Hospitais particulares não conseguem comprar medicamentos de intubação, afirma Associação 

Oito unidades particulares de Fortaleza são filiadas à Associação dos Hospitais do Estado do Ceará. Rede Hapvida diz que não há desabastecimento e Hospital da Unimed afirma que tem se articulado para manter estoques

Diante da crise de equipamentos de saúde e insumos causada pela 2ª onda da Covid-19 no Ceará, hospitais particulares temem suspender a intubação de pacientes pela falta de medicamentos utilizados para o procedimento, como sedativos, analgésicos e bloqueadores neuromusculares. Conforme Luiz Aramicy Pinto, presidente da Associação dos Hospitais do Estado do Ceará (Ahece) e secretário geral da Federação Brasileira de Hospitais (FBH), as unidades particulares estão "subsistindo com o estoque que nós tínhamos" porque as distribuidoras não estão fornecendo os insumos. 

"Foi feito um arresto dos medicamentos pelo Estado. Estamos subsistindo com o estoque que nós tínhamos. Só temos abastecimento para mais uma semana. Se não houver um socorro, haja vista a pressão no país todos, os médicos vão utilizar outro tipo de protocolo, quando possível. Quando não tiver como, vão precisar utilizar elmo, outros formas porque os pacientes não poderão ser intubados. Vão deixar de intubar muitos pacientes", explicou o representante. 

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Segundo Aramicy, os hospitais estão articulando fazer uma compra direta de medicamentos para tentar mitigar o problema. Além disso, "a gente espera que o Estado socorra os hospitais privados em caso de necessidade extrema", afirma. "Pacientes muito graves não vamos poder mais receber", acrescenta.

Segundo o presidente da associação, oito hospitais associados tratam de Covid-19 na Capital: Gênesis, Gastroclínica, São Mateus, São Carlos, São Raimundo, São Camilo, Uniclinic, Otoclínica.

Conforme a Rede Hapvida, "não há desabastecimento de insumos ao combate e tratamento à Covid-19". A Unimed Fortaleza informou que "tem se articulado para assegurar o abastecimento de medicamentos e manter os estoques em níveis aceitáveis no Hospital Unimed". "A diretoria do hospital tem reforçado ainda com a equipe a importância do uso responsável dos medicamentos para garantir o atendimento adequado aos seus pacientes", diz nota da rede.

O que diz o governo estadual

Na tarde dessa terça-feira, 23, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) requisitou administrativamente o estoque de 26 distribuidoras de medicamentos necessários para o tratamento da Covid-19. Cerca de 60% dos municípios do Estado estão em estoque crítico dos insumos. O Executivo estadual resolveu centralizar a compra dos insumos necessários e distribuir para os municípios por 30 dias.

Conforme a Sesa, a requisição administrativa de medicamentos "kit intubação" não afeta as aquisições de outras unidades de saúde públicas e privadas. "O ato, previsto na legislação, foi realizado junto a distribuidores do Estado", informa nota enviada pela assessoria da pasta. O documento entregue às empresas, de acordo com a secretaria, comunica que "não estão abrangidos por essa requisição os estoques faturados ou já reservados para outras unidades públicas ou privadas de saúde".

"Considerando que o Estado, além de dotas suas unidades, tem auxiliado diretamente os municípios cearenses no contingenciamento da pandemia, a medida se revelou necessária para evitar o risco de desabastecimento", conclui a nota.

 

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