Saiba quem é Amarílio Macêdo, candidato ao Senado na chapa de Roberto Cláudio

Empresário tucano disputará cargo público pela primeira vez nas eleições deste ano, mas tem trajetória de militância partidária de mais de três décadas

Anunciado como candidato ao Senado na chapa de Roberto Cláudio (PDT), o empresário Amarílio Proença de Macêdo, de 77 anos, natural de Fortaleza, é estreante em disputas eleitorais. Embora filiado ao PSDB –partido que ajudou a fundar no Ceará– desde 1989, ele nunca havia participado de uma eleição como candidato. Logo no seu primeiro teste das urnas, Macêdo tem pela frente o ex-governador Camilo Santana (PT), apontado como favorito na pesquisa Ipespe, encomendada pelo O POVO.

Considerado um quadro histórico do tucanato cearense e brasileiro, o empresário integra a ala do partido mais ligada ao senador Tasso Jereissati. Em 1988, um ano antes de instalar o diretório estadual da legenda no Ceará, Macêdo encampou a criação do PSDB nacional ao lado de nomes como Mário Covas, Fernando Henrique Cardoso e Franco Montoro. Juntos, eles assinaram o Manifesto da Social-Democracia Brasileira, documento que marcou a fundação do partido.

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Antes, na eleições de 1986, foi um dos principais nomes da coordenação da campanha de Tasso ao Governo, fazendo a ponte com movimentos sociais, partidos de esquerdas e entidades da sociedade civil organizada, dentro de um movimento pró-mudanças e de combate às oligarquias. Após a vitória, tentou, sem sucesso, implementar na gestão o conceito de democracia participativa. 

No Ceará, o empresário providenciou a abertura do diretório tucano em junho de 1989, juntamente com a ex-deputada federal Moema São Thiago. Na época, Amarílio havia acabado de deixar o antigo PMDB após romper com o então governador Tasso Jereissati. Não demorou muito para que os dois retomassem a parceria política. Em março de 1990, Jereissati ingressou no quadro de filiados do PSDB cearense. Desde então, os dois mantêm uma relação de proximidade, apesar das idas e vindas na aliança política. Em 1998, por exemplo, Amarílio era cotado para disputar o Governo do Estado, mas acabou sendo derrotado internamente por Tasso, que postulou reeleição. 

Antes de se engajar na militância partidária, Macêdo construiu as bases de uma trajetória de sucesso na iniciativa privada. Formado em Economia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), ele iniciou a vida profissional como estagiário em uma grande empresa do ramo industrial, em Fortaleza, em meados de 1964.

Ao longo dos anos, assumiu gradativamente posições de destaque nos quadros executivos de várias conglomerados comerciais do Ceará, até chegar à vice-presidência da holding J.Macêdo S/A Comércio, Administração e Participações –da qual é um dos acionista–, controladora de mais de vinte empresas em segmentos diversos como bebidas, alimentação, veículos e eletromecânica.

Entre o fim da década de 70 e começo dos anos 80, Amarílio assumiu o comando do Centro industrial do Ceará (CIC), fazendo a entidade ganhar projeção nacional pelo compromisso com posições consideradas progressistas, pautadas no aprofundamento das discussões políticas e sociais. Com o protagonismo no setor privado, o empresário foi eleito diretor executivo da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) em 1986, ficando no cargo até 1991. Dois anos após deixar a entidade, foi condecorado com a Medalha do Mérito Industrial/Fiec.

Conhecido por atuar em causas coletivas, Macêdo é um dos signatários da Carta pela Democracia elaborada e divulgada pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). O manifesto, assinado por políticos, empresários e personalidades públicas, reafirma o compromisso da Constituição Federal com a manutenção do Estado Democrático de Direito.

A candidatura de Amarílio ao Senado nas eleições de outubro não estava em discussão dentro do PSDB cearense. Tudo mudou, porém, após o presidente estadual da sigla, Chiquinho Feitosa, romper com o senador Tasso Jereissati na convenção do partido realizada na quinta-feira, 4. Em uma votação interna marcada por muito tumulto e ânimos exaltados, o diretório aprovou posição de neutralidade na disputa ao Governo do Estado, contrariando o apoio que Tasso já havia anunciado publicamente a Roberto Cláudio.

Em resposta à Feitosa, Jereissati acionou a executiva nacional do partido e destituiu a comissão provisória tucana no Ceará, assumindo ele próprio o comando da sigla e reiterando o apoio ao candidato do PDT. No dia seguinte, 5, em nova convenção, também foi anunciado o nome de Amarílio como candidato ao Senado.

Na disputa pela vaga à Câmara Alta do País, ele terá o ex-secretário de Saúde do Ceará, Dr. Cabeto, e o empresário Régis Medeiros, ambos tucanos, como 1º e 2º suplentes, respectivamente.

Além de Amarílio Macêdo e Camilo Santana, o Ceará tem outras três candidaturas ao Senado homologadas em convenções partidárias, são elas: Kamila Cardoso (Avante), Paulo Anacé (Psol) e Carlos Silva (Pstu).

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