões formais através de releases. Logo que assumiu, Parente teve encontro com o governador Camilo Santana, recebeu a benção do presidente da Fiec, Beto Studart, e em seguida se resguardou.


A CSP representa um caminho de esperança para o Ceará. Foi um empreendimento conquistado através de muitas negociações e esforço de vários governos. Se para os seus sócios e executivos a companhia é apenas uma produtora de placas de aço, para alguns segmentos da sociedade cearense trata-se da possibilidade de geração de empregos e novos negócios.


CSP


RECORDE DE EXPORTAÇÃO


A CSP tem boas notícias: ela apresentou recorde nas exportações em janeiro, com um total de mais de 300 mil toneladas de placas. Esse número, pelos dados oficiais, equivale à metade de todo o volume do ano anterior e o dobro do mês de dezembro último.


MÓVEIS


CRESCIMENTO DE 43%


O setor de exportação cearense ainda precisa ser bastante estimulado para deslanchar, mas o setor de móveis vem mantendo bons projetos e conseguindo resultados. O programa Ceará Móveis Export, criado pelo Centro Internacional de Negócios da Fiec em parceria com o Sindmóveis, por exemplo, registrou crescimento de 43,4% em 2016 em relação ao ano anterior.


JUCEC


SISTEMAS INTEGRADOS ATÉ MARÇO


Na edição do dia 4/2/2017, a coluna O POVO Economia informou que, até julho, os computadores da Junta Comercial do Ceará (Jucec) deveriam estar conectados com os das secretarias de Fazenda do Estado (Sefaz) e de Finanças de Fortaleza (Sefin). A Jucec corrige a própria informação e explica que, até março deste ano, os sistemas estarão interligados. No caso da Sefaz, a expectativa é de que até este mês ela esteja integrada à RedeSimples.

 

O Brasil não tem problemas, mas apenas soluções adiadas”

Luís da Câmara Cascudo (1898-1986), historiador e folclorista


RÁDIO


O POVO Economia da Rádio O POVO CBN (FM 95.5), a partir das 14 horas. Destaque para o quadro “Sobe e desce da economia”, com o jornalista Nazareno Albuquerque.

 

Adriano Nogueira

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