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Dá para entender?

2017-12-14 01:30:00
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Há decisões tomadas pelas fábricas que surpreendem. Por manter em linha um modelo obsoleto, negar um problema óbvio de projeto ou não investir num novo segmento que virou febre do mercado.

Fiesta – A Ford acaba de lançar o novo (?) New Fiesta. Apesar de enfrentar dois concorrentes de peso que acabam de chegar (Argo e Polo), e de ter uma nova geração na Europa, a Ford manteve no Brasil o modelo antigo e ainda aumentou seu preço. Além de insistir no traumático câmbio Powershift, já substituído no Ecosport.

Ssangyong – Esta coreana começou mal por aqui: já desembarcou duas vezes no nosso mercado, desistiu e deixou 17 mil clientes desamparados. Seus carros se destacavam negativamente pela feiura do design, e positivamente por serem equipados com powertrain da Mercedes-Benz. A terceira tentativa acaba de ser anunciada pela empresa paulista Venko. Chega uma nova geração com design refeito e mais palatável. Mas perdeu a joia da coroa, a mecânica Mercedes. Serão 3 SUVs e uma picape, com motores gasolina e diesel. Nada muito moderno pois o 2.2 (gasolina) só oferece os mesmos 128 cv do 1.0 TSI da VW. A rede de concessionárias é modesta e a dúvida do mercado é se a Venko vai efetivamente apoiar os 17 mil orfãos das aventuras anteriores, ou somar a eles mais alguns milhares de clientes sem assistência.
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Fiat – A italiana, depois de liderar o mercado brasileiro, cortou investimentos em Betim e concentrou-os na construção da fábrica da Jeep em Pernambuco. O resultado não demorou: despencou para o terceiro lugar com uma obsoleta linha de modelos e só apresentou, em quase dez anos, o Mobi e a picape Toro (Jeep com o logo Fiat). Este ano, lançou finalmente o Argo, um hatch considerado o melhor automóvel já produzido em Betim, e lança sua versão sedã, o Cronos, no início de 2018. Outro resultado é que a empresa enfrenta na Justiça vários processos de seus concessionários, num valor superior a 5 bilhões de reais. Cobram devolução de impostos, excesso de vendas diretas e falta de modelos atualizados. Enquanto a rede Fiat vai mal, a Jeep vai muito bem obrigado…

Picapes – Além da coqueluxe das SUVs, as picapes também vendem bem no Brasil. Que o diga a Fiat com Toro e Strada. Mas, além dela, só a VW com a Saveiro e a Renault Oroch. Ford abandonou o segmento há anos, GM mantem sua velha Montana e nem a Honda - que tem uma ótima picape nos EUA (Ridgeline) – animou-se a trazer uma concorrente para a Toyota Hilux.

Efeito contrário – Causa perplexidade a reação do mercado brasileiro quando se fala em segurança veicular. Dois compactos, Chevrolet Onix e Ford Ka, tomaram bomba no crash-test lateral, com nota zero na proteção de adultos. Resultado? Ambos reagiram com um pulo nas vendas…
Deve ter fábrica por aí torcendo para que seus modelos sejam também levados ao crash-test e contemplados com a pior classificação…

Defeitos crônicos – Alguns modelos da Mitsubishi, Land Rover e Volvo aborrecem e causam prejuízos ao proprietários mas as fábricas “preferem” desconhecer os problemas. Na japonesa, o câmbio CVT esquenta e o carro para. A fábrica oferece um resfriador (cooler), mas costuma cobrar para instalar o equipamento que corrige uma deficiência de projeto. Os utilitários ingleses tiveram dezenas de motores V-6 a diesel literalmente explodidos com enormes prejuízos para os donos. Este motor foi substituído e, agora, o que explode no Land Rover Evoque (2.0 turbo) é a turbina. O Volvo XC60 tem mesmo motor e sofre do mesmo mal. O sueco tem outro calcanhar de aquiles: a junta homocinética do XC 60 se desgasta prematuramente. A fábrica tem o desplante de culpar o dono. Será que só quem dirige este modelo da marca sueca não cuida bem do carro?

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