Cerca de 8,5 milhões de pessoas podem ter alguma condição pós-Covid, aponta Ministério da Saúde

A Pasta anunciou, nesta quarta-feira, 16, o repasse de R$ 160 milhões para atendimento de pessoas com sintomas pós-Covid-19

Cerca de 8,5 milhões de pessoas, no Brasil, podem apresentar ao menos um sintoma pós-Covid-19 — como cansaço, falta de ar aos esforços e alterações de memória —, segundo estimativa do Ministério da Saúde (MS). Nesta quarta-feira, 16, a pasta anunciou, o repasse de R$ 160 milhões para atendimento de pessoas nessa situação nos municípios e no Distrito Federal.

O anúncio foi feito durante evento na sede do Ministério, quando a portaria que libera o investimento foi assinada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Na ocasião, o secretário da Atenção Primária à Saúde (APS), Raphael Câmara, apresentou dados sobre as condições pós-Covid e explicou as ações em que o recurso poderá ser aplicado.

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De acordo com o secretário, de 30 a 75% dos pacientes apresentam alguma manifestação pós-Covid-19. Entre os sintomas mais comuns estão cansaço, falta de ar aos esforços, tosse, dor torácica, perda de olfato e paladar, cefaleia, tontura, alterações de memória, ansiedade e depressão.

A estimativa de que o País conta com cerca de 8,5 milhões de pessoas com ao menos uma condição pós-Covid refere-se ao número de casos de novembro de 2021 (aproximadamente 27 milhões). Dessa forma, segundo o secretário, atualmente esse número é maior. "Com certeza, passa de 10 milhões de pessoas", afirmou.

Sobre as ações em que os recursos poderão ser alocados, o secretário apontou que o valor será destinado para o reforço à assistência na Atenção Primária à Saúde, considerada a porta de entrada no Sistema Único de Saúde (SUS). É na APS onde é feito o primeiro atendimento à população e o encaminhamento, se necessário, para os outros serviços.

"Esse dinheiro obrigatoriamente tem que servir para organizar os serviços da Atenção Primária, organizar fluxo diferenciado; realizar busca ativa de novos casos de condições pós-Covid; articular ações de saúde integradas; realizar monitoramento dos casos; definir estratégias de priorização de atendimento, conforme a realidade local; realizar avaliação, diagnóstico e tratamento de pessoas com condições pós-Covid", explicou.

Câmara destacou que as demandas que não puderem ser atendidas junto à APS serão encaminhadas à área de Atenção Especializada. Também poderão ser realizadas ações de educação em saúde para orientar a população.

Repasse aos municípios

O valor que será repassado a cada município foi calculado a partir da elaboração de um índice de prioridade para classificação dos municípios em alto, médio e baixo. Conforme explicação do Ministério, o índice considera quantitativo de equipes, índice de vulnerabilidade social, porte populacional e taxa de mortalidade por Covid-19.

Os municípios de perfil "alto" tiveram seus valores de repasse multiplicados por três. Os de perfil "médio" tiveram valores multiplicados por dois. Já os municípios de perfil "baixo", multiplicados por um. Com isso, segundo a Pasta, o objetivo é destinar o recurso para localidades com questões de grande vulnerabilidade e maior impacto da Covid-19.

Estudos cearense sobre sintomas pós-Covid-19

Fadiga ou cansaço; alopecia, conhecida popularmente como queda de cabelo, e falta de ar foram os três sintomas físicos mais citados entre pacientes cearenses que ficaram internados por Covid-19 no Hospital Estadual Leonardo da Vinci (Helv) como sequelas da doença. Entre as complicações psicológicas, os cinco problemas mais frequentes foram ansiedade, insônia, angústia, alteração cognitivo-comportamental e medo de morrer, respectivamente.

Esses são alguns dos primeiros achados da Follow-up, vertente do projeto ResCOVID, estudo liderado pela Escola de Saúde Pública Paulo Marcelo Martins Rodrigues (ESP/CE), vinculada à Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). A partir de entrevistas realizadas por telefone, a Follow-up busca detectar vestígios sintomatológicos relacionados a sequelas e complicações da Covid-19 após o período de internamento em seis unidades de saúde da rede pública estadual.

Nesses primeiros resultados, foram considerados 470 pacientes que ficaram internados no Helv, onde, em 2020, 27,3% pacientes apontaram sentir fadiga/cansaço. No ano seguinte, esse percentual passou para 40% dos pacientes atendidos. Em segundo lugar na investigação de sintomas físicos vem a alopecia —20,7% em 2020 e 40,5% em 2021. Em seguida está a falta de ar, com 18,9% no ano em que a pandemia teve início e 11,3% no ano seguinte.

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