OMS estima quase o triplo de mortos por Covid do que dados oficiais, aponta jornal

Segundo o New York Times, seriam 15 milhões de óbitos, em vez de 6 milhões. Divulgação do dado teria sido impedido há meses por protestos do governo da Índia, onde teria sido notada a maior subnotificação

A Organização Mundial de Saúde (OMS) concluiu que os números reais de mortes por Covid-19 no mundo teriam passado de 15 milhões até o final de 2021, mais do dobro da cifra oficial de óbitos notificados oficialmente por governos. A divulgação do estudo estaria sendo adiada há meses por oposição do governo da Índia, que se tornaria o país com maior número de vítimas da infecção com a atualização. As informações são do jornal norte-americano New York Times (NYT).

Segundo apuração da publicação, o país governado pelo conservador Narendra Modi teria encerrado o ano passado com mais de 4 milhões de mortos por Covid, segundo a OMS, número que contrasta em muito com a cifra oficial de 520 mil óbitos. A Índia é, oficialmente, a vice-líder em casos de coronavírus, com 43 milhões de diagnósticos positivos, mas ainda tem quase 140 mil mortes a menos do que o Brasil, que acumula 12 milhões de confirmações a menos.

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O número oficial de mortes em todo o mundo até o fim de 2021 era de pouco menos de 5,5 milhões, o que indica que o estudo da OMS teria descoberto 9,5 milhões de mortes subnotificadas, sendo 3,5 milhões só na Índia. O Brasil também teria número alto de óbitos não notificados, já que é um dos países massivos que menos testam a população. As fontes consultadas pelo New York Times, entretanto, confirmaram apenas as informações sobre a Índia.

"É importante para a contabilidade global e por obrigação moral àqueles que morreram, mas também é bastante importante de forma prática. Se houverem ondas subsequentes, então entender o total de mortes é a chave para saber se as campanhas de vacinação estão funcionando", disse ao NYT o médico Prabhat Jha, diretor do Centro de Pesquisa Global de Saúde, em Toronto, e membro do grupo de especialistas trabalhando junto à OMS.

O cálculo da Organização Mundial de Saúde, ainda segundo a publicação norte-americana, parte da combinação de dados nacionais em mortes oficiais com informações de localidades como pesquisas domiciliares. Além disso, modelos estatísticos fazem o cálculo das mortes subnotificadas, usando uma diferencial para estimar óbitos por outras causas e excluir da cifra total. O número estimado conta ainda mortes indiretas causadas pela Covid, como as de quem necessitava de cuidados médicos, mas não os obteve diante da superlotação de sistemas de saúde.

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