Foi vacinado com lote interditado da CoronaVac? Tire suas dúvidas

Nos próximos 90 dias, a Anvisa trabalhará para decidir o que fazer com as doses dos lotes afetados que não foram afetadas. Tanto o órgão federal como o Instituto Butantan, no entanto, defendem que a medida não deve causar alarmismo

A interdição cautelar de lotes da CoronaVac, determinada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no sábado, 4, fez com que várias doses do imunizante ficassem retidas com o poder público até que os estudos sobre a qualidade das vacinas sejam concluídos pelo órgão federal. No caso de Fortaleza, três mil imunizantes chegaram no dia 7 de agosto e começaram a ser usados.

Após a medida da Anvisa, o Instituto Butantan, distribuidor do imunizante no País, defendeu que a interdição não deve causar “alarmismo” e reiterou que os imunizantes são seguros para a população. Há um prazo de 90 dias para que a Anvisa avalie as condições dos imunobiológicos que foram interditados de forma cautelar. O POVO preparou uma lista de perguntas e respostas sobre dúvidas acerca dos imunizantes. Confira:

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Quais foram os lotes afetados?

De acordo com edição extra do Diário Oficial da União neste sábado, 4, os seguintes lotes foram interditados: 202107101H, 202107102H, 202107103H, 202107104H, 202108108H, 202108109H, 202108110H, 202108111H, 202108112H, 202108113H, 202108114H, 202108115H, 202108116H, L202106038, J202106025, J202106029, J202106030, J202106031, J202106032, J202106033, H202106042, H202106043, H202106044, J202106039, L202106048.

Em Fortaleza, foram recebidas três mil doses do lote L202106048 no dia 7 de agosto, mas não foi divulgado quantas doses chegaram a ser aplicadas na Capital.

Há algum risco para quem tomou vacina dos lotes interditados?

O Instituto Butantan, que distribui o imunizante no País, esclareceu que que todas as doses da CoronaVac “estão atestadas pelo rigoroso controle de qualidade”. O órgão defendeu que ele próprio encaminhou a questão para a Anvisa. “Por compromisso com a transparência e por extrema precaução, comunicou o fato à agência, após atestar a qualidade das doses recebidas. Isso garante que os imunizantes são seguros para a população, enfatiza.

O diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres disse, em entrevista ao jornal O Globo, que a população pode ficar tranquila em relação aos imunizantes, ressaltando a segurança da vacina. Ele ponderou que o Butantan foi “transparente” durante o processo e que as instituições estão atuando para resolver a situação.

Por que a Anvisa interditou os lotes de forma cautelar?

A intervenção foi tomada porque lotes da vacina CoronaVac foram envasados em uma fábrica não aprovada na autorização de uso emergencial da vacina. A Anvisa enfatizou a necessidade de atuação imediata para “mitigar um possível risco sanitário” à população. Em nota, a Anvisa explicou que a interdição como ação da medida cautelar aplica-se aos casos “em que sejam flagrantes os indícios de alteração ou adulteração do produto, hipótese em que a interdição terá caráter preventivo ou de medida cautelar”.

Esta medida tem o prazo de 90 dias, conforme a Lei 6.437, de 20 de agosto de 1977. Durante esse período, a Anvisa trabalhará na avaliação das condições de Boas Práticas de Fabricação da planta fabril não aprovada, no potencial impacto dessa alteração de local nos requisitos de qualidade, segurança e eficácia das vacinas, e no eventual impacto para as pessoas que foram vacinadas com esse lote. Além disso, serão feitas tratativas junto ao Instituto Butantan para a regularização desse novo local na cadeia fabril da vacina junto à Agência.

Quantas pessoas receberam essas vacinas no Brasil?

De acordo com levantamento do portal Estadão, cerca de 3,3 milhões de pessoas foram vacinadas com os lotes descritos na medida até o dia 31 de agosto. Ainda não foi divulgado o número de forma oficial pelo Ministério da Saúde. No Ceará, foram recebidos dois lotes. Um deles, com 3 mil doses, foi distribuído somente para Fortaleza. Outro lote, com 142.802 doses, está na Central de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos do Estado (Ceadim) e bloqueado para distribuição, segundo a Secretaria da Saúde do Ceará.

Como saber se fui vacinado com um dos lotes interditados?

É possível ver o lote da vacina aplicado por meio do cartão de vacinação recebido no momento da imunização. Caso o documento tenha sido perdido, a informação também pode ser checada na plataforma do Conecte SUS, do Governo Federal.

Qual a recomendação para quem foi vacinado com um dos lotes?

Ainda não há nenhuma orientação de órgãos oficiais para pessoas imunizadas com os lotes. Em caso de alguma reação adversa, é possível contatar órgãos de saúde locais ou a Anvisa por meio do site VigiMed. Em nota enviada à Folha de S. Paulo, a Secretaria de Saúde de São Paulo disse que "tem convicção da segurança e eficácia da Coronavac e, prezando por critérios técnicos, acompanhará a deliberação da Anvisa com relação aos lotes indicados pela Agência".

Há risco de as vacinas serem perdidas?

Após os estudos da Anvisa, em um prazo de 90 dias, será tomada decisão sobre o destino das vacinas. O órgão federal irá trabalhar na “avaliação das condições de boas práticas de fabricação da planta fabril não aprovada, no potencial impacto dessa alteração de local nos requisitos de qualidade, segurança e eficácia, e do eventual impacto para as pessoas que foram vacinadas com esse lote”.

Há problema em tomar a CoronaVac nos próximos dias?

Não. Os estados e municípios já foram comunicados sobre a interdição cautelar e não aplicarão doses dos lotes. No caso de Fortaleza, foi informado que as doses ficarão retidas enquanto uma decisão é tomada sobre o destino dos imunizantes.

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