Fantasias além do Carnaval: princesas se preparam para um aniversário

Fantasias além do Carnaval: princesas se preparam para um aniversário

Há quem viva em um mundo fantástico o ano todo. Trajadas com anáguas e vestidos característicos, Branca de Neve e Cinderela mostram os bastidores dos personagens vivos em Fortaleza

Carnaval é, para muitos foliões, época de se transformar. Para algumas pessoas, a vida em fantasias dura o ano todo.

“Um Mickey, uma Minnie e muita cara de pau”. Foi assim que João Carlos e Luana Pontes decidiram entrar de cabeça na produção de personagens para eventos e serviços de festas infantis em Fortaleza. O casal, que começou com as duas mascotes da Disney, agora aguarda a chegada de uma nova dupla: Branca de Neve e Cinderela.

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As perucas das princesas estão dispostas na sala de estar, com os seus devidos suportes, e também esperam as donas. O trânsito após a chuva - somos informados - retardou a chegada da realeza, mas elas estão a caminho nas carruagens adaptadas (carros, para quem não deseja usar a imaginação).

“O evento de hoje começou ontem, às vezes começa até antes, dependendo de como está”, comenta Luana. “A gente tem que verificar os figurinos, e todos eles estão lavados. Na verdade, (a preparação) começou semana passada, porque resolvi que íamos refazer as perucas.”

O casting segue um nível inspirado em parques da Disney, considerando até a altura dos personagens e a verossimilhança de quem deve interpretá-los.

A celebração do momento é uma festa de aniversário, e a magia começa antes mesmo de a aniversariante colocar os olhos nas princesas. Assim que as atrizes Thaís Mota e Pamela Sousa entram no apartamento, os figurinos já são dispostos e, caminhando de um lado para o outro, elas são vestidas.

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Da fantasia à realidade: vestindo a Branca de Neve

Na animação homônima da Disney, a protagonista Branca de Neve tem o seu próprio séquito de animais ajudantes, que a confortam e a auxiliam nas atividades; o mesmo é verdade para Cinderela. Na vida real, quem acompanha atentamente os preparativos é o gato Bruce.

Ele está sentado na mesa, caminhando, quando percebe que o pote de biscoitos está aberto - como todo felino de respeito, não poderia, é claro, perder a oportunidade de tentar pegar um. A missão falha, uma tampa é colocada e Bruce decide se resignar aos carinhos da repórter.

Nesse ínterim, as primeiras camadas de Branca de Neve se fundem com Thaís Mota, que se transforma na personagem enquanto responde às perguntas. Ora fica na sala de estar, ora segue até o quarto, para trocar a roupa, antes de retornar com as respostas.

“Principalmente quando estou fazendo um personagem pela primeira vez, assisto a vídeos. Se possível assisto ao filme, para saber como é, para estudar o personagem”, explica a atriz. “E depois é maquiagem, peruca… Enfim, geralmente tem uma coreografia que a gente faz nos eventos.”

A dublagem para a coreografia da Branca de Neve, explica Thaís, busca interagir com os pequenos na festa. “As crianças já vão correndo para abraçar, principalmente as menores, de três e quatro anos (de idade). Quando tem 1 ano, a gente tem que ir chegando, que é para a criança se acostumar.”

Uma das experiências que a marcou aconteceu enquanto Thaís interpretava uma personagem diferente: Emília, do Sítio do Pica Pau Amarelo. Em vez da aniversariante, a conexão foi com a prima da criança, que inicialmente estava apreensiva em se aproximar.

“A aniversariante disse: ‘é porque minha prima tem muito medo de personagens’. E quando ela (a prima) me viu, foi se esconder atrás da mãe dela”, revela. “Só que aí, eu disse: ‘vou tentar fazer essa menina gostar de mim’.”

“Fiquei indo até ela, me aproximando devagarinho, eu falava ‘bate aqui’”, diz Thaís, fazendo o movimento com a mão. “No final das contas, ela não me soltou e foi muito mais difícil me despedir dela do que da aniversariante.”

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Da fantasia à realidade: vestindo a Cinderela

Sentada no sofá, Pamela Sousa inicia a conversa enquanto se apronta para representar a Cinderela. Desde criança foi apaixonada pelas princesas e sempre se fantasiou; agora, transformou a fantasia em realidade.

“Quando tinha 18 anos, comecei a trabalhar com eventos. A primeira personagem que fiz foi a Arlequina, aí, depois de um tempo, outras empresas me chamaram e comecei a fazer princesas”, relembra. “A primeira princesa que fiz… Acho que foi a Cinderela.”

Pamela confessa que, além da preparação musical com a trilha sonora, “já tem os filmes decorados” em sua cabeça. “Sei tudo, tudo”, ri.

 

“A maioria das crianças, principalmente as meninas, amam. Ficam vidradas, como se fosse um sonho, vendo aquela personagem que elas assistem em um desenho animado”, explica, antes de acrescentar, em tom de brincadeira: “Mas, em compensação, tem umas crianças ‘atentadas’ que dizem: ‘ai, não é de verdade’, ‘não é o cabelo dela’... Sempre tem”.

Por outro lado, uma das lembranças queridas que guarda das festas infantis também aconteceu quando interpretou a Cinderela, embora a cidade fosse diferente: São Paulo.

“Tinha uma criança, e ela não queria me soltar, eu acho que ela tinha uns quatro anos. Ela chorou, porque não queria que eu fosse embora”, diz. “Fiz ela dormir no meu colo para conseguir me soltar e ir embora. Eu chorei, e fiquei: ‘meu Deus do Céu!’”.

“Foi muito lindo e tem muitas emoções. É como eu falei, é um sonho que a criança está realizando ali, e algumas realmente se apegam e não te soltam por nada”, completa.

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