Wagner Moura volta a retratar ditadura em filme e critica 'momento distópico'

Diretor de "Marighella" (2021), Wagner Moura destaca memória política do Brasil em "O Agente Secreto" (2025)

16:50 | Mai. 19, 2025

Por: Lillian Santos
Wagner Moura em entrevista coletiva após a estreia mundial de "O Agente Secreto" em Cannes (foto: XAVIER GALIANA / AFP)

Protagonista de “O Agente Secreto”, que estreou em Cannes no domingo, 18, Wagner Moura comentou sobre o viés político da produção nacional. Durante a coletiva de imprensa ocorrida nesta segunda-feira, 19, o artista baiano relembrou outras criações cinematográficas ambientadas na mesma temática.

“Eu dirigi um filme sobre a ditadura militar, sobre uma pessoa que lutou contra a ditadura, que queria derrubar o regime”, iniciou o ator, criando “Marighella”, de 2021. Dirigido por Moura, o longa-metragem acompanha a trajetória de Carlos Marighella (1911-1969), comandante de um grupo de guerrilheiros que luta contra a ditadura militar brasileira.

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“É muito triste que em momentos distópicos você, ao se manter fiel aos valores de dignidade e caráter, seja considerado um perigo. Quando os valores que vêm de cima são tortos e onde a maioria das pessoas comunga com esses valores, é muito difícil e é muito corajoso você simplesmente ser quem você é”, argumentou.

Assim como “Marighella”, “O Agente Secreto”, de Kleber Mendonça Filho, narra a saga de um professor que, ao ser perseguido por forças político-econômicas, tenta fugir do Brasil durante a ditadura militar.

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“Então, o sentido de coletividade talvez seja o mais bonito, não só em momentos distópicos, mas em momentos bons também. É uma pena que a gente esteja precisando de coletividade em momentos de autoritarismo”, finalizou Wagner Moura.

Com informações de Arthur Gadelha