Jovem usa mercadinho da família para ajudar pessoas no cadastro da vacina em Fortaleza

O comerciante teve a ideia de colocar uma plaquinha tira-dúvidas no estabelecimento, no início desta semana, para ajudar moradores que não têm acesso à internet a se cadastrarem na plataforma de vacinação

Há sete anos, Ygor Castro, 25, trabalha no mercadinho da família no bairro Vila Velha, em Fortaleza, mas se tornou mais do que um comerciante na última terça-feira, 8. Isso porque ele resolveu usar o estabelecimento para ajudar pessoas que não têm acesso à internet a se cadastrarem no site Saúde Digital, de vacinação contra Covid-19. 

Quem entra no mercado pode encontrar Ygor sentado em sua mesa de atendimento. Utilizando máscara, ele acessa um notebook onde há uma plaquinha colada, ilustrada com a imagem do Zé Gotinha, personagem que é "garoto propaganda" do Programa Nacional de Imunizações (PNI): "Cadastre-se e confira a data da sua vacinação aqui. #Vacinaparatodosjá".

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A ideia da plaquinha tira-dúvidas surgiu nesta semana, quando o jovem percebeu que o número de pessoas que o procuravam sobre a vacinação era alto. Dentre as principais dúvidas, estão aquelas sobre como fazer o cadastramento, onde se vacinar e quais documentos são necessários para realizar o processo. Todas as perguntas são feitas por moradores acima de 45 anos, que não têm acesso ou não sabem utilizar a internet.

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O jovem, que é formado em Administração, percebeu essa dificuldade da população ainda no ano passado, quando foi lançado o auxílio emergencial, e o cadastro também era feito de forma online. No entanto, à época, Ygor não chegou a fazer mutirão para ajudar. Segundo ele, os moradores tinham a opção de ir ao banco e estavam interessados no benefício, o que fez com que buscassem informações. "O cadastro da vacinação é mais complexo, e o sistema não ajuda muito. Já vi muitas pessoas tentando e não conseguindo, aí desistem. É muito complicado fazer de primeira", destaca.

O comerciante ainda lista outras razões que dificultam o processo: "O Governo Federal não estimula, e as pessoas acabam deixando de lado, tem a questão da distância também [dos postos de vacinação], do medo da vacina". 

Senso de coletividade

Só nesta quinta-feira, 10, o jovem diz ter tirado dúvidas de cerca de dez pessoas, além de ter cadastrado três no sistema, todas acima de 45 anos. Trabalhando de domingo a domingo, das 6h às 22 horas, e recebendo todo tipo de público, o comerciante afirma que realiza ação também como forma de prevenção, para ajudar a frear o número de casos da doença na região.

"É o senso de coletividade. O pessoal vinha aqui quase toda semana, todo dia, e a pessoa ficando livre da doença, se vacinando, tanto fica bom pra ela como pra mim. A gente está a mercê da sorte", destaca Ygor, frisando a importância de contribuir para o bem coletivo, principalmente na pandemia.


 

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