Vítima da Moda: podcast revisita morte de estilista da grife Frankie Amaury
Vítima da Moda, podcast produzido por Chico Felitti, relembra assassinato de Amaury Veras, um dos estilistas por trás da grife Frankie Amaury; confira
08:00 | Nov. 01, 2025
Lançado no dia 21 de outubro, o novo podcast do jornalista Chico Felitti trouxe para os holofotes o caso de um assassinato não solucionado no Rio de Janeiro.
“Vítima da Moda” relembra a história e a morte de Amaury Veras, estilista por trás da grife Frankie Amaury, criada ao lado de seu parceiro Frankie Mackey.
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Com mais de vinte anos desde o acontecido, o podcast procura entender, nos seus dez episódios, o que realmente aconteceu na noite em que Amaury Veras foi morto. Desde então, a grife Frankie Amaury foi fechada e relançada pelas mãos de uma familiar próxima.
A seguir, saiba o que aconteceu com Amaury Veras e com a grife Frankie Amaury.
“Vítima da Moda”: Podcast investiga morte de Amaury Veras
No dia 2 de setembro de 2004, Amaury Veras foi encontrado morto. Enforcado com uma echarpe presa ao portal da varanda de seu quarto, seu corpo foi encontrado na manhã daquele dia por Frankie Mackey, seu ex-companheiro. Juntos, os dois comandavam uma grife de roupas com o primeiro nome de cada: Frankie Amaury.
Em um primeiro momento, a causa da morte de Amaury foi dada como suicídio. Porém, havia um ferimento na sua cabeça que precisava de uma explicação.
Frankie contou que, em um ato de desespero, soltou a echarpe que prendia o corpo de Amaury no ar para tentar reanimar o estilista. Ao fazer isso, a cabeça dele teria batido na quina da cama, abrindo uma fenda no supercílio.
Quarenta e oito horas após o corpo ter sido encontrado, o Instituto Médico-Legal liberou o laudo com a causa da morte. Para eles, Amaury não tinha se suicidado, mas sim fora golpeado e enforcado por outra pessoa.
O crime dividiu amigos e parentes. Frankie, apelido de Francisco Augustin Mackey, foi apontado como o principal suspeito. Ele e Amaury haviam formado um casal, mas desde a separação eram apenas amigos e sócios da grife que levava seus nomes. Em meados dos anos 2000, porém, a Frankie Amaury enfrentava graves dificuldades financeiras.
Uma das amigas de ambas as partes, a socialite Kiki Garavaglia, testemunhou a favor de Frankie na primeira fase do processo. Foi ela quem revelou que Amaury havia tentado se matar outras vezes e enfrentava um diagnóstico de diabetes e HIV positivo. Para ela, Frankie era “incapaz de machucar alguém”, como afirmou para O Globo na época em que o caso seguiu para julgamento em 2014.
Segundo o Ministério Público, o laudo produzido pelo IML prova que Frankie teria “desferido forte golpe com instrumento contundente na região frontal” do supercílio de Amaury. O resultado foi uma “fratura dos ossos da base do crânio, com hemorragia e edema cerebral”. Em seguida, o estilista foi asfixiado, o que o MP classificou como um “crime praticado por meio cruel”, por conta da impossibilidade de defesa da vítima.
Acusado, Frankie fugiu para sua cidade natal, Rosário, na Argentina. Desde janeiro de 2006, foi decretada sua prisão preventiva, tornando-o um foragido da Justiça brasileira. Em 2015, quando o caso iria a júri popular, a defesa de Frankie apresentou um atestado de óbito de Frankie, morto por conta de problemas cardíacos.
Após a morte de Frankie, o caso foi encerrado sem solução. Com o lançamento de “Vítima da Moda”, podcast produzido por Chico Felitti, o caso é revisitado com entrevistas de amigos e testemunhas que relatam a presença de outra pessoa no apartamento na noite em que Amaury foi assassinado.
Frankie Amaury: Grife é relançada com promessa de livro e filme
Lançada nos anos 70, a grife Frankie Amaury se destacou em solo nacional por usar couro como tecido principal em peças de alta qualidade adaptadas para o clima tropical. A inspiração veio do trabalho feito em St. Tropez, onde o couro era matéria-prima para diversas peças de roupa.
Em 2024, após duas décadas de seu fechamento, a grife voltou pelas mãos de Renata Veras, sobrinha de Amaury. Para o relançamento, o foco foi na coleção de acessórios, com uma reedição de itens clássicos da marca, como a mochila “Carla” e a “bolsa saco”, ambas disponíveis em 11 cores diferentes, animal print e uma estampa jeans.
O retorno começou a ser pensado em 2022, dois anos após Renata adquirir os direitos da marca. Em entrevista ao O Globo, ela destacou o papel de seu tio Amaury e Frankie Mackey como precursores da moda espetáculo no Brasil.
No mesmo ano, também foi prometido um livro narrando a trajetória da dupla, escrito por Alexandre Schnabl, além de um filme dirigido por José Henrique Fonseca. Ambas as obras abordarão o relacionamento romântico da dupla e a morte de Amaury Veras. Até o momento, não há atualizações ou data de lançamento para qualquer um dos projetos.