Covid-19: o que já se sabe sobre a vacinação de crianças com o imunizante da Pfizer

O POVO acompanhou a reunião da Anvisa e responde às principais dúvidas sobre a liberação de vacinação para crianças de 5 a 11 anos

Nesta quinta-feira, 15, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou a aprovação do uso da vacina da Pfizer para proteger crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19. Em todo o mundo, o imunizante vem sendo aplicado desde novembro na população dessa faixa etária. 

No Brasil, o imunizante da farmacêutica já tem registro definitivo no Brasil para aplicação em pessoas com mais de 12 anos e é aplicado neste público-alvo. O POVO acompanhou a reunião da Anvisa e responde às principais dúvidas sobre a vacinação na nova faixa de idade aprovada:

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A vacina para crianças é diferente?

Sim. O produto é desenvolvido especificamente para este grupo e tem alguns componentes diferentes do imunizante que está sendo utilizado em pessoas com 12 anos ou mais.

Além disso, com base nas pesquisas, a dose ideal para a parcela de 5 a 11 anos equivale a um terço da dose administrada no restante da população. Por ter fórmula ligeiramente diferente, não basta fracionar a dose para adolescentes e adultos em três partes — é necessário encomendar ao fabricante doses da versão pediátrica.

Segundo a empresa, os frascos serão diferenciados pela cor da tampa: laranja para o imunizante pediátrico e roxa para a vacina destinada a quem tem 12 anos ou mais. 

 

Quando começa a vacinação?

O início da vacinação depende do Ministério ou das secretarias de Saúde estaduais e municipais. Cronogramas ainda não foram informados. O Ministério da Saúde (MS) aguarda o recebimento de doses da vacina pediátrica. Ao jornal Folha de S. Paulo, gestores da Pasta estimam que as doses comecem a chegar no próximo mês.

Isso porque o contrato para fornecimento de 100 milhões de vacinas da Pfizer em 2022 ao Brasil inclui a possibilidade de entrega das versões modificadas do imunizante, inclusive a versão para crianças. À Folha, a farmacêutica confirmou que nenhuma dose pediátrica foi enviada ao País até o momento. 


O que fazer caso a criança complete 12 anos entre a 1ª e a 2ª dose?

Nesses casos, a orientação da Anvisa é que a segunda dose seja com a vacina pediátrica.

 

Outros países estão vacinando as crianças com essa vacina?

Sim. A vacina da Pfizer já está liberada nos Estados Unidos para crianças de 5 a 11 anos desde o dia 2 de novembro. Até o dia 8 de dezembro, os EUA já haviam vacinado cerca de 5 milhões de crianças.

No fim do mês, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) também aprovou o uso do imunizante nessa faixa etária. 

Coreia, Austrália e Israel também tem utilizado a vacina da Pfizer em suas crianças. 

 

A vacina pode trazer riscos para as crianças?

Desde que essa faixa etária começou a ser vacinada, foram registradas apenas 2.942 ocorrências de eventos adversos em todo o mundo. Destes, 95% são eventos leves (como dores locais, febre, dor de cabeça e náusea). 

 

Por que crianças devem se vacinar contra a Covid-19?

"Temos o conhecimento de que as repercussões da Covid-19 para crianças são menores que para adultos, muito mais raros os casos graves. No entanto, apenas em 2021, o Ministério da Saúde registra cerca de 1.400 óbitos em crianças", afirmou Luiz Vicente Ribeiro, representante da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, durante reunião da Anvisa.

Segundo o pediatra Renato Kfuri, representante da Sociedade Brasileira de Imunizações e da Sociedade Brasileira de Pediatra, a mortalidade da Covid-19 em crianças no País tem sido superior a qualquer outra doença com vacina disponível no calendário infantil.

 

Outras vacinas podem ser usadas para imunizar as crianças contra a Covid-19 no Brasil?

Ainda não existem estudos com crianças de 5 a 11 anos que tomaram uma primeira dose de Pfizer e uma segunda dose de outra marca. Por isso, a indicação é de manter o mesmo imunizantes nas duas doses previstas.

Nessa quarta-feira, 15, a Anvisa recebeu um novo pedido do Instituto Butantan que trata da indicação da vacina CoronaVac para crianças e adolescentes de 3 a 17 anos. É o segundo pedido do laboratório para indicação do imunizante para essa faixa etária. O primeiro, apresentado em julho, foi avaliado e negado devido à limitação de dados dos estudos apresentados naquele momento.

O prazo de avaliação da Agência para esse novo pedido é de até 30 dias. Caso seja aprovado, o plano de imunização de crianças no Brasil poderá contar com as duas vacinas.

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