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Oficina de roteiro para pessoas trans está com inscrições abertas até sábado, 2

Curso gratuito ministrado pelas realizadoras Bárbara Cabeça e Noá Bonoba objetiva atuar na formação de pessoas trans para o mercado audiovisual e na redistribuição de acessos

Ação de reparação histórica, ampliação e redistribuição de acessos, a Oficina de Roteiro para Pessoas Trans, ministrada pelas realizadoras Bárbara Cabeça e Noá Bonoba, está com inscrições abertas até sábado, 2. Com foco introdutório em técnicas básicas de escrita de ficção narrativa, a formação - que é gratuita e virtual - acontecerá entre os dias 11 e 15 de janeiro de 2021. O projeto é fomentado com recursos da Lei Aldir Blanc por meio da Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza.

 
 
 
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Atuando em diferentes eixos como realização artística, curadoria e formação, Noá gravou recentemente um filme com equipe majoritariamente trans. A diretora e roteirista, que é travesti, ressalta a importância de oportunizar espaços e permanências para pessoas trans no mercado de trabalho das artes. “Em debates, quando essas questões surgem, as pessoas lançam a afirmativa que 'não existem' pessoas trans capacitadas para trabalhar em todas as funções. Nós provamos que ela não é verdadeira”, atesta.

Mestra em Artes pela Universidade Federal do Ceará e integrante da V Turma da Escola de Audiovisual da Vila das Artes, Noá aponta que no setor audiovisual o roteiro é “um produto que abre as portas para as realizações acontecerem” e, por isso, “a escrita é uma ferramenta muito importante para acessar os espaços de poder”.

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O foco das formadoras é dividir técnicas básicas da escrita de roteiros de ficção narrativa a partir de metodologias estruturantes da atuação. “Existe uma forma (de escrever) que é a mais pedida se você for tentar um edital de desenvolvimento de roteiro, até de produção, ou uma bolsa em um laboratório”, aponta Bárbara, formada em cinema pela UFC e roteirista participante do Laboratório de Cinema do Porto Iracema das Artes em 2019.

“A gente sabe que cursos de roteiro no País são caros e inacessíveis. Nosso maior objetivo é ampliar e redistribuir acessos que são muitas vezes voltados para pessoas que têm condições”, afirma Noá. Bárbara ressalta que a oficina tem a ficção narrativa como recorte e apresenta uma forma possível de criação entre tantas. “A ideia é propor uma oficina que mostre o método mais usado pelos laboratórios, mas também mostrar que não é a única forma de criar e que cada processo pede uma coisa”, afirma.

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“O que é uma sinopse, uma logline, um argumento? Qual a diferença de um argumento e uma escaleta? Para que servem? É entender as diferenças dos textos e também como você pode usá-los para desenvolver a sua história”, exemplifica Bárbara.

“Quando a gente faz um curso como esse, estamos reparando historicamente esses corpos e também fundando possibilidades de permanência das pessoas trans no mercado de trabalho de audiovisual”, resume Noá. Outra reflexão que desponta refere-se à tomada de autoria por parte de roteiristas trans.

“A gente tem um crescimento constante do interesse de narrativas que abordam a transgeneridade enquanto tema, mas percebo um engessamento da forma de narrar. Muitas vezes passa por um olhar que tem o limite cognitivo da cisgeneridade”, avalia a artista.

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O “complexo” debate, adianta Noá, será aprofundado em um segundo módulo da oficina, que contará com professoras e professores tratando de diferentes temas a partir do recorte de narrativas contra-hegemônicas.

“Reconheço um avanço em debates acerca de como o corpo trans vem sendo abordado e a conquista de ter pessoas trans interpretando as próprias histórias em filmes. É importante, mas a gente precisa que elas contem as próprias histórias também, inclusive podendo não querer tratar sobre esses assuntos, e escolham suas maneiras de narrar”, defende.

Oficina de Roteiro para Pessoas Trans, com Bárbara Cabeça e Noá Bonoba

Quando: 11 a 15 de janeiro, de 20 às 22 horas
Onde: plataforma virtual Google Meet
Gratuita.
Inscrições e mais informações: até sábado, 2 de janeiro, no link

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