Participamos do

Chefs organizam ações solidárias para o período da quarentena

Chefs e voluntários organizam movimentos para doar quentinhas e alimentos para pessoas em situação de rua, comunidades e instituições. É o dom da culinária e
18:26 | Abr. 16, 2020
Autor O POVO
Foto do autor
O POVO Autor
Ver perfil do autor
Tipo Notícia

Em tempos de quarentena devido ao novo coronavírus, diversas correntes de solidariedade vêm surgindo para colaborar com o possível. Na gastronomia, chefs e outros profissionais da área de gastronomis têm se unido para contribuir com a alimentação de pessoas em situação de rua, instituições e comunidades. 

De refeições prontas a doação de alimentos e kits de higiene, as movimentações são iniciativa que, de forma segura, tentam amenizar os impactos sociais do isolamento. E mais do que receber doações, os projetos estimulam que qualquer pessoa, de sua casa, também consiga ajudar.

Um exemplo de corrente é a Gastronomia Solidária, movimento dos chefs Edilberto Costa, Élcio Nagano, Bruthus e Patrick Lima. Semanalmente, os cozinheiros produzem cerca de 200 quentinhas para distribuir em comunidades ou instituições. "São pratos simples. Semana passada foi galinhada. Essa semana será suíno braseado", explica Élcio, chef, professor, empresário e colunista de Gastronomia do O POVO.

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

Um diferencial da produção é que, por meio de seus perfis no Instagram, os chefs estão distribuindo ideias de receitas fáceis para que as pessoas possam fazer quentinhas em casa para também distribuir em outras comunidades.

"Muitos amigos da área nos pedem para participar juntos no local, mas as regras de distanciamento não permitem. Nós ensinamos a receita da semana pela nossa rede social e convidamos os nossos seguidores a fazerem o mesmo, na quantidade que puder, e doar. Na semana passada fizemos 200 quentinhas, e nossos amigos fizeram mais de 1.000", declara Élcio, ressaltando a importância da conscientização por meio do exemplo.

Já a empresária Mariana Marques, idealizadora da feira criativa Auê, é coordenadora do movimento "Auê do Amor", que arrecada alimentos e também cozinha refeições para distribuir para comunidades e instituições. "A ideia surgiu porque a feira, que acontece todo mês, sempre tem uma instituição beneficiada. Quando houve a proibição de aglomerações e a gente a cancelou, começamos a pensar em trabalhar para essas pessoas das instituições, que sabíamos que iam enfrentar dificuldades", explica Mariana.

Há cerca de três semanas de trabalho voluntário, a equipe, que conta com 25 pessoas, usa o espaço da Escola de Gastronomia Social Iven Dias Branco, cedido pelo Governo do Estado. Nesse tempo, já foram mais de 2.450 quentinhas preparadas pelos voluntários, guiados gastronomicamente pelos chefs Marina Araújo e João Lima. O projeto também vem arrecadando alimentos e artigos de higiene.

Mariana ressalta que qualquer pessoa pode ajudar doando dinheiro para uma conta de banco (disponível no serviço desta página). "Já servimos sopa de carne, frango, peixe... Essa semana tivemos baião de dois, farofa de ovo, salada de brócolis… O brócolis que usamos, inclusive, foi uma doação", destaca.

A meta semanal é sempre distribuir 500 sopas, 1.000 quentinhas e duas toneladas de alimentos. A chef Marina Araújo ressalta a importância do cuidado com as pessoas em tempos de crise como o do coronavírus. "É cuidar do próximo, daquele que sobrevive do trabalho de ambulante, por exemplo. A única coisa que importa para nós agora é matar a fome do máximo de pessoas que pudermos.".

Sua ideia é reiterada pelo chef Edilberto Costa, que reafirma que o compartilhamento das receitas pelas redes sociais é uma forma de continuar com essa "corrente solidária". "O isolamento criou ou aumentou necessidades primárias e o projeto veio exatamente para tentar despertar nas pessoas, por meio das nossas redes sociais, a vontade de ajudar o próximo. Nos juntamos e criamos vídeo aulas com receitas práticas e de baixo custo para que todos, além de aprender, possam fazer suas doações criando assim uma rede solidária".

 

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar