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Mangueira promoverá desfile em 2020 com Maria Madalena LGBT e Nossa Senhora das Dores de luto pela violência

As fantasias são propostas do figurinista Leandro Vieira, que ressaltou que a ideia é representar o que verdadeiramente era defendido por Jesus Cristo, desde a defesa da tolerância até a humildade
17:54 | Out. 27, 2019
Autor Natália Coelho ESPECIAL PARA O POVO
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Tipo Notícia

Em 2020, as fantasias verdes e rosas da escola de samba Mangueira ganham novas cores e representações. O desfile do grêmio carnavalesco promove as personagens Maria Madalena com cores do arco-íris e simbolizando a bandeira LGBT, e a Nossa Senhora das Dores, de preto pelo luto pela violência brasileira e com uma bandeira nas cores preta e rosa com “Estado Assassino” escrito no lugar de “Ordem e Progresso”.

As fantasias são propostas do figurinista e carnavalesco Leandro Vieira, que ressaltou em sua conta de Instagram que a ideia é representar o que verdadeiramente era defendido por Jesus Cristo, desde a defesa da tolerância até a humildade.

“Cristo sempre se colocou ao lado dos oprimidos, nunca dos opressores. E é esse, o princípio do enredo da Mangueira: Cristo como difusor da fraternidade e combatente da opressão. (...) O país que mais mata homossexuais no mundo é o mesmo país que se registra como sendo 90% cristão. Há nessa informação um dado no mínimo discrepante”, escreveu em seu perfil, em defesa à personagem da Maria Madalena, que frequentemente é associada ao pecado.

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Sobre a personagem “Maria das Dores Brasil”, a proposta é simbolizar o sofrimento da “mãe do Cristo ‘original”, mas também abarcar as mães nas periferias do País que perdem seus filhos pela violência. "A fantasia, 'Maria das Dores Brasil' é (...) uma extensão do sofrimento de milhares de outras mães nas periferias brasileiras que tiveram filhos vítimas de políticas públicas de violência e despreparo”, ressaltou.

 
 
 
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#BastidoresDaCriação: O enredo de uma escola de samba é uma proposta artística. Como tal, ele se apresenta através de mecanismos lúdicos que tendem a despertar sensações. Esses "mecanismos" são a matéria prima do trabalho que realizo. Em "A verdade vós fará livre" - a peça artistica que desenvolvo para apresentar no carnaval de 2020 - o Cristo de dois mil anos atrás é posto na situação do Brasil de dois mil anos depois. O Cristo que nasceu numa família pobre da Galiléia, nasce agora numa família pobre do Morro de Mangueira. Há dois mil anos atrás Cristo foi julgado bandido, seu corpo torturado e quem o matou, foi o Estado. Muitas vezes o Estado é sim assassino. Não faltam exemplos para justificar que ele - O Estado - nunca deixou de "pegar alguém pra Cristo." A fantasia, "Maria das Dores Brasil" é então uma tradução da mãe do Cristo "original" mas também, uma extensão do sofrimento de milhares de outras mães nas periferias brasileiras que tiveram filhos vítimas de políticas públicas de violência e despreparo.

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