Após polêmica com Camila Queiroz, relembre desentendimentos de Walcyr Carrasco em bastidores de novelas

O novelista coleciona desavenças com atores e outros autores

Walcyr Carrasco, um dos principais autores da teledramaturgia do País, está no centro de duas controvérsias nesta semana. A primeira está ligada a um comentário de Taís Araújo no programa "Roda Viva", exibido na segunda-feira (15). A segunda, nesta quarta-feira (17), envolve a saída de Camila Queiroz da Globo, onde protagonizava "Verdades Secretas 2".

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Entenda as atuais desavenças e relembre outros desentendimentos do novelista:

  • Taís Araújo

Taís Araújo, primeira atriz negra a protagonizar uma novela da Globo, relembrou, em entrevista ao Roda Viva, que foi criticada pelo autor e pelo diretor Walter Avancini ao negar encenar uma cena sexo anal na novela "Xica da Silva" (1996), exibida pela Rede Manchete.

"Eu tinha 17 para 18 anos, no momento em que neguei fazer uma cena de sexo anal, [...] foram publicamente dizer que eu estava transformando a Xica da Silva numa Maria Chiquinha". O autor negou ter escrito a cena referida ao portal "NaTelinha" e recordou que escreveu Xica da Silva com o pseudônimo de Adamo Angel.

  • Camila Queiroz

A não renovação do contrato com Camila Queiroz, a Angel de "Verdades Secretas 2", foi noticiada nesta quarta-feira (17). De acordo com a Globo, a gravação precisou ser estendida por conta dos protocolos da pandemia e, para assinar um novo contrato, a atriz fez exigências "contratuais inaceitáveis".

Segundo Carla Bittencourt, colunista do Metrópoles, Walcyr Carrasco estava insatisfeito com o trabalho de Camila nos últimos tempos. Ela teria faltado nos últimos dias de gravação e queria um contrato de extensão da personagem. O autor teria dito para todas as pessoas presentes que não gostaria de ver Camila em mais nenhuma personagem de suas novelas: "Por mim, Camila Queiroz nunca mais pisa na Globo."

Nota publicada pela atriz afirma que os últimos acontecimentos "deixam claro que a empresa tentou puni-la" por ter tomado a decisão de readequar o seu formato de contrato em 2020. Ela negou que tenha faltado ao trabalho.

"Vale ressaltar que a atriz continua cumprindo todos os seus compromissos profissionais e jamais deixaria de concluir aquilo que foi combinado. Pelo contrário, mesmo com todas as adversidades a atriz nunca se recusou a gravar, e tentou de forma persistente contornar as adversidades junto a empresa de comum acordo, o que infelizmente não foi possível", diz trecho do texto.

  • Marina Ruy Barbosa

Antes dos episódios recentes, o desentendimento mais conhecido envolvendo Carrasco foi com Marina Ruy Barbosa, durante as gravações de "Amor à Vida" (2013). Na época, a atriz se negou a raspar o cabelo de Nicole, uma personagem que tinha câncer. Ele confessou que matou a personagem por conta disso.

"Quando ela aceitou o papel, ela tinha combinado que cortaria o cabelo. Tinha combinado verbalmente que cortaria quando aceitou o papel. Ela foi fazer o papel e a história [do corte] foi chegando. Ela não avisou com tanta antecedência que não ia cortar", disse o novelista para a jornalista Márcia Piovesan, da revista Caras. "Foram cinco dias e eu tinha que mudar toda a história. Entendeu? Se tivessem me preparado um mês antes, existe um time de peruca americana, que é uma peruca que parece que a pessoa está sem cabelo. Então, teria dado para encomendar esse material."

  • Elizabeth Savalla

Em "Chocolate com Pimenta" (2003), Elizabeth Savalla, que vivia a vilã Jezebel, desagradou o autor ao modificar as falas da personagem. Walcyr, então, a deixou muda na novela durante duas semanas. "Na novela, o problema, é que você imagina um personagem de um jeito e podem fazer de outro. O que é possível na novela é quando o ator trai muito (o roteiro) e você se vinga. Eu tive uma atriz bem famosa que inventava falas, e então coloquei um problema na garganta (na personagem dela) e ela ficou muda por duas semanas", contou ele há alguns anos em um evento literário.

  • Claudia Raia

Ainda sobre alterações no texto, o veterano acabou matando a personagem de Claudia Raia em "Sete Pecados" (2007). Ela também teria colocado vários improvisos no texto. Assim, ele "explodiu" a personagem antes do final da trama. Carrasco, entretanto, nega que tenha tido algum conflito.

"Já matei porque a trama não estava com aquela força, então eu realmente explodi a Claudia Raia uma vez, mas não por causa dela, é uma grande atriz e sim porque eu precisava incrementar a trama", contou, no "Altas Horas". "E já matei ator que não falava mais o texto direito, eu mato o ator", acrescentou.

  • Aguinaldo Silva

Outro desentendimento ocorreu com Aguinaldo Silva, em 2011. O autor foi acusado pelo colega de emissora de plagiar a trama de Griselda (Lilia Cabral), de "Fina Estampa", em "Morde & Assopra", por meio da personagem Dulce (Cássia Kiss). Ambas eram maltratadas e enganadas pelos próprios filhos. Carrasco culpou a direção da Globo por não perceber as coincidências entre os dois projetos e que só foi procurado pela emissora para resolver o problema duas semanas antes de estrear o folhetim das 19h.

"Tinha coincidências absurdas, eu juro que são coincidências da minha parte e da parte dele certamente também. O que aconteceu? Eu estreei antes. O Aguinaldo sabia que a Globo deveria ter visto as semelhanças. E aí antes, eu fui jantar com ele e falei: ‘Olha, tá acontecendo isso, temos semelhanças, o que podemos fazer em termos de encaminhamento pra ficarmos mais diferentes possível?'. E combinamos várias ações", contou, também em entrevista à Caras.

  • Elisa Berredo, co-autora de Êta Mundo Bom

Durante a exibição de "Êta Mundo Bom" (2016), Walcyr brigou com sua colega de trabalho e coautora do folhetim, Maria Elisa Berredo. Eles formaram dupla em "Verdades Secretas" (2015) e então repetiram a parceria, que chegou ao fim após desentendimentos. A Globo chegou a emitir uma nota afirmando que "divergências acontecem quando se trabalha em grupo."

Nos bastidores, se dizia que que a coautora estava dando pitacos demais na obra do autor e ele não teria gostado das intervenções. O nome de Berredo foi retirado dos créditos da novela. Com a saída dela, mudou também o time de colaboradores, saíram Claudia Tajes e Daniel Berlinsky e entraram Nelson Nadotti e Vinicius Vianna. Antes de fazer dupla com Walcyr, Maria Elisa coescreveu "Fina Estampa" com Aguinaldo Silva, que, como já foi dito, também tem problemas com Carrasco.

  • Acusações de plágio

Walcyr também teve problemas com outros autores por acusações de plágio, mas sempre foi absolvido na justiça. Uma delas partiu de Josete Cavalcanti Rodrigues, que afirmou que “Alma Gêmea” teria sido inspirada em "Pomba no Horizonte".

Sobre a mesma novela, Carlos de Andrade afirmou que o folhetim era uma cópia de seu livro Chuva de Novembro, publicado em 1997. Outra escritora, Shirley Costa, também enxergou “coincidências” entre a trama e seu livro Rosácea.

Outras tramas de Walcyr Carrasco já foram acusadas de plágio como O Outro Lado do Paraíso (2017-2018), Sete Pecados (2007-2008), Morde e Assopra (2011) e Amor à Vida (2013). O autor sempre negou todas as acusações.

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