Covid-19: liberação de máscaras no Ceará influenciou aumento da circulação, aponta Fiocruz

O risco da circulação do vírus, conforme o especialista, é o surgimento de novas Variantes de Preocupação, como a ômicron, que podem elevar os índices da doença

A liberação do uso de máscaras contribuiu para manter a alta circulação do vírus na população cearense, de acordo com análise do pesquisador Eduardo Ruback, coordenador da Unidade de Apoio ao Diagnóstico da Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Ceará. Em entrevista aos jornalistas Jocélio Leal e Rachel Gomes, da Rádio O POVO CBN, o especialista destacou ainda que o esquema de vacinação incompleto e a volta de grandes eventos também pode resultar em mais casos positivos.

O último boletim divulgado pela Fiocruz mostra que a curva nacional mantém sinal de crescimento nas tendências de longo (últimas seis semanas) e curto prazo (últimas três semanas). Das 27 unidades federativas do Brasil, 20 apresentam sinal de crescimento nos casos de Covid-19, entre elas o Ceará. No Estado, o cenário é de um "sinal moderado" de alta. O informativo mostra que a Covid-19 responde por 59,6% dos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) que tiveram identificação viral nas últimas quatro semanas.

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Ruback argumenta ainda que as decisões para liberação de máscaras não deveriam ser tomadas para um estado todo, mas considerar o cenário epidemiológico de regiões menores. “Você tem que ver como está cada localidade para saber se pode ou não liberar para determinada área”, pondera. Com a proximidade das festas juninas e a realização de eventos, o pesquisador alerta que uma liberação indevida pode ocasionar uma explosão de casos.

Ele enfatiza ainda que o risco da circulação do vírus é o surgimento de novas variantes, como aconteceu com a ômicron, responsável por um número significativo de infecções novas no Ceará e no Brasil. Atualmente, contudo, a Fiocruz não monitora nenhuma nova Variante de Preocupação (VOC), capaz de elevar os índices epidemiológicos.

No caso cearense, Ruback considera que o afrouxamento das medidas de controle da pandemia deveria ter acontecido de forma mais gradual, mas lembra que o uso dos equipamentos de proteção não foram proibidos. “As pessoas que não se sentem seguras continuam usando máscara. Meus filhos, por exemplo, vão para a escola com máscara. Isso é uma decisão pessoal de cada um”, ponderou.

A vacinação com todas as doses disponíveis também é uma cobrança do especialista, que aponta que a circulação significativa do vírus faz com que a população precise tomar reforço do imunizante. “Quando a circulação estiver baixa, o calendário vacinal vai ser muito parecido com outras vacinas que nós tomamos sazonais (como a da gripe)”, explica.

A desobrigação de uso de máscaras em ambientes fechados no Ceará começou no dia 15 de abril, após anúncio da governadora Izolda Cela (PDT). Apesar da flexibilização, ainda é obrigatória a utilização do equipamento de proteção individual em hospitais e em transportes públicos. 

Já a liberação de uso de máscaras em locais abertos começou ainda em março. 

 

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