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Livro relata o drama da insatisfação excessiva com o próprio corpo

2017-12-09 01:30:00
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Na contagem regressiva para a chegada do Ano Novo, muitas pessoas não cumpriram sua promessa de perder peso e adotar uma vida mais saudável e se sentem frustradas por não conseguir alcançar seu objetivo. Ou pior: devido a uma cobrança pessoal e social muita grande, a pessoa, mesmo indo à academia, seguindo orientação alimentar, realizando procedimentos estéticos, sente-se insatisfeita com o que vê no espelho.
 

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Essas frustrações podem resultar em diversos problemas, o mais comum deles é o distúrbio alimentar, motivado pelo transtorno de preocupação excessiva com a aparência (transtorno dismórfico corporal), relatado com muita transparência e coragem pela jornalista Daiana Garbin (34 anos), mulher do apresentador Tiago Leifert e ex-repórter da TV Globo, em seu livro “Fazendo as pazes com o corpo”, Editora Sextante. “Não adianta as pessoas dizerem que você está bem, você não escuta, não aceita a própria imagem”, diz ela que sofreu por 20 anos calada, antes de buscar ajuda.
 

No livro, Daiana escreve abertamente sobre todo o processo de sofrimento, descoberta e a importância da busca por tratamento médico e apoio da família. Antes de procurar ajuda, ela fez dezenas de dietas malucas para emagrecer, além de três lipoaspirações e durante toda a vida adulta tomou remédios para emagrecer e laxantes. 

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APOIO DA FAMÍLIA
 

Daiana faz um alerta especial aos pais de jovens e crianças que mantêm relação conflitante com a comida e são obsessivos pela forma física. “Eu recebo muitas mensagens de meninas adolescentes dizendo que os pais não compreendem o transtorno alimentar”. Uma doença que soa como um grito de adolescentes que, muitas vezes, “tentam se sentir parte de alguma coisa”, colocam a saúde em risco e ai é que mora o perigo.
 

Então, se você está com uma adolescente que sofre com um problema com o corpo, não pense que ela é fútil. “Quando a gente quebra a perna, a gente não hesita em ir ao médico. E, quando a gente está com uma dor na alma, no coração, porque a gente tem vergonha de ir ao médico?”, indaga Daiana, que só parou de tomar os medicamentos depois do ultimato de Tiago Leifert, antes do casamento, em 2012, que disse: “ou eu ou os remédios para emagrecer?”.
 

Hoje, ainda em recuperação, a jornalista diz que é acompanhada por um médico psicanalista e uma nutricionista. “Não faço dieta. Estou restabelecendo a minha relação com os alimentos. Posso comer de tudo. Mas escolho o que quero comer”, esclarece ela, em entrevista à Ana Maria Braga, na Globo. Segundo Daiana, a dieta começa a se tornar um problema quando restringe certos grupos de alimentos. 

 

“As pessoas começam a cortar, cortar... e daqui a pouco, não querem comer nada”, lamenta.
 

CÓDIGOS SECRETOS 


Conheça os quatro códigos secretos (as hashtags), usados por grupo de mulheres que apoiam a anorexia, revelados por pesquisa realizada pela empresa iCustomer, do Grupo Plusoft, especializada em estratégias digitais, por meio de monitoramento de redes sociais. São palavras específicas, a maioria em inglês, para falar sobre a rotina, os pensamentos negativos sobre a vida e, inclusive, para indicação de remédios. Essas hashtags servem de alerta para os pais e familiares para tomarem providências e evitar que o pior aconteça.

1 #borboletana : o prefixo “borbolet” tem a ver com borboleta, inseto considerado bonito e magro por quem sofre de anorexia, o objetivo do corpo ideal. E o sufixo “ana” alusivo à palavra anorexia

2 #nf : “no food”, sem comida

3 #ed : “eatdisorder” : significa transtorno alimentar

4#lowfood : ingerir pouca comida 

 

“Não faço dieta. Estou restabelecendo a minha relação com os alimentos. Posso comer de tudo. Mas escolho o que quero comer”, diz Daiana Garbin  

 

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Por Roberta Fontelles Philomeno

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