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Câncer e infertilidade

2017-12-10 00:00:00
O câncer é responsável por cerca de 13% de todas as mortes no mundo. Todos os anos, instituições de saúde oncológicas e pessoas de diversos países se mobilizam para realizar campanhas e trazer mais informações sobre a doença. As mulheres são afetadas principalmente pelo câncer de mama e câncer de colo de útero.

 


Quando uma paciente descobre que tem câncer, o início de um tratamento deve ser imediato. No entanto, especialistas afirmam que este processo pode causar um impacto negativo no sistema reprodutivo feminino, já que as células germinativas (células que dão origem aos óvulos e espermatozoides) são naturalmente sensíveis aos efeitos das substâncias aplicadas no tratamento contra o câncer.


 

A quimioterapia e a radioterapia podem causar infertilidade porque, além de destruírem as células tumorais, também afetam diretamente as células germinativas. O mesmo vale para os pacientes do sexo masculino. No entanto, nem todos os homens que passarem por tratamentos contra o câncer ficarão inférteis.

 


Em caso da radiografia abdominal, dependendo do tamanho e da localização do tumor, os ovários podem ser “destruídos” durante as sessões devido à intensidade da irradiação. Dessa forma, a mulher para de produzir hormônios e entra na menopausa precocemente.


 

Um método para preservar a fertilidade do organismo e realizar o sonho de ser mãe é optar pelo congelamento de óvulos, por exemplo, antes do início do tratamento.

 

Por José Meudo Filho

 

Bate-pronto


O POVO - Tenho câncer, posso engravidar?


Fábio Eugênio - Em geral sim, após o tratamento. Existe um período aconselhado para a mulher decidir engravidar. Dependendo do tipo do câncer, o tempo pode variar de dois a cinco anos para que se possa buscar a gestação. Este período é para que o médico tenha a certeza de que o tumor não retorne e assim a mulher possa desenvolver uma gravidez mais tranquila.

 

OP - Desenvolvi câncer de mama durante a gravidez. O que eu faço?


Fábio Eugênio - Qualquer que seja a ocasião do surgimento da doença a paciente deverá ser acompanhada por uma junta médica, composta por profissionais especializados. Dentre eles, obstetra, oncologista e neonatologista. Dependendo da gravidade do câncer e da fase da gestação, a conduta será definida. O apoio da família é imprescindível e indispensável, pois o fator emocional e psicológico influencia bastante durante todo o processo de cura.

 

OP - Quais as alternativas que a mulher pode ter para preservar seus óvulos para uma possível gravidez após a superação de um câncer?


Fábio Eugênio - Existem algumas ações como a criopreservação de óvulos ou embriões, criopreservação de tecido ovariano e supressão ovariana — são as alternativas utilizadas para preservar a fertilidade de pacientes que se submeterão aos tratamentos oncológicos. De toda forma, a busca por um profissional de Medicina Reprodutiva é sempre indicado, para juntamente com o oncologista definir a melhor forma de preservação da fertilidade, sem comprometer a eficácia do tratamento para a neoplasia.


Fábio Eugênio (CRM 5676 – RQE 5570) é ex-presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana Secção Ceará e atua na especialidade desde 1995. É membro da Sociedade Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Academia Americana de Ginecologia Minimamente Invasiva, Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia e Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida. Diretor Clínico e sócio da Bios – Centro de Medicina Reprodutiva e diretor geral da Clínica de Medicina Reprodutiva

 

Adriano Nogueira

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