Infectologista explica principais diferenças entre variantes da Covid-19

Diferenças estão ligadas ao potencial de transmissibilidade, replicação e capacidade de driblar a proteção adquirida com a vacinação ou anticorpos de quem já teve Covid-19

As variantes do coronavírus têm levantado dúvidas e preocupações. O acompanhamento das mutações tem sido feito por cientistas desde o início da pandemia, mas, segundo o médico infectologista Keny Colares, quando as novas características passaram a potencializar a capacidade do coronavírus de transmissão e resistência aos anticorpos acendeu um alerta entre os especialistas e a sociedade.

O infectologista da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) explica que as mutações já eram esperadas, pois as alterações são características de qualquer vírus (a exemplo do H1N1). Aquelas capazes de gerar mais problemas foram agrupadas em Variantes de Preocupação, segundo Colares.

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Alfa, Beta, Gama, Delta: os nomes do alfabeto grego foram adotados para evitar que o vírus seja associado à nacionalidade, gerando estigmas sociais. De acordo com o Colares, as diferenças entre as variantes identificadas estão ligadas ao potencial de transmissibilidade, replicação e capacidade de driblar a proteção adquirida com a vacinação ou anticorpos de quem já teve Covid-19.

Entenda as diferentes variantes do coronavírus

  • Alfa: Detectada inicialmente na Inglaterra, mostra grande capacidade de transmissão, causando novas infecções. Desta forma, praticamente dominou o cenário nos países onde circulou, por causa da sua capacidade de replicação. No entanto, a variante Alfa não mostrou habilidade em driblar a proteção. “Essa variação do vírus já não tinha essa propriedade de resistir aos fatores de proteção, principalmente aos anticorpos que a gente produz para se proteger, seja com estímulo da vacina ou da própria doença”, explica.
  • Beta: Originada na África do Sul, possui características inversas, e foi a que menos se espalhou pelo mundo, de acordo com Rodrigues. Não apresenta maior capacidade de se multiplicar e se transmitir, mas é a que mostrou mais capacidade de driblar as proteções e os anticorpos, infectando pessoas vacinadas.
  • Gama: A variante brasileira apresenta um pouco das duas características. Ela é mais transmissível, mas nem tanto quanto a Alfa. Tem capacidade de contornar o sistema de defesa, mas não exatamente como a Beta.
  • Delta: A mais recente das variantes, originária da Índia, é mais transmissível que a cepa original. A Delta é duas vezes mais transmissível e tem a capacidade de contornar os nossos mecanismos de defesa. Segundo Rodrigues, com essas duas características, a mutação merece mais atenção: “A variante mostrou-se um problema por onde passou."

Sintomas das variantes da Covid-19

Com as novas características dos vírus, aumenta-se a preocupação com os sintomas. Por isso, Keny Colares orienta para que haja maior atenção para os cuidados sanitários, que devem ser mantidos. Apesar de existir alguma divergência, a maior parte dos estudiosos, de forma geral, considera que, do ponto de vista dos sintomas, não é possível diferenciar muito uma forma da outra, segundo ele. “Temos de continuar considerando os mesmos sintomas que a gente vinha considerando”, afirma.

Conforme informações do infectologista, alguns estudos mostram que a variante Delta afeta menos o olfato, mas que a maioria dos sintomas é semelhante. Por ter grande capacidade de transmissão, mesmo em pessoas já imunizadas, a variante gera sintomas mais leves nos infectados. Ele afirma que pessoas com sintomas gripais bem leves, ou até resfriados, podem estar com Covid-19, mesmo que estejam parcialmente protegidas pela vacina. Nesses casos, o médico recomenda buscar assistência, fazer o exame imediatamente e manter isolamento até o resultado, para evitar transmissão para outras pessoas.

Prevenção da Covid-19

A Sesa reforça que para impedir o avanço da doença os cuidados devem ser mantidos: uso da máscara sempre que sair de casa, evitar aglomerações, manter a higienização das mãos com frequência e respeitar o distanciamento interpessoal.

Colares destaca ainda a importância de aderir à campanha de vacinação contra a doença. “Qualquer vacina disponível para a população passa por vários testes e fases. As atuais vacinas contra Covid-19 são seguras e já foram testadas em milhares de pessoas”, afirmou por meio de assessoria.

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