Após acidente grave, marido de Regina Casé escala Pedra da Gávea
Após 17 anos de luta, Estêvão Ciavatta supera grave acidente e realiza sonho de escalar a Pedra da Gávea, no Rio de Janeiro
17:32 | Out. 06, 2025
Dezessete anos depois de um grave acidente a cavalo que quase o deixou tetraplégico, o cineasta e artista Estêvão Ciavatta alcançou um marco simbólico da sua recuperação: subir novamente a Pedra da Gávea, no Rio de Janeiro.
A conquista foi tema de uma entrevista exibida neste domingo, 5, no Fantástico, da TV Globo, em que ele e a atriz Regina Casé relembraram a trajetória de superação e fé que transformou completamente suas vidas.
Leia Também| Toni Garrido muda letra de 'Girassol', sucesso da banda Cidade Negra
O acidente aconteceu quando o cavalo em que Estêvão montava deu pinotes e o arremessou ao chão, atingindo a nuca. Tetraplégico no impacto, ele manteve a lucidez e pediu ao caseiro que não o movesse até a chegada da ambulância — decisão crucial para evitar danos irreversíveis.
A cirurgia de emergência comandada pelo neurocirurgião Paulo Niemeyer salvou sua vida: “Se tivesse demorado 15 minutos a mais, eu teria morrido”, contou.
A recuperação, no entanto, foi lenta. Por seis meses, Estêvão só conseguia mover os ombros e as pernas, dependendo de ajuda até para se alimentar. Regina Casé, que definiu a si mesma como “solucionática resolutiva”, não se conformou com os diagnósticos pessimistas. “Não aceitar o ‘não’ de cara”, disse a atriz no Fantástico, foi o lema que a manteve firme ao lado do marido.
Filho Roque se tornou combustível emocional e terapia prática:
O nascimento de Roque, filho do casal, se tornou combustível emocional e terapia prática. “Eu tinha que poder segurar ele no colo, trocar a fralda dele, mesmo que a mão não funcionasse direito”, contou Estêvão.
Com uma rotina intensa de fisioterapia, ele fez da Pedra da Gávea sua grande meta: o pico que havia escalado mais de 40 vezes na juventude seria agora o símbolo da vitória sobre as limitações físicas.
A subida, feita no ritmo do “passo da cobra”, foi lenta, disciplinada e cheia de significado. Regina acompanhou à distância, da Pedra Bonita, emocionada e apreensiva. O filho, Roque, deixou a escola por um dia para estar ao lado do pai.
Leia Mais| Livro de cearense é finalista do Prêmio São Paulo de Literatura
Ao fim da jornada, Estêvão resumiu o aprendizado: “Eu sofria por não andar como os outros, mas percebi que a minha força está justamente na diferença”. Para o cineasta, a escalada marcou não apenas o topo da montanha, mas o encerramento de uma longa travessia de coragem e recomeço.