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Lançamentos da Editora Dummar são destaque neste penúltimo dia de Bienal

Lançamentos da editora Dummar, lotação em corredores e stands, além de encontro com a escritora mineira Conceição Evaristo marcam o penúltimo dia de Bienal no Centro de Eventos

Grande celebração em torno do livro no Ceará se encerra neste domingo, 25, no Centro de Eventos. O penúltimo dia, neste sábado, 24, contou com várias atividades simultâneas incluindo lançamentos da Editora Dummar. Dois deles foram lançados em um papo no Café Literário, mediado pela escritora cearense Juliana Diniz, “Histórias contadas pelo vento”, de Ana Miranda, e “Sobre os Felizes”, de Socorro Acioli.

Na publicação da romancista premiada, Ana Miranda, que é uma das curadoras da Bienal deste ano, a autora se faz cearense a partir do exercício da escrita. É um livro de crônicas que ela escreveu, a convite do jornal O POVO, durante quase dez anos. Nele ela inclui crônicas de memórias, suas e da cidade onde nasceu, no Ceará.

“Passei a minha infância aqui em Fortaleza, então durante dez anos eu pude mergulhar nessas memórias, que estavam guardadas”, conta. Muitas dessas memórias Ana teve que reconstruir e isso a levou também a fazer muitas pesquisas, logo “um envolvimento muito grande com a minha terra”, diz a escritora, que sentia falta de conhecer mais a cultura, os costumes, para além da literatura já conhecida em si, dos autores como Rachel de Queiroz. “Aqui tem uma cultura que é muito específica do Ceará. Muito nossa. E está sendo revalorizada”, acredita.

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A edição cearense da Bienal, considerada a terceira maior do País, segundo a integrante do grupo de curadores da mostra, é, para Ana Miranda, um grande encontro da cultura, como do saber e compartilhado. É de várias expressões não somente a literatura presentes, apesar de a grande celebração ser em torno do livro. “É um espaço de resistência cultural, de sonho, de celebração do livro, de encontro do livro com as pessoas e é muito bom para a autoestima do nosso Estado, dos cearenses”, dedica o evento a crianças e jovens.

Com o mesmo entusiasmo e autora de outro livro lançado pela Editora Dummar na Bienal, Socorro Acioli presenteia a literatura cearense com a publicação do “Sobre os Felizes”. Há quatro anos, Socorro escreve crônicas a convite da jornalista Cinthia Medeiros, editora do Vida&Arte, e esse livro é a reunião das 60 mais lidas e compartilhadas pelo público. “É uma novidade para mim porque não tinha escrito crônica e estou tendo esta relação com o leitor de jornal, que é muito especial. Sou jornalista, mas não sou de Redação, então voltar para o jornal físico dessa forma tem sido muito rico para mim”, avalia.

Socorro já ganhou o prêmio Jabuti, em 2013. O mundo das letras é a sua paixão. Não perde uma Bienal. Frequenta desde que era “feira dos livros”. “Venho todos os dias, por isso que estou até sem voz, mas muito contente. Para mim está sendo uma festa”, celebra.

Raymundo Netto lançou seu “Quando o amor é de graça”, pela Editora Dummar no Espaço Natércia Campos. Na obra, o autor reúne histórias de amor do período de uma década completa, todas publicadas entre 2007 e 2017, no O POVO. Nas 120 páginas da obra, o amor a que Raymundo se refere não é necessariamente romântico, "mas é sempre amor", ele diz. Fala do sentimento pelos pais, filhas, amigos, pessoas queridas que cruzaram seu caminho.

O título “Os Compadres Bichos”, de Horário Dídimo, entrou para a lista de lançamentos desta Bineal, in memorian ao poeta cearense falecido em 2018. O autor chegou a lançar uma publicação caseira, livreto, mas agora ganha edição inédita pela Editora Dummar. O arquivo da obra foi um achado de filho, Luciano Dídimo, também poeta, que cuidou da materialização da ideia do pai, com ilustrações de Daniel Dias. “É falando sobre os animais, que ele chama de Compadres Bichos. Compadre Hipopótamo, girafa, elefante... Há um poema para cada um deles, para compadres e comadres”, descreve Luciano sobre o título infantil, divertido, colorido e alegre.

Como filho e também poeta, Luciano encara a continuidade ao trabalho do pai como uma missão. “As obras são o que ele deixou de mais bonito, além do exemplo de vida”. O legado de Horácio Dídimo está eternizado na história da literatura do Ceará. O dia 23 de março (data de seu aniversário) foi instituído recentemente, em junho deste ano, por meio de lei de autoria do deputado Renato Roseno, como o Dia Estadual da Literatura Infantil. A memória de Horário Dídimo também permanece viva no Instituo Horário Dídimo de Arte, Cultura e Espiritualidade, fundado pela família do escritor.

A emoção da linguagem poética do cearense também toca Daniel Dias. O ilustrador do novo livro tem contato com as obras de Horário desde 2002. “Se você olhar a ilustração, ela conta um monte de coisa que às vezes está implícito no poema ou no texto. É outra leitura, mas também complementar, como acontece com o trabalho com o professor Horário. Ele nos dá um leque de possibilidades criativas. Costumava dizer que as minhas ilustrações eram poemas visuais”, lembra.

A descoberta da Bienal vai para todos os públicos. Yasmin Nogueira e Guilherme Souza, estudantes de 17 anos, foram neste sábado pela primeira vez ao evento. “É um acervo cultural imenso”, se surpreendeu a jovem. Yasmin veio em busca de um livro de filosofia enquanto Guilherme procura um livro de romance.

Em um dos estandes lotados, João Batista Mendes, 49, gestor empresarial, citou a falta de espaço como um lado negativo para a hora de lazer e cultura. “É a impressão que tenho hoje. A gente não consegue ver direito. A fila para o pagamento também é extensa. Se é para estimular, deveria ter estrutura para tal”, avalia.

Em outro espaço, um pouco mais tranquilo, em uma das laterais do pavilhão no Centro de Eventos, Thiciane Costa, de 22 anos, confeiteira, ressaltou o lugar como de convivência e inserção cultural para todas as idades. “É um dos maiores eventos de leitura”. O encontro com a mineira Conceição Evaristo foi um dos mais aguardados e disputados da noite. A Bienal segue até hoje, com programação aberta ao público.

As obras estão disponíveis na Casa Vida&Arte, espaço montado no térreo do Centro de Eventos do Ceará até o domingo, 25, quando encerra esta edição da Bienal.

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