Tecnologia genética, baixas temperaturas e alta eficácia: conheça a vacina da Pfizer

A vacina registrada como Comirnaty foi a primeira contra a Covid-19 a ter registro definitivo concedido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)

O Ceará recebe na tarde desta segunda-feira, 3, o primeiro lote de doses da vacina da Pfizer/BioNTech contra a Covid-19. Este que será o terceiro imunizante a entrar no calendário de vacinação dos cearenses contra o coronavírus.

A vacina registrada como Comirnaty foi a primeira contra a Covid-19 a ter registro definitivo concedido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em 23 de fevereiro. Apesar de ter permissão para ser distribuída tanto na rede pública quanto na rede privada, as doses da Pfizer chegam ao Brasil por meio do Plano Nacional de Imunização.

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Ainda sem data prevista para início da aplicação, o imunizante levanta curiosidades e questionamentos. Confira perguntas e respostas reunidas pelo O POVO:

Qual a tecnologia utilizada para o desenvolvimento da vacina?

 

A BioNtech em parceria com a Pfizer utilizou a tecnologia chamada mRNA ou RNA-mensageiro. Os imunizantes são criados a partir da replicação de sequências de RNA (o material genético dos vírus) por meio de engenharia genética.

O RNA mensageiro mimetiza a proteína spike, proteína específica do coronavírus que viabiliza sua entrada nas células. Essa "cópia" feita para a vacina não é nociva como o vírus, mas é suficiente para desencadear uma reação das células do sistema imunológico, que cria uma defesa robusta no organismo.

As vacinas de RNA mensageiro são um novo tipo de imunizante, considerado de 3ª geração, que também tem como objetivo proteger as pessoas de doenças infecciosas.

Porque os vacinadores precisam ser treinados?

 

Cada frasco é multidose, ou seja, possui vacina suficiente para mais de uma pessoa. Porém, isso já é observado na CoronaVac e na vacina da AstraZeneca/Oxford/Fiocruz. O diferencial é que o imunizante da Pfizer é conservado congelado e deve ser descongelado e diluído em seguida para então estar pronto para a aplicação.

Somente pessoas com comorbidades receberão a vacina da Pfizer no Ceará?

 

O imunizante deverá ser disponibilizado para pessoas do grupo da 3ª fase da Campanha Nacional de Vacinação contra a Covid-19, ou seja, aquelas com comorbidades previstas nessa classificação do Plano Nacional de Imunização.

Quantas pessoas serão vacinadas?

 

Devem chegar nesta segunda-feira, 3, 17.550 doses da vacina Comirnaty. O quantitativo corresponde tanto a D1 quanto a D2. Assim, espera-se que 8.775 doses (50% do total) sejam logo disponibilizadas para a primeira dose e outras 8.775, sejam estocadas para a segunda dose (que deve acontecer com intervalo de 21 dias).

Porque a vacina será aplicada apenas em Fortaleza?

 

O imunizante precisa ser armazenado em temperaturas negativas. Isso porque a vacina é envolta em uma camada de gordura para não se degradar facilmente. As doses podem ficar até 6 meses em freezer de Ultra Baixa Temperatura, entre -90°C e -60°C. Já em freezer entre -25°C e -15°C, o prazo é de até 14 dias. Para uso, podem ficar no máximo 2 horas em temperatura ambiente (recomendada a 23ºC e máxima de 30ºC).

O refrigerador que será usado para armazenar as doses do novo imunizante está disponível na Central Estadual de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos (Ceadim) da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). Todo o transporte precisa ser feito em meios refrigerados.

É uma vacina segura?

 

Em novembro, os fabricantes anunciaram que a Comirnaty apresentou 95% de eficácia após a aplicação da segunda dose. Os testes de fase três foram realizados com cerca de 44 mil participantes, em 150 centros de pesquisa, no Brasil e em países como Estados Unidos, Alemanha, Turquia, África do Sul e Argentina.

Conforme os estudos, tem 94,6% de eficácia para casos leves e moderados e 100% para casos graves.

A bula indica que 10% dos vacinado apresentaram dor e inchaço no local de injeção, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, calafrios e febre. Já entre 1% e 10% dos pacientes tiveram vermelhidão no local de injeção e náusea. 

Por qual motivo o governo federal teve de contratar um seguro que cobre efeitos adversos do imunizante?

 

O seguro consta nas cláusulas do contrato de compra assinado com a Pfizer. A aquisição de seguro para as vacinas da Pfizer custou R$ 6 milhões aos cofres públicos, de acordo com o extrato da contratação publicado no Diário Oficial da União.

Entre as vacinas adquiridas para combater a pandemia, os contratos com a Pfizer e com a Janssen são os únicos que condicionaram as entregas das doses à emissão de apólice.

Como age contra as variantes do coronavírus?

 

Em 1º de abril deste ano, as empresas Pfizer e BioNTech relataram que a vacina funciona contra a variante sul-africana do novo coronavírus. 

De acordo com estudo de laboratório que foi publicado na revista científica New England Journal of Medicine em 8 de março, a vacina foi capaz de neutralizar a variante P.1 - que hoje é a predominante no Brasil.

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