Raimundo Fagner faz aniversário hoje; veja curiosidades e sucessos do cantor
Do interior do Ceará aos palcos internacionais, o cantor construiu uma carreira marcada por parcerias, sucessos e influência decisiva na música popular brasileira
14:33 | Out. 13, 2025
Raimundo Fagner celebra 76 anos de vida e mais de cinco décadas de carreira nesta segunda-feira, 13. O cantor, compositor e produtor é um dos maiores nomes da MPB, com clássicos como "Canteiros", "Borbulhas de Amor" e "Mucuripe".
A seguir, O POVO conta trajetória, sucessos e curiosidades do artista cearense.
Trajetória pessoal de Raimundo Fagner na música
Nascido em Fortaleza, em 13 de outubro de 1949, e criado em Orós (a 130km da Capital), no interior do Ceará, Raimundo Fagner Cândido Lopes demonstrou talento precoce.
Aos seis anos, venceu um concurso infantil da Rádio Iracema ao interpretar “Mamãezinha Querida”. Desde então, a música tornou-se parte essencial de sua vida.
Filho de pai árabe e neto de índio por parte de mãe, Fagner cresceu imerso em diversas influências culturais. Inspirado por nomes como Luiz Gonzaga, Orlando Silva e Nelson Gonçalves, começou a compor ainda na adolescência e integrou grupos vocais e instrumentais locais.
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O surgimento do “Pessoal do Ceará”
No fim dos anos 1960, Fagner juntou-se a Belchior, Ednardo, Rodger Rogério e Ricardo Bezerra para formar o Pessoal do Ceará, grupo que marcou a cena musical brasileira ao unir poesia e regionalismo. Em 1968, venceu o IV Festival de Música Popular do Ceará com Nada Sou.
Pouco depois, mudou-se para Brasília, onde cursou Arquitetura na Universidade de Brasília (UnB), mas foi na música que encontrou seu verdadeiro caminho.
Em 1971, conquistou prêmios no Festival de Música Jovem com canções como Mucuripe (com Belchior) e Manera Fru Fru, Manera.
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Raimundo Fagner: ascensão nacional e primeiros sucessos
O ano de 1972 marcou o início da fama nacional de Fagner. Elis Regina gravou "Mucuripe", abrindo portas para o cantor no Sudeste.
No ano seguinte, lançou seu primeiro álbum, Manera Fru Fru, Manera, que trouxe o clássico Canteiros, inspirado em Cecília Meireles.
Seguiram-se discos consagrados como Ave Noturna (1975) e Raimundo Fagner (1976), que misturaram poesia, sonoridades nordestinas e influências urbanas.
Ainda na década de 1970, o artista se tornou produtor da CBS, onde ajudou a revelar talentos como Zé Ramalho, Elba Ramalho e Amelinha.
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Fagner: sucesso consolidado e parcerias marcantes
Nos anos 1980, Fagner atingiu o auge da carreira com álbuns como Eternas Ondas (1980), Traduzir-se (1981) e Romance no Deserto (1987), que venderam milhões de cópias.
Foi nesse período que lançou hits como Deslizes, Asa Partida e Noturno, além de parcerias com artistas como Chico Buarque, Mercedes Sosa e Zé Ramalho.
O cantor também se aventurou no cinema e na televisão, assinando trilhas sonoras e participando da minissérie "A Rainha da Vida", da TV Manchete.
Da consagração à continuidade da obra de Raimundo Fagner
Durante as décadas seguintes, Fagner reafirmou seu talento ao revisitar estilos variados — do forró à bossa nova — em álbuns como Pedras que Cantam (1991), Demais (1993) e Caboclo Sonhador (1994).
Entre seus maiores sucessos estão Borbulhas de Amor, Espumas ao Vento e Pedras que Cantam, canções que se tornaram eternas na voz do artista. Com mais de 40 discos lançados, ele soma mais de 900 gravações registradas em sua trajetória.
Em 2000, fundou a Fundação Raimundo Fagner, sediada em Orós, que desenvolve projetos sociais e educacionais para crianças e adolescentes, recebendo prêmios como o Itaú/UNICEF e o Criança Esperança.
Fagner hoje: novas parcerias e turnês
Mesmo após mais de cinco décadas de carreira, Fagner segue ativo. Em 2020, lançou Serenata, disco que homenageia grandes nomes da Era do Rádio.
Depois vieram parcerias com Zé Ramalho, Elba Ramalho e Renato Teixeira, além do tributo Meu Parceiro Belchior, lançado em 2022.
Atualmente, o cantor se prepara para um grande show no Festival Estilo Brasil, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, no dia 24 de outubro, celebrando seu aniversário com o público.
Curiosidades sobre Raimundo Fagner
- Foi batizado em 27 de dezembro na Igreja do Carmo, no bairro Centro, em Fortaleza.
- Quando se mudou para o Rio de Janeiro, em 1972, hospedou-se na casa de Elis Regina — a primeira a gravar Mucuripe.
- Depois, morou com o cantor Ney Matogrosso.
- É meio árabe por parte do pai e descendente indígena pelo lado materno.
- Em 2007, revelou em entrevista já ter se relacionado com homens, mas disse não gostar de rótulos.
- É reconhecido como um dos artistas mais influentes do Ceará.
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