New City hatchback precisa aplacar saudade do Fit
O modelo tem a árdua missão de substituir o consagrado Fit, ao tempo em que o New City precisa dar conta dos saudosos do Civic; modelo custa entre R$ 114.200 e R$ 122.600
O Fit cumpriu seu papel. Desde 2003 no Brasil ele vinha honrando a fama de carro eficiente, espaçoso e resistente. Tempos depois veio o WR-V. Mas agora mudou tudo. Saem ambos e, pelo menos por ora, o HRV também, e chegam o New City hatchback e o sedã New City, este com a tarefa de aplacar a falta que o Civic faz e o hatch precisa dar conta da ausência dos demais. Como diz a marca, nasce a família City no Brasil. Substituir é sempre difícil. O POVO fez um teste ultrarápido de um dia em Fortaleza com o hatch, depois de guiar o sedã no trecho São Paulo-Itu-São Paulo no final de 2021. Custa o seguinte: na versão EXL (R$ 114.200) e Touring (R$ 122.600).
Veja aqui o New City no teste feito em São Paulo
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Testamos o espaço no banco traseiro. Foi ok. Os bancos dianteiros têm encosto mais fino e correm em trilhos mais espaçados entre si. Ajudou a aumentar o espaço livre para os joelhos. Em um dia - e era sexta-feira - não deu tempo fazer supermercado. Mas o já conhecido Magic Seat, sistema de modularidade interna da Honda, com quatro modos de utilização (Utility, Long, Tall e Refresh), permite acomodar objetos de diferentes dimensões. No modo Utility, por exemplo, o espaço chega a 1.168 litros de volume, superando os 1.045 litros disponíveis no Fit na mesma condição. Lembrando que esta versatilidade era um dos trunfos do Fit.
A saída do HR-V, o líder de vendas da japonesa, a propósito, tem razões legais e mecânicas. O motor 1.8 está em desacordo com os novos parâmetros brasileiros para emissões.no dizer da fabricante, a família mira na elevação dos padrões de seus respectivos segmentos sob vários aspectos: dimensões (percepção de porte), espaço (para pessoas e bagagem), qualidade (de materiais e montagem), eficiência de consumo e desempenho (nova motorização), segurança (itens só vistos em segmentos superiores) e lista de equipamentos.
Há uma série de atributos no modelo capazes de gerar no comprador a sensação de plenitude. Isto inclui o painel de instrumentos digital, o botão de partida, ar-condicionado digital, a câmera de ré 360º, sensores de estacionamento traseiros e os bancos de couro. Ok, não tem o freio de estacionamento eletrônico, mas a soma gera. Não se pode exigir de um carro a existência de tudo o que há de melhor no mercado. Assim, o revestimento em black piano não é generalizado, há plásticos, mas há elegância.
Os New City e New City hatch são os primeiros modelos da marca produzidos no Brasil a embarcarem o Honda Sensing, pacote de equipamentos de segurança e assistência à condução (ver mais adiante). Uma preocupação no design foi oferecer a percepção de uma carroceria longa, larga e baixa, tanto no sedã como no hatchback. O design fez vincos definidos e deu destaque a faróis e lanternas. Usa LED. Em ambos os modelos, na versão Touring, os faróis são full LED, com luzes indicadoras de direção, fachos baixo e alto, DRL e faróis de neblina em LED. As demais versões contam com DRL de LED e bloco óptico principal com projetor. As lanternas são as mesmas em todas as versões, com LED nas luzes de posição e de freio.
As rodas são de liga leve, com aro de 16 polegadas, em todas as versões. Juntam acabamento frontal diamantado e pintura na cor preta. Os retrovisores antes eram fixados próximos à base da coluna A, agora estão mais recuados e fixados na porta. A mudança mirou no aumento do campo de visão. Em verdade, melhorou sim.
Versus o City anterior, o New City sedã é 53 milímetros mais largo e 94 mm mais comprido. Na buisca pelo discurso do low & wide (baixo e largo), tem altura total 8 milímetros menor. Com 4.549 milímetros, o New City sedã se apresenta como o maior do segmento em comprimento. Já o New City Hatchback, diz a Honda, tem a maior relação entre comprimento e largura dentre todos os hatchbacks compactos premium.
O que tem nele
- No New City Hatchback, todas as versões (EXL e Touring) trazem Magic Seat, botão de partida do motor, sistema de travamento e destravamento por aproximação da chave (Smart Entry), ar-condicionado digital e automático, central multimídia touchscreen de 8 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay sem-fio, câmera de ré multivisão, sensores de estacionamento traseiros, bancos revestidos em couro e painel digital TFT de 7 polegadas multiconfigurável. A versão Touring traz ainda sensores de estacionamento dianteiros.
- A garantia do New City é de 3 anos, sem limite de quilometragem.
- De acordo com o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), o New City sedã tem consumo na cidade de 9,2/13,1 km/l (etanol/gasolina) e, na estrada, de 10,5/15,2 km/l – respectivamente, o New City Hatchback registrou 9,1/13,3 e 10,5/14,8 km/l. Com tais números, ambos obtiveram classificação A no PBE, dentro de suas categorias.
Novo motor
O New City vem equipado com um motor novo. Todo em alumínio, o quatro-cilindros aspirado é 1.5 litro 16V DI DOHC i-VTEC. Traduzindo, com injeção direta de combustível e dois comandos de válvulas no cabeçote – um para as oito válvulas de escape e outro para as oito de admissão.
Na descrição feita pela Honda, o sistema i-VTEC, por exemplo, tem um came (ressalto) especial para priorizar a potência em rotações mais elevadas do motor. O formato destes quatro cames – cada um responsável por um cilindro – resulta na variação da amplitude e duração da abertura das válvulas de admissão.
Na prática, é como se fosse um comando dois-em-um: um com cames otimizados para consumo e outro para desempenho. A variação entre os cames que vão atuar efetivamente nas válvulas de admissão ocorre por meio de um sistema hidráulico, gerenciado eletronicamente e que considera não apenas a rotação do motor, mas diversos outros parâmetros, como carga sobre o acelerador e até a inclinação do carro.
O câmbio CVT recebeu mudanças. O CVT segue com simulação de sete marchas por meio de paddle shifts (borboletas) no volante. São duas novidades: o Step-shift e o EDDB (Early Down-shift During Braking). O primeiro atua sob condução esportiva. Com o acelerador pisado a fundo (kick-down), a central de gerenciamento eletrônico do CVT coordena as trocas nos pontos fixos das marchas, acentuando exatamente a sensação da mudança e, consequentemente, de esportividade.
Já o EDDB se apresenta em situações de descida. Ao notar que o motorista está pisando no freio para conter o ganho de velocidade por conta da inclinação, o CVT assume uma relação que resulta em maior aplicação de freio-motor. A ação do EDDB é automática e amplia a segurança sem afetar o consumo.
Como tem maior aplicação de aço de alta resistência, no sedã, ela é cerca de 4,3 kg mais leve do que a geração anterior e tem maior rigidez torcional, atingindo até 20,4% na parte frontal. Já o hatchback tem o índice de rigidez frontal 6% maior do que no sedã.
Segurança
O pacote de tecnologias de segurança e assistência ao motorista Honda Sensing, utilizando imagens captadas por uma câmera de visão ampla e de longa distância, na parte central e superior do para-brisa, tem cinco funções:
ACC – Controle de cruzeiro adaptativo – Auxilia o motorista a manter uma distância segura em relação ao veículo detectado à sua frente;
CMBS - Sistema de frenagem para mitigação de colisão – Aciona o freio ao detectar uma possível colisão frontal, com o objetivo de mitigar acidentes. Ele é capaz de detectar e identificar pedestres e veículos que estejam no mesmo sentido ou no oposto;
LKAS - Sistema de assistência de permanência em faixa - Detecta as faixas de rodagem e ajusta a direção com o objetivo de auxiliar o motorista a manter o veículo centralizado nas linhas de marcação;
RDM - Sistema para mitigação de evasão de pista - Detecta a saída da pista e ajusta a direção com o objetivo de evitar acidentes;
AHB - Ajuste automático de farol – Comutação noturna automática dos fachos baixo e alto dos faróis de acordo com a situação.
A paleta de cores é variada em ambos os modelos. No New City sedã são seis opções: Branco Tafetá (pintura sólida); Azul Cósmico, Prata Platinum e Cinza Barium (metálicas); e Branco Topázio e Preto Cristal (perolizadas). Exclusivamente na versão Touring, nas cores Branco Topázio, Cinza Barium e Azul Cósmico, o interior será de couro claro. Para as demais cores, o couro é preto.
O New City Hatchback chega com uma paleta ainda maior, com oito cores. Em relação ao sedã difere apenas pela oferta de mais duas cores perolizadas: Vermelho Mercúrio e a inédita Cinza Grafeno, que será aplicada pela primeira vez no Brasil. Para todas as cores, o interior será preto.
FICHA TÉCNICA
HONDA CITY HATCHBACK TOURING
Preço básico R$ 122.600
Motor: quatro cilindros em linha 1.5, 16V, injeção direta, duplo comando, continuamente variável (I-VTEC e VTC)
Cilindrada: 1497 cm3
Combustível: flex
Potência: 126 cv a 6.200 rpm (g/e)
Torque: 152 Nm (g) e 155 Nm a 4.600 rpm (e)
Câmbio: automático continuamente variável, modos S e M com sete marchas simuladas
Direção: elétrica
Suspensões: MacPherson (d) e eixo de torção (t)
Freios: disco ventilado (d) e tambor (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,341 m (c), 1,748 m (l), 1,498 m (a)
Entre-eixos: 2,600 m
Pneus: 185/55 R16
Porta-malas: 268 litros
Tanque: 39,5 litros
Peso: 1.180 kg
0-100 km/h: 10s1 (g)
Consumo cidade: 13,3 km/l (g) e 9,1 km/l (e)
Consumo estrada: 14,8 km/l (g) e 10,5 km/l (e)
Emissão de CO2: 95 g/km
Com etanol = 0 g/km
Consumo nota: A
Nota do Inmetro: B
Classificação na categoria: A (médio)