Fantasias além do Carnaval: Pateta, Olaf e Woody, quantos personagens você pode ser?
Thiago Martins concilia o trabalho administrativo com o de dar vida a personagens adorados do cinema. Veja como é o trabalho de personagem vivo
07:01 | Fev. 27, 2025
Quando pensamos em personagens fantasiados, podemos lembrar do Carnaval ou das atrações dos parques do Walt Disney World, na Flórida (Estados Unidos), conhecidos mundialmente por trazer à realidade os personagens adorados dos filmes.
A mais de cinco mil quilômetros da Flórida, na cidade de Fortaleza, atores também incorporam os amados personagens em festas e outros eventos.
É o caso de Thiago Martins, 31, que concilia o trabalho administrativo com o de personagem vivo e já interpretou o Pateta, o Olaf - da franquia Frozen - e até o Stitch, do filme Lilo & Stitch.
“Amo o que faço e me sinto bem vendo um sorriso no rosto de uma criança realizada, encantada de estar vendo ali o personagem que ela admira”, conta.
Sendo fã do universo Disney e estando envolvido com música, dança e teatro desde criança, começar a trabalhar como personagem vivo foi um “processo natural”. Thiago segue no ramo há 13 anos, após considerar a indicação de uma amiga.
A "vida dupla" segue: na semana, realiza o trabalho burocrático do escritório; aos finais de semana, dá vida às animações.
Mas o que é um personagem vivo?
Talvez você já tenha visto nas redes sociais, pessoas - em especial, mulheres - que trabalham como princesas nas festas infantis, ou seja, interpretam um personagem vivo. Eles vestem figurinos, mudam a cor do cabelo e até dos olhos, para ficarem caracterizados da forma mais fiel possível aos filmes e animações.
No entanto, essa função não é a mesma que ser animador de festa. Os animadores têm uma função recreativa, para brincar com as crianças, dançar e até fazer pinturas faciais.
Já os personagens vivos trabalham recepcionando e interagindo os convidados para “levar a pessoa para o clima da festa”.
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“Não para animar, fazer brincadeira. Estamos lá para compartilhar com os animadores e levar alegria para aquele momento”, destaca o Thiago.
Neste ramo, é comum ter pessoas que já possuem formação em teatro, dança ou música, mas não é pré-requisito. Outras ingressam por interesse - como é o caso de Thiago Martins - e têm o apoio de outros profissionais como diretores de cena e coreógrafos para desenvolver suas habilidades. Ademais, para estar bem “em cena” é preciso ter hábitos saudáveis e muito treinamento.
Preparação para viver o personagem vivo começa bem antes do evento
“Se você não tiver uma boa educação alimentar e não tiver uma boa preparação, você vai passar mal dentro do personagem”, adverte o profissional sobre o cotidiano do trabalho. Thiago elenca que estar bem hidratado e fazer alongamentos antes das apresentações facilita o processo.
Além disso, é importante estudar o personagem que interpretará, com todos os seus trejeitos, forma de andar, e, no caso de quem não usa fantasias cobertas, as expressões faciais e o tom de voz.
“Eu faço o Pateta, o Olaf e o Woody, todos os três têm características e três jeitos diferentes. Eu vou lá, observo os parques da Disney, os atores da Disney fazendo, que são as minhas referências para eu poder fazer e entregar o melhor e o mais próximo possível do original.”
“Não posso fazer, por exemplo, o Woody, um boneco de pano, como o Buzz (Lightyear), que é duro. É preciso trazer para ele movimentos específicos de boneco de pano no meu corpo”, completa.
No entanto, não é só o ator quem está envolvido nas apresentações. Durante a preparação, diretor cênico e coreógrafo fazem parte da equipe. Bailarinos também podem compor os grupos. E, na hora do evento, é o assistente de produção quem faz a intermediação entre o cliente e a equipe que está executando o trabalho.
Assim, o segmento de eventos tem investido cada vez mais nesses personagens, que também trazem retornos financeiros para os atores e as empresas que intermedeiam os trabalhos.