Curta-metragem "Aqueles Dois" participa de festival virtual e está com exibição gratuita
O curta com direção de Emerson Maranhão participa do FestCurtas Funaj 2020, competição online que conta com produções de todo o País
O curta-metragem "Aqueles Dois", do diretor cearense Emerson Maranhão, participa do FestCurtas Funaj 2020, competição nacional que exibe online diversas produções independentes de todo o País. Foi o fechamento dos cinemas, em decorrência da pandemia de Covid-19, que fez acelerar a necessidade da Fundação Joaquim Nabuco, de Recife, a produzir um festival online. Nesta primeira edição, foram feitas 520 inscrições em todo o País. Destas, 44 produções estão dispostas para exibição no site da FestCurtas Funaj 2020 até o próximo dia 12, domingo.
As premiações acontecerão por apuração de votos do júri oficial e do júri popular. No votação oficial, a avaliação é feita pelos roteiristas, produtores e diretores Camilo Cavalcante e Bernardo Lessa, além da professora da UFPE e escritora Amanda Mansur. Na votação popular, será possível a qualquer espectador votar por meio de um formulário, disposto no site.
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Curta-metragem "Aqueles Dois" é o filme cearense selecionado para a Mostra Panorama Brasil
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Apenas um curta-metragem cearense está competindo. A produção "Aqueles Dois", do jornalista, diretor e roteirista Émerson Maranhão, narra a vida de dois homens trans e suas histórias que se cruzam numa jornada por aceitação e amor. A produção é de 2018 e já participou de mais de 40 festivais de cinema nacionais e internacionais, recebendo 17 prêmios em todo o mundo.
“Ver uma plateia em Madri ser tocada pelo filme é uma experiência inesquecível. Os retornos comovidos que venho recebendo ao longo desse um ano e meio de exibição é meu maior prêmio. E eles vêm de onde menos se espera, como Panamá, Chile, Eslováquia e tantos outros lugares”, afirma Émerson. O curta também foi exibido na Mostra Sesc de Cinema 2019, o que permitiu que fosse exibido em todo o Brasil.
A ideia do filme surgiu a partir de um especial de Natal realizado pelo O POVO, em 2015, em que o diretor fez parte da equipe: "O tema era Histórias de Recomeços e contava a história de cinco personagens que estavam em pleno processo de recomeçar suas vidas. O Kaio Lemos era um dos personagens, ele estava começando sua transição de gênero. Fiquei muito impressionado com sua história e, daí, veio a ideia de contá-la em um documentário. À época, há quase cinco anos, homens trans eram completamente invisibilizados. Ninguém ouvia falar a respeito.”
Kaio Lemos dividia apartamento com Caio José, em um condomínio no subúrbio de Fortaleza, mas, devido a desavenças, moravam então em cidades diferentes. “As diferenças foram muito acentuadas, em compensação, veio à tona que se tratavam de histórias espelhadas. E isso se tornou um dos pilares da narrativa. Para mim, é um dos grandes insights do filme”, afirma, explicando também o motivo do nome do filme: "Além de reforçar metaforicamente o espelhamento, é uma homenagem a um terceiro Caio, o escritor gaúcho Caio Fernando Abreu, de quem sou admirador há muito e que escreveu um conto com este mesmo nome".
O filme está disponível no site até este domingo, dia 12. Sobre a premiação, o diretor confessa: “Não trabalhamos com expectativas em relação a premiações. O FestCurtas está dando mais uma oportunidade para 'Aqueles Dois' alcançar um número maior de corações e mentes e isso, para nós, já é massa demais".