Martinho da Vila e Criolo participam de albúm póstumo do compositor Riachão
Riachão morreu aos 98 anos e seu legado deve ganhar álbum póstumo lançado no dia de 12 de dezembro
Conhecido mestre do samba, o cantor Riachão deve ganhar álbum póstumo com parcerias e 10 canções inéditas.
Intitulado de “Onde eu cheguei, está chegado”, o disco será lançado nesta quinta-feira, 12 de dezembro, em edição da Ori Records.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
O projeto do baiano inicialmente receberia o título “Se Deus quiser, eu vou chegar aos 100”, entretanto o artista morreu em 30 de março de 2020, assim não conseguiu concluir o trabalho.
A produção deve manter a voz do autor além de trazer feats com Martinho da Vila (na música Sonho do mar”), Criolo (em “Saudade”), com o guitarrista Beto Barreto (em “Sou da Bahia”, faixa que abre o disco) e com o neto do artista, Taian, convidado na faixa “Tintin”.
Além disso, as outras seis músicas que Riachão não conseguiu gravar, foram convidados intérpretes para as canções.
Destacando nomes como Teresa Cristina (“Uma vez na janela”), Pedro Miranda (“Sua vaidade vai ter fim”), Roberto Mendes (“Samba quente”) e Josyara (“Ô lua”).
Também se juntam Nega Duda e Clarindo Silva para a música “Homenagem a Claudete “ assim como Enio Bernardes, Fred Dantas e Juliana Ribeiro aparecem reunidos em “Morro do Garcia”.
No mesmo dia do lançamento, o projeto deve ganhar um site oficial com uma acervo de fotografias, reportagens, discos, fonogramas e documentos audiovisuais que apresentam a vida e obra do legado de Riachão.
Quem foi Riachão?
Nascido no bairro do Garcia, na capital baiana, em 14 de novembro de 1921, Clementino Rodrigues era o caçula de uma família de 16 filhos.
Aos 9 anos, o filho da lavadeira e do carroceiro gostava de fazer música batucando nas latas que usava para buscar água.
Riachão, que se tornou um dos mais importantes sambistas do país, compôs a primeira canção aos 12 anos. O inicio com improviso, o levou até um estúdio de gravação, no Rio de Janeiro, durante a “era de ouro do rádio”, nos anos 1950.
Um dos seus maiores sucessos "Cada Macaco no seu Galho", nasceu de um golpe que levou quando tentou montar um negócio no Garcia. Entretanto, a canção do músico foi lançada em 1972 nas vozes de Caetano Veloso e Gilberto Gil.
Riachão também é compositor de sambas como "Vá morar com o diabo", apresentado em disco com Caetano, mas se tornou popular no ano seguinte com a gravação feita pela cantora Cássia Eller (1962 – 2001) para o álbum e DVD ao vivo da série Acústico MTV.
Durante a carreira, o sambista fez participação no filme "Os Pastores da Noite", do francês Marcel Camus, baseado na obra homônima de Jorge Amado.
Apesar da fama, o sambista baiano gravou o primeiro CD aos 80 anos. "Se Deus quiser eu vou chegar aos 100", com repertório inédito e autoral, seria o primeiro disco de Riachão desde "Mundão de Ouro", lançado em 2013.
O artista morreu aos 98 anos em Salvador. Segundo a família, o sambista sentiu dores no abdômen e precisou de atendimento médico. Após ser medicado dormiu, mas pela manhã Riachão foi encontrado pelos familiares sem vida.