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Do pior para o melhor cenário: Ceará e Fortaleza podem ter receitas afetadas em até 40%

Sem calendário, os impactos nas receitas dos clubes da Série A, como Ceará e Fortaleza, podem chegar até 40%
17:56 | Mar. 22, 2020
Autor Lucas Mota
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Lucas Mota Repórter na editoria de Esportes
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Tipo Notícia

A pandemia do coronavírus atingiu o futebol a nível mundial. No Brasil, o esporte parou diante da quarentena. Sem calendário, os impactos nas receitas dos clubes da Série A, como Ceará e Fortaleza, podem chegar até 40%. Quem afirma é o especialista no mercado futebolístico, Fernando Ferreira, sócio-diretor da Pluri Consultoria, referência em pesquisas do setor.

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A paralisação já afetou a continuidade dos estaduais em todo o Brasil e do principal torneio Regional do país, a Copa do Nordeste. Dependendo do avanço do coronavírus, as competições nacionais e continentais podem ser atingidas. A situação implica em possíveis perdas de fontes de receitas importantes.

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A simulação mais otimista prevê perdas médias de 11% de receitas. Neste cenário, os estaduais são apenas reduzidos, com retorno das competições em abril. Na projeção mais pessimista, quando o Campeonato Brasileiro é reduzido pela metade e os torneios no hemisfério norte voltando apenas em setembro, a perda de receitas poderia superar 40%, "um impacto impossível de ser contornado sem um brutal corte de despesas".

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"Se houver redução do número de jogos e da duração da competição, inevitavelmente haverá renegociação dos contratos de transmissão e de patrocínios, que representam metade das receitas dos clubes. Não podemos esquecer que as empresas já sofrerão uma pressão adicional nos seus mercados por cortes de custos, o que tornará o mercado de patrocínios ainda mais complicado", diz Fernando Ferreira em artigo publicado neste domingo, 22.

Outra fonte dos clubes da Série A a ser afetada, segundo Fernando, é a venda de jogadores, que representa cerca de 25% de receita. "Será impactada pela redução de receitas também nos mercados compradores (Europa, Ásia, etc), havendo aqui o atenuante da desvalorização do real, que barateia o valor dos nossos jogadores", publicou o economista.

Ceará e Fortaleza estão entre os poucos clubes brasileiros com projeção de  transição menos traumática

Fernando cita que alguns clubes estarão em sérios apuros, enquanto outros farão a transição de forma menos traumática. Nesta segunda situação, estão agremiações mais organizadas financeiramente, com gestões responsáveis nos últimos anos. E são poucas no Brasil. Ceará e Fortaleza, conforme o especialista, estão dentro deste contexto junto com Grêmio, Athletico-PR, Palmeiras, Flamengo e Bahia.

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"Eles vão passar por dificuldades também, mas dificuldades tremendas são aqueles que já vinham com problemas de caixa antes: Cruzeiro, Vasco, Santos, Fluminense, Botafogo, Atlético-MG. Estes, entre os clubes maiores, vão ter perdas de receitas desse casamento com o fluxo de caixa, agravando a situação que havia antes", disse o especialista ao Esportes O POVO.

No cenário mais pessimista, Fernando explica que é preciso colocar as despesas com elenco e comissão técnica na ponta do lápis. "Você está falando de uma conta que é metade da despesa total, que é o elenco profissional e comissão técnica. Se perde brutalmente tuas receitas, tem que sentar com quem representa a maior parte dos teus gastos para ajustar as contas. Neste cenário, não tem como evitar sentar com jogadores. Como não dá para esperar, já está na hora de colocar o assunto na mesa."

Redução de salários

Clubes da Série A e B já formularam propostas para amenizar os prejuízos durante a quarentena do coronavírus. Férias imediatas e redução de 50% dos salários dos jogadores estão entre as alternativas sugeridas pela Comissão Nacional de Clubes (CNC).

+ Veja todas as propostas dos clubes

Uma reunião online com representantes dos clubes ocorreu na última sexta-feira, 20. O presidente do Ceará, Robinson de Castro, participou. Segundo ele, novo encontro vai acontecer até segunda-feira, 23, com a Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf).

"Vão conversar com a Fenapaf e apresentar as propostas, mas nada foi definido ainda. Depois da reunião, vão fazer uma convenção coletiva para estabelecer o cenário para os próximos três meses. Vamos aguardar primeiro o entendimento da Comissão com a Fenapaf. Depois, a gente entra a nível local", disse Robinson em entrevista ao Esportes O POVO.

Marcelo Paz, mandatário do Fortaleza, não participou da reunião. O dirigente disse que vai se aprofundar sobre as propostas para poder opinar.

Leia o artigo completo de Fernando Ferreira clicando aqui.

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