Inteligência artificial é aliada para diagnóstico mais rápido da Covid-19

Além do programa que ajuda a diagnosticar pacientes de Covid-19, os pesquisadores também avançam em tecnologias para pacientes já curados, mas com sequelas da doença

O diagnóstico de Covid-19 rápido e seguro, em cinco minutos. Em um país que têm como um dos gargalos da pandemia a dificuldade da testagem, esse é um desejo de quem trabalha diretamente com a doença. É aí que a tecnologia e a computação podem se unir à saúde para ajudar na criação de soluções. Especialistas do Instituto dos Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas (IEEE) vêm trabalhando em inteligências artificiais para auxiliar médicos na tomada rápida de decisões com pacientes de Covid-19.

Anthony Lins, professor-pesquisador da Universidade Católica de Pernambuco, explica que ele e um grupo de pesquisadores já vinham pesquisando sobre programas que pudessem auxiliar no diagnósticos de doenças, como o Alzheimer. Com a pandemia, o foco se concentrou em uma forma de ajudar no combate à doença. Assim surgiu o programa de computador, baseado em diversas abordagens da inteligência artificial - visão computacional, mineração de dados e aprendizado de máquinas – para dar suporte, agilidade e precisão ao diagnóstico médico.

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De forma prática, o profissional vai poder unir o quadro clínico com os sintomas que o paciente está sentindo com imagens e outros indicativos. O membro do IEEE explica que a solução tecnológica examina o material da coleta viral de nasofaringe realizada pelo swab nasal, detecta possíveis marcadores encontrados no teste RT-PCR, analisa dados contidos no hemograma completo e investiga se as lesões detectadas em radiografias e tomografia são compatíveis com as provocadas pelo novo coronavírus. Assim, em minutos o sistema aponta, com uma precisão em torno de 90%, se o paciente está ou não com Covid-19.

Lins pontua que o objetivo não é substituir a presença dos profissionais da saúde, mas ajudar em decisões críticas como o tipo de medicamento ou se o paciente pode ou não ir para casa. "A gente que propor mais uma ferramenta que possa colaborar afim de que os médicos tivessem mais uma via de análise para poder chegar no diagnóstico. Isso sabendo que, dependendo do resultado, o paciente possa começar logo o tratamento", explica ele.

Tempo de espera

 

Para se ter como exemplo, um levantamento feito pelo O POVO em laboratórios de Fortaleza mostrou que o tempo de espera de um resultado de exame para Covid-19, do tipo PCR, pode levar até 12 dias úteis. O menor prazo são cinco dias úteis. Esse tipo de teste detecta partículas do vírus e é mais indicado para quem está nos primeiros dias da doença.

O projeto, segundo o pesquisador, está sendo trabalhado com uma startup e já firmou convênio com um hospital particular de Pernambuco, além de uma rede nacional de laboratórios. O próximo passo estudado, com a participação de auxílio da empresa e dos pesquisadores, é que o serviço possa ser ofertado à unidades públicas, com uma parceria envolvendo a Secretaria de Saúde de Pernambuco. A união deve aumentar ainda mais o banco de dados do programa, que vai aprendendo também com casos reais de pacientes diagnosticados. "Com esses convênios, pretendemos aumentar a base de dados e poder melhorar a assertividade da busca desses padrões (de Covid-19)", complementou.

Ajuda para curados 

 

Além de auxiliar no tratamento, a inteligência artificial vai poder ser usada para ajudar os pesquisadores a entender melhor a Covid-19. “Como a epidemia é global, temos a opção de usar a inteligência artificial para realizar o monitoramento da doença, seus sintomas e evolução em vários países e, assim, identificar padrões ou correlações que são difíceis de ser percebidas por simples observações”, diz Anselmo Frizera, também pesquisador da IEEE.

Estão sendo usados também sistemas robóticos na reabilitação de pacientes com Covid-19, que apresentem sequelas neuromusculares, como fraqueza muscular ou perda do controle motor. “A reabilitação robótica já vem sendo utilizada na recuperação de pacientes com lesões motoras e cognitivas, como o Acidente Vascular Cerebral (AVC) e a lesão medular”, conclui o membro do IEEE.


 

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