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Você se considera um bom motorista?

2018-06-14 01:30:00
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Bom motorista não é apenas o que conduz com habilidade o automóvel, mas que se preocupa também com sua manutenção. 

 

Desleixo provoca acidentes. Os mais óbvios são pneus carecas ou descalibrados, faróis desregulados ou amortecedores vencidos. Porém existem outros igualmente essenciais, como o nível do fluido do freio. Verificar luzes de alerta no painel. Ou a presença de bolhas nas bandas interna e externa dos pneus. E se estão com o sulco mínimo: 1,6mm segundo a lei, o dobro segundo especialistas.

 

Deveria também cuidar da segurança: poucos exigem que o passageiro no banco traseiro afivele o cinto de segurança. Quase nenhum sabe as distâncias mínimas a se manter dos airbags: 25 cm do volante ou 40 cm do painel. Não conhece os comandos no painel, entre eles um botãozinho no sistema de ar condicionado, identificado por um círculo com uma seta, que elimina a troca de ar do interior com o exterior (recirculação). Indicado para locais com muita poeira ou fumaça, ou atrás de um caminhão expelindo uma nuvem preta de fuligem. Ou para acelerar a refrigeração do carro muito aquecido.  

 

Mas, acionado por horas, o gás carbônico expelido pelos passageiros - nocivo à saúde - não é renovado, o que pode ser fatal.

Componentes mecânicos? Há quem se considera bom motorista mas dirige com o pé apoiado no pedal de embreagem e a mão na alavanca de marchas. Alega que "é só de leve" e que não provocam desgaste ou está na estrada, à noite, e tenta espantar o sono, pois ignora que o motorista sempre perde esta guerra. A dica é parar num local seguro e tirar uma soneca: basta meia hora para afastar o sono! Sua coordenação motora é excepcional e para numa subida apenas controlando embreagem e acelerador? Quem agradece é o dono da loja de embreagem

 

Motorista nem imagina o risco ao dirigir com o braço esquerdo dependurado fora da porta: muitos já sofreram ferimentos graves e foram parar no pronto-socorro por esta inexplicável mania. Outro perigo é dirigir na estrada com os vidros abertos: além de outros riscos, se o carro capota, é frequente o braço (esquerdo) do motorista ou (direito) do passageiro se movimentar para fora e serem atingidos ou até esmagados pela carroceria. Modelos mais modernos e sofisticados, ao detectar a possibilidade de um capotamento, entre outras providências, fecham o teto solar e os vidros. Outra dica que muitos desconhecem: quando o choque frontal é inevitável, o motorista, inconscientemente, firma os braços esticados no volante para "se defender". Faça o contrário: cruze-os sobre o peito para evitar fraturas e traumas nos ombros, provocados pelos braços. Ao sair de viagem, trava as portas? Errado: deixe-as destravadas: no caso de um acidente na estrada as portas bloqueadas se tornam uma dificuldade a mais para quem vier prestar socorro. Vai entrar num túnel sem iluminação? Feche um olho uns 300 metros antes dele. Ao entrar, abra-o e feche o outro. Assim a vista se acostuma mais rapidamente no escuro

 

Motorista deve agir com delicadeza em todos os comandos, exceto nos freios: pisar com força no pedal numa emergência (e não soltar se ele trepidar em função do ABS) e também puxar o freio de estacionamento (freio de mão) com força, principalmente numa ladeira. Evita de o carro descer morro abaixo depois que os componentes do freio se esfriam, encolhem e perdem contato. Por falar nisso, são também poucos os que usam o freio-motor numa descida, ou seja, reduzindo para uma marcha mais forte, a mesma que seria usada na subida. E aliviando o sistema de freios.

 

Não precisa ser remédio "tarja preta" (ansiolíticos, antidepressivos e outros) para o motorista perder concentração, rapidez de reflexos, coordenação motora e avaliação de riscos: mesmo remédios vendidos sem controle (antigripais, antialérgicos e analgésicos) contêm anti-histamínicos que causam sonolência e tonturas.

Boris Feldman

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