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Das marchinhas aos grandes sambas, Mart'nália encanta público na abertura do Carnaval de Fortaleza

Mart'nália vem da grande linhagem do samba. Negra de Vila Isabel, filha de Martinho da Vila, ela abriu o Carnaval de Fortaleza, na noite de sexta-feira, 21, levando a ancestralidade do samba para a Praia de Iracema. "Aqui começo meu Carnaval", disse ela no palco. Era o começo do Carnaval 2020 para todos que ali estavam, mas esse início tem carga diferente para quem nasce lá na Vila.

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Nos centros de tradição carnavalesca mais antiga já se está acostumado: show da Mart'nália é diferente do show de Carnaval da Mart'nália. Ela subiu ao palco com fantasia de palhaça. Se Fortaleza nos últimos dias ficou algo anestesiada e demorando a entrar no clima de Carnaval, Mart'nalia puxou o público para a festa. O repertório ia muito além das músicas próprias. Clássicas marchinas de Carnaval deram o tom da apresentação. E aí foram Mart'nália e mais de mil palhaços no salão. "Ainda pode cantar essas músicas?", perguntavam-se alguns enquanto o coro acompanhava "olha a cabeleira do Zezé, será que ele é? Será que ele é?" e "Maria Sapatão".

É Hoje, da União da Ilha, na voz de Mart'nália:

Também houve grandes sucessos da cantora, como Cabide. "É que eu sambo direitinho, assim bem miudinho, 'cê não sabe acompanhar". Grandes clássicos do samba, composições de Martinho da Vila. Sambas de Noel Rosa, como Feitiço da Vila. Tradicionalíssimos sambas enredos, como da União da Ilha do Governador, mais que adequado para uma abertura do Carnaval: "É hoje o dia da alegria e a tristeza, nem pode pensar em chegar." E um dos maiores de todos os tempos, Aquarela Brasileira, de Silas de Oliveira, do Império Serrano, que ganha um tom especial sempre que é cantado por aqui. "Estava no Ceará, terra de Irapuã, de Iracema e Tupã", bradou a plenos pulmões o empolgado público da praia cuja homenageada na música é citada.

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Mart'nália terminou o show com outro dos mais belos sambas já escritos, Kizomba - festa da raça, composto por seu pai e que deu o primeiro título do Carnaval carioca à Vila Isabel, em 1988. "Neste evento que congraça gente de todas as raças numa mesma emoção, esta Kizomba é nossa Constituição."

Mart'nália canta Kizomba:

O show levantou o público, que só não interagiu mais pela distância do palco, do qual estava separado por uma área VIP demasiadamente grande, numa festa pública. A ponto de Renato Black, que se apresentou antes de Mart'nália, ter descido para conseguir ficar perto da plateia.

Renato Black desceu até a ponta da enorme área VIP para conseguir ficar perto do público
Renato Black desceu até a ponta da enorme área VIP para conseguir ficar perto do público (Foto: FCO FONTENELE)

A festa foi bastante tranquila e com muita segurança, a preocupação desses dias.

Renato Black desceu do palco e cantou da área VIP para ficar perto do público:

A festa no aterro prossegue neste sábado, com Lenine como atração principal. No domingo, o show será de Gilberto Gil. Na segunda-feira, Baiana System e terça-feira, Bloco do Silva.

 

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