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Veja 8 razões que fizeram Rogério Ceni recusar sair do Fortaleza e voltar para o Cruzeiro

Relembre atos e falas do técnico sobre saída e retorno ao Fortaleza no ano passado
17:35 | Set. 08, 2020
Autor Domitila Andrade
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Domitila Andrade Repórter Esportes
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Tipo Notícia

Ao que parece, o interesse do Cruzeiro por técnicos à frente de times cearenses reacendeu outra vez e a diretoria voltou a procurar Rogério Ceni. A proposta veio após a demissão de Enderson Moreira - seis meses depois que ele pediu desligamento do Ceará para comandar o Celeste. Desta vez, a oferta de trocar o Leão pela Raposa foi negada por Ceni. A informação do interesse do clube mineiro foi divulgada pela Rádio Itatiaia

Treinando o Fortaleza desde 2018, Ceni teve um breve afastamento do Leão do Pici quando aceitou ser técnico, justamente, do Cruzeiro, em agosto 2019. Demitido em meio à crise no time mineiro, retornou para o Pici no fim de setembro de 2019.

Com histórico já conturbado com a Raposa, o Esportes O POVO lista quais as possíveis razões podem ter pesado na decisão do técnico de recusar o novo convite.

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1. Passagem com muitas arestas

Foram apenas 8 jogos e um mês e meio no Cruzeiro, mas o suficiente para que a passagem de Ceni gerasse conflitos. Apoiado por parte da torcida, Ceni era criticado pelo jogador Thiago Neves, que chegou a dar declarações públicas contestando as escalações do técnico. Com apenas duas vitórias, além de dois empates e quatro derrotas, e uma eliminação na Copa do Brasil no meio, o técnico foi perdendo apoio também da diretoria. Após um empate contra o Ceará, em 0 a 0, o clima no vestiário se tornou insustentável e o técnico teve sua demissão anunciada.

2. Exemplo do que foi a saída e o sentimento após o retorno

Após o retorno para o Fortaleza, Ceni admitiu em entrevista que "o ideal era ter dado continuidade aqui (Fortaleza)". Na ocasião, ele também declarou, ao ser questionado sobre que análise ele fazia das recentes demissões no futebol brasileiro, "perdeu o direito de falar". "Honestamente, quando eu troquei o Fortaleza pelo Cruzeiro eu perdi o direito falar. Perdi o direito de cobrar qualquer coisa. Eu acho ruim (as demissões), mas quando você toma uma decisão como a que eu tomei, você perde o direito de falar", disse. Sair agora seria repetir a quebra de continuidade do trabalho.

Leia mais | "O ideal era ter dado continuidade aqui", admite Ceni em entrevista de retorno ao Fortaleza

3. Ainda tem pendências

A procura de Ceni neste momento teria se dado sem que o Cruzeiro tivesse nem mesmo quitado as dívidas com o ex-goleiro, ainda de 2019. Técnico e comissão técnica, inclusive, teriam movido ação judicial para que salários atrasados fossem pagos

4. A crise persiste

Rebaixado em 2019, com queda brusca de receita, após um 2019 com quadro multimilionário de jogadores, o Cruzeiro segue em crise financeira e não há sinal de recuperação. Longe de problemas serem apenas de ordem econômica, em junho, o Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) anunciou que investiga ex-dirigentes do Cruzeiro, como o ex-presidente Wagner Pires de Sá e o ex-vice de futebol Itair Machado, por falsificação de documentos/falsidade ideológica, apropriação indébita, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Três membros do Conselho Deliberativo do clube chegaram a ser presos.

5. Estabilidade no Leão

Ao passo que a Raposa ainda se vê em crise, o Leão tem, mesmo diante da recessão provocada pela pandemia de Covid-19, se mantido estável financeiramente. E mesmo com a redução de cerca de R$ 19 mi no orçamento deste ano, Marcelo Paz garante que não houve demissões no clube.

6. Momentos dos times

O Fortaleza está em 13º lugar na tabela de classificação da Série A. Enquanto o Cruzeiro, que disputa a Série B, após ser rebaixado em 2019, está em 16º e, até rodada passada, amargava a zona de degola para a Série C. O fato de estar na Série A com o Leão também dá perspectivas ao técnico de comandar a equipe em torneios continentais.

7. Dívida de gratidão com o time

Houve quem apontasse que o Cruzeiro, ao se desfazer do técnico, mesmo quando havia vontade dele em permanecer, contraiu uma dívida com Ceni. Ao ventilar um revival com Ceni, seria dar uma nova chance e pagar essa dívida. Contudo, ao ficar no Fortaleza, Ceni prova que não esqueceu a dívida de gratidão com o clube que lhe recebeu tão bem, mesmo após a escolha pelo Cruzeiro.

8. Liberdade de escolhas e relação com diretoria, torcida e jogadores

No clube há três anos e com poucas mudanças no elenco base, Ceni comanda as decisões no elenco e contratações sempre passam por ele. Quando retornou, há um ano, ele falou sobre o contato dos jogadores pedindo que aceitasse a volta. "Voltei para o Fortaleza por três motivo: os atletas, por conhecer o elenco; a persistência do Marcelo e do presidente Girão, e a atmosfera que é o Castelão. A torcida do Fortaleza é algo especial dentro do futebol". Afora a torcida, que ainda não pode voltar aos estádio, a situação de um ano atrás segue muito similar e propícia a continuidades de Rogério no comando do Leão.

 

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