Com duas pratas em Tóquio 2020, skate já foi proibido no Brasil; entenda

O skate se tornou esporte olímpico pela primeira vez nesta Olimpíada de Tóquio 2020 e o Brasil estreou com duas pratas, com Kelvin e Rayssa, e uma equipe forte na disputa

Kelvin Hoefler e Rayssa Leal voaram na estreia do skate street na Olímpiada de Tóquio 2020, garantindo duas pratas para o Brasil. Além das medalhas, o País chegou forte com seis atletas na modalidade, entre homens e mulheres. Mas muito antes de Tóquio, o esporte precisou vencer preconceitos e até proibições legislativas para chegar ao pódio.

O skate se popularizou no Brasil na década de 80, especialmente em São Paulo. A prática não era bem vista e tinha o parque do Ibirapuera como um espaço de reunião. Na época, o parque abrigava a sede da Prefeitura e acabou se tornando um ponto de encontro dos praticantes do esporte.

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Surgiu então o decreto municipal de número 25.871, de 6 de maio de 1988, uma resposta de Jânio Quadros, então prefeito de São Paulo, a um protesto de skatistas que questionavam a limitação do skate aos fins de semana no parque.

Após uma nova manifestação dos esportistas, pedindo o fim da proibição e reivindicando mais espaços para a prática, um novo decreto proibiu o esporte de todas as formas. O decreto de 24 de junho de 1988, determinou a proibição da circulação de skatistas na cidade. Quem desrespeitasse era detido e os menores de 18 anos eram levados para o Juizado de Menores.

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A prática foi liberada seis meses depois com a eleição Luiza Erundina, então no PT, para a prefeitura de São Paulo. A primeira mulher a vencer uma eleição para o cargo em São Paulo tinha se comprometido durante a campanha a liberar o skate, permitida em 1989. Em 2020, ao receber skatistas, a hoje deputada federal posou com um skate, refazendo a foto antiga na época do governo. 

Erundina comemorou a medalha de prata conquistada por Kelvin Hoefler no domingo, 25, nos Jogos Olímpicos de Tóquio. “E a nossa primeira medalha na Olimpíada de Tokyo veio justamente do Skate, com o atleta Kelvin Hoefler. Hoje, um esporte olímpico, no passado, discriminado e proibido em São Paulo, que Erundina liberou! Parabéns Kelvinho!”, publicou ela nas redes sociais. 


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