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Análise: Ceará vê no Fluminense um espelho dos seus problemas ofensivos

Tricolor carioca vem enfrentando praticamente os mesmos dilemas no setor de ataque quanto os do Alvinegro de Porangabuçu
09:33 | Out. 29, 2019
Autor Vinícius França
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Vinícius França Repórter de Esportes do O POVO
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Tipo Notícia

Adílson Batista está face a face com um dilema tático no Ceará. O treinador alvinegro parece ainda não ter decidido com qual formação ele quer que sua equipe jogue: com centroavante ou sem centroavante? Na quarta, 30, no Castelão, o Vovô enfrenta um adversário que está passando por dúvidas semelhantes em seu sistema ofensivo.

O desempenho do ataque tricolor não agrada. Segundo levantamento do portal NetFlu, a média de gols da equipe caiu bastante neste segundo turno: de 1,03 para 0,77. Também na segunda metade do campeonato, apenas dois atacantes balançaram as redes: o colombiano Yony González, que fez gol no clássico contra o Botafogo, e o jovem Marcos Paulo, que marcou contra a Chapecoense na rodada passada.

Com o baixo desempenho de seus centroavantes, o técnico Marcão vem lidando com dúvidas sobre quem escalar para o confronto direto diante do Ceará. Revelação do Flu na temporada, o atacante João Pedro já não marca há 11 rodadas. Artilheiro na temporada, Yony não balança as redes há cinco jogos. Marcos Paulo surge como opção, mas sua inexperiência num jogo tão decisivo pode fazer com que o jovem de 18 anos corra por fora.

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Assim como o Alvinegro de Porangabuçu tem dificuldades para marcar, mas não para criar chances, o Fluminense também tem a mesma característica: é a quarta equipe que mais finaliza neste Brasileirão. Além disso, também é a sexta que dá mais chutes certos, que vão em direção ao gol. Os dados são do site de estatísticas Footstats. Os times são tão semelhantes que isso se reflete na tabela: o Alvinegro tem 30 pontos, na 15ª colocação, enquanto o Flu também tem os mesmos 30 pontos, mas na 16ª colocação.

Descrever os dilemas que vive o tricolor carioca em seu setor ofensivo é quase como falar dos problemas que o Ceará tem. O técnico Adílson Batista precisa decidir se joga ou não com um camisa 9 na área. Nos últimos jogos em que atuou sem centroavante, a equipe teve claros problemas para converter as chances em gol. E não é só um achismo: as estatísticas mostram isso.

Segundo levantamento do estatístico e comentarista da Rádio O POVO/CBN, Thiago Minhoca, o Vovô fez apenas um gol quando jogou sem um homem de referência na área, além de finalizar 34 vezes. Com um centroavante, esses números aumentam: são cinco gols marcados e 65 chutes. A indefinição do treinador alvinegro é tamanha que, em todos os jogos em que entrou sem um camisa 9, Adílson logo tratou de colocar ou Bergson ou Felippe Cardoso na partida.

Sem uma referência no setor ofensivo, o técnico do Vovô vem buscando alternativas. Uma delas é colocar Thiago Galhardo, artilheiro da equipe no Brasileirão com nove gols, como um “falso 9”. A referência do treinador são equipes como o Barcelona de Guardiola e a Seleção de 1970. Referências distantes demais da realidade: sacrificado, o camisa 89 ainda não marcou sob o comando de Adílson Batista.

Com um intervalo pequeno de diferença entre o último jogo e o confronto direto da quarta-feira, os técnicos tiveram pouco tempo para pensar em alternativas. Quem decidir mais rápido e fizer as melhores escolhas pode sair na frente no duelo decisivo. De qualquer forma, não haveria tempo para pensar: a luta contra o rebaixamento se torna cada vez mais acirrada a cada rodada. Não há mais tempo para esperar, o resultado tem que vir o mais rápido possível. Para Ceará e Fluminense, colados na tabela, a urgência é ainda maior.

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