De quem é a missão de atrair investimentos?

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Neila Fontenele
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AssineA área de atração de investimentos do governo Camilo Santana talvez seja uma das mais complicadas de se explicar. Foi montada uma estrutura de triunvirato, com três pessoas com poderes fortes e quase pé de igualdade. Na prática, o modelo gera mais constrangimentos do que ajuda, havendo a superposição de funções da Secretaria do Desenvolvimento Econômico (SDE), Secretaria dos Assuntos Internacionais e Adece.
A estrutura da SDE até o momento não trouxe os resultados esperados. Era pensada a montagem de um sistema de interligação mais fácil entre investidores e governo para viabilizar a implantação de projetos empresariais e o acesso aos benefícios oferecidos pelo Estado. A ideia era boa, mas os planos congelaram no mar de burocracia que os técnicos do órgão não conseguiram destravar.
A entrada do executivo César Ribeiro na SDE representa mais uma tentativa de destravar a estrutura. A ex-secretária Nicolle Barbosa, que era responsável pela pasta e agora assume a presidência da Adece, não tem razão para chorar o “downgrade”. O fato de deixar um cargo considerado superior, neste caso, não mostra desprestígio.
A Adece tem funções que se confundem com a SDE, participação em empresas, menos burocracia e mais recursos. O cargo pode facilitar a projeção de Nicolle, caso realmente haja interesse de lançamento de uma candidatura futura.
A mudança, entretanto, não resolve o problema central da área: a briga interna de egos que não ajuda em nada o Estado.
PROJETOS
SAÍDA PELA CHINA
Dentro da estrutura confusa de poder do governo na área de atração investimentos, o secretário Antônio Balhmann tem tentado se proteger, buscando parceiros fora do País. A China é uma rota antiga, iniciada por ele mesmo na década de 1990. Essa caminhada em alguns momentos parece o filme De Volta para o Passado (Dominique Farrugia, França, 2016), mas é preciso lembrar o aprendizado das últimas décadas e as evoluções nos tratados e acordos diplomáticos com os chineses.
Ainda falta muito para que os projetos dessa pasta se tornem realidade, entre eles a refinaria, mas é de onde o governador Camilo Santana tem apresentado o maior peso de portfólio com perspectiva de investimentos.
PARLA!
HOMEM DE AÇO
O executivo Eduardo Parente assumiu no dia 5 de outubro o comando da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP). Desde então vem tomando pé da situação e mantido silêncio, não aparecendo nem para apresentar boas notícias, deixando esses anúncios para transmissões formais através de releases. Logo que assumiu, Parente teve encontro com o governador Camilo Santana, recebeu a benção do presidente da Fiec, Beto Studart, e em seguida se resguardou.
A CSP representa um caminho de esperança para o Ceará. Foi um empreendimento conquistado através de muitas negociações e esforço de vários governos. Se para os seus sócios e executivos a companhia é apenas uma produtora de placas de aço, para alguns segmentos da sociedade cearense trata-se da possibilidade de geração de empregos e novos negócios.
CSP
RECORDE DE EXPORTAÇÃO
A CSP tem boas notícias: ela apresentou recorde nas exportações em janeiro, com um total de mais de 300 mil toneladas de placas. Esse número, pelos dados oficiais, equivale à metade de todo o volume do ano anterior e o dobro do mês de dezembro último.
MÓVEIS
CRESCIMENTO DE 43%
O setor de exportação cearense ainda precisa ser bastante estimulado para deslanchar, mas o setor de móveis vem mantendo bons projetos e conseguindo resultados. O programa Ceará Móveis Export, criado pelo Centro Internacional de Negócios da Fiec em parceria com o Sindmóveis, por exemplo, registrou crescimento de 43,4% em 2016 em relação ao ano anterior.
JUCEC
SISTEMAS INTEGRADOS ATÉ MARÇO
Na edição do dia 4/2/2017, a coluna O POVO Economia informou que, até julho, os computadores da Junta Comercial do Ceará (Jucec) deveriam estar conectados com os das secretarias de Fazenda do Estado (Sefaz) e de Finanças de Fortaleza (Sefin). A Jucec corrige a própria informação e explica que, até março deste ano, os sistemas estarão interligados. No caso da Sefaz, a expectativa é de que até este mês ela esteja integrada à RedeSimples.
O Brasil não tem problemas, mas apenas soluções adiadas”
Luís da Câmara Cascudo (1898-1986), historiador e folclorista
RÁDIO
O POVO Economia da Rádio O POVO CBN (FM 95.5), a partir das 14 horas. Destaque para o quadro “Sobe e desce da economia”, com o jornalista Nazareno Albuquerque.
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