Artista cearense Hélio Rôla expõe nas páginas do O POVO

A obra "Selfie" (2018) estampará o jornal impresso deste sábado, 15. Realizada pelo O POVO, a mostra "O nosso papel é arte" seguirá aos sábados, quinzenalmente, com criações de outros 13 artistas do Ceará em sobrecapas especiais

Hélio Rôla viajou para Belo Horizonte, nos idos da década de 1980, para trabalhar como professor visitante em uma universidade. Por lá, algo chamou sua atenção: as páginas policiais de um jornal. As fotografias, diz ele, “já estavam bem em excesso” à época. Munido de lápis e aquarela, passou a realizar interferências sobre o papel-jornal cotidianamente.

Ao retornar a Fortaleza, Hélio (que assina jornais até hoje) começou a fazer o mesmo com o O POVO. Provocado pelo conteúdo, interferia na concepção gráfica com sua arte. Depois, enviava de volta para a redação. Essa interação gerou a série “A Cor do Crime” e um diálogo fértil entre Hélio e O POVO. O artista, na década de 1990, colaborou no jornal com suas ilustrações.

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Agora, ele abre a mostra “O nosso papel é arte”, que apresenta ao longo dos próximos meses, quinzenalmente aos sábados, as obras de 14 artistas cearenses. Sua obra, “Selfie” (2018), estampa a sobrecapa especial do jornal impresso deste sábado, 14.

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Hélio Rôla é escultor, gravador, desenhista, ilustrador e pintor. Atravessa a medicina e a poesia. Talvez até faltem definições para o multiartista. Já cedo deu início ao ofício nas artes, tendo sido aluno da Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP) aos nove anos de idade. Ele passeia pelas diversas linguagens, dialogando com outros tantos meios. Isso porque “as mídias promovem encantamentos”, diz.

Hélio acredita que uma obra de arte pode ser uma pausa entre uma página e outra do jornal. E há muito da cena artística local para se propagar. Ele também enfatiza o significado das “coisas materiais” diante do contexto de tantas imagens em movimento pelas telas dos dispositivos digitais. Ao mesmo tempo, destaca como as mídias sociais podem alavancar a carreira dos artistas, abrindo espaço para as novas gerações.

Durante a entrevista, o artista lembrou que, para divulgar a obra, havia todo um processo. Após finalizar a criação, esperava-se um tempo. Depois, era preciso arranjar uma câmera fotográfica. Daí havia o deslocamento até o Centro da Cidade para a revelação. Mais um tempo para as cópias. Agora, diz que é possível tirar o celular do bolso, realizar uma fotografia ali mesmo e logo difundir nas redes sociais. “Há o benefício do imediatismo”, reflete.

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“Selfie” (2018)

A obra “Selfie” (2018) reflete justamente sobre a existência humana nestes tempos de muitas telas. Numa relação com Narciso — personagem da mitologia grega apaixonado pela própria imagem refletida —, a imagem faz com que o observador (o "selfista") reflita sobre si, diante de um conjunto de linhas, cores e expressões.

“O nosso papel é arte”

Na mostra “O nosso papel é arte”, as páginas do jornal adquirem o valor de artefato. O leitor poderá apreciar as criações artísticas, além de colecioná-las.

Para Renato Abê, jornalista e editor-chefe do núcleo de Cultura e Entretenimento do O POVO, o projeto aproxima, ainda mais, os artistas ao único grande jornal impresso do Ceará e único multistreaming da América Latina. A curadoria perpassa pela multiplicidade dessas artes, que têm diferentes técnicas e são de gerações distintas.

“O Vida&Arte, desde sua origem, há mais de 30 anos, vem se consolidando como essa casa da arte cearense, como um espaço de abertura para os artistas daqui. A ideia é sempre renovar esse contato, fazer com que a classe artística se veja no caderno… Que seja um espaço de reflexão, de tensionamentos, de construções e novas imagens sobre o nosso Estado”, comenta Renato.

Segundo Ana Naddaf, diretora-executiva de Jornalismo do Grupo de Comunicação O POVO, o jornal impresso tem o poder “corpóreo e tangígel”. Em meio à comemoração do primeiro aniversário da plataforma multistreaming de jornalismo, cultura e educação O POVO+, a mostra presenteia o leitor. As capas viram “verdadeiras obras de arte com o suporte papel”, diz.

A mostra também ganhará versão digital para os assinantes OP+. “O assinante pode colecionar e criar uma galeria pessoal com estas capas. E, no futuro, quem sabe, pensarmos em uma exposição reunindo todos estes artistas”, almeja Ana.

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