O POVO testou o Peugeot-208 Griffe
Um dos carros mais belos do mercado, o Peugeot-208 esbanja estética, traz duas telas, detalhes sofisticados, mas fica a dever motor mais valente. De todo modo, esperar pela mudança talvez não valha a pena
É um dos carros mais charmosos do mercado, por dentro e por fora. Difícil superar o design. A começar pelo volante meio quadradinho, a cara da Peugeot. Por duas vezes, O POVO testou o Peugeot- 208 na sua versão topo de linha, a Griffe. Ver o modelo como um competidor no mesmo grid de Chevrolet Onix e Hyundai HB20 talvez seja um tanto forçoso. Os números mostram isso, ainda que a distância nos preços seja menor hoje. Mas ele não se intimida.
Por R$ 103.990, ele pode ser levado para casa. Na opção de entrada, por R$ 78.990. A iluminação diurna em LED é bonita. Na frente, o formato dos farois de dente de sabre impressiona. Na traseira, a larga faixa de black piano separando os farois, reforça o charme.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
O Azul Quasar do modelo foi um plus, ante um mundo de carros pretos, prata ou brancos. Ele chamou a atenção onde foi estacionado ou mesmo onde circulou. As versões Like Pack e Active Pack foram descontinuadas, restando os acabamentos Like, Active, Allure e Griffe, o nosso do teste.
A cabine tem um padrão acima da média. Há revestimento texturizado no painel e em parte das portas (em parte). Existe black piano percorrendo a frente. Os desenhadores optaram por um desenho bem minimalista. Isto explica os botões lado a lado abaixo das saídas de ar. Há quem veja teclas de piano.
São duas telas. Tem uma de 7” na central multimídia. O segundo display é no painel de instrumentos Nesta, o efeito 3D criado por duas telas TFT, sobrepostas, gera um efeito agradável. Coisa de carro de luxo. Os bancos em couro sintético são confortáveis e asseguram elegância.
No uso urbano, o 208 é um carro gostoso de dirigir. É silencioso e não frustra no dia a dia. Já na estrada - e nós o levamos até o Icaraizinho de Amontada - a cerca de 200 km de Fortaleza ou três horas - não é, por assim dizer, exuberante. É bom senti-lo bem antes de tentar uma ultrapassagem.
Estamos falando de um motor 1.6 aspirado de quatro cilindros. São 118 cv a 5.750 rpm e 15,4 kgfm de torque máxima a 4.000 rpm. O motor fica mesmo a dever. São 12 segundos para ir de 0 a 100 km/h. O Onix usa um 1.0 turbo e chega lá com 10,9 s.
Econômico tampouco. Os cerca de 8 km/litro na cidade e 12 km/litro na estrada não são um case. De todo modo, falam em mudança pela Stellantis. Fica então a questão: esperar ou não? Decerto, ao trocar o motor, a fabricante vai cobrar por isso. Portanto, será o caso de medir custo e benefício.
O motorista do teste tem 1,73 m. E sentiu-se na medida. Um piloto de 1,90m talvez se incomode. O mesmo vale para o banco traseiro.
ANOTAÇÕES
- O Peugeot 208 vem importado da Argentina.
- O carregamento de smartphone é por indução
- A roda 16 é diamantada
- O acesso e partida é sem chave e o volante é em couro.
- Há sensores de chuva e crepuscular, faróis full-LED, retrovisor preto brilhante, aerofólio preto brilhantes, câmera 180°, alerta de saída de faixa, frenagem de emergência automática, alerta de colisão e detector de fadiga.
- Oferece assistência de farol alto, reconhecimento de placas de velocidade e sensor de estacionamento traseiro.
- Tem teto solar panorâmico (no Ceará, melhor usar à noite)
- O ar condicionado é digital e possui câmera de ré.
- A grade vem com detalhes cromados, possui 4 airbags, controlador e regulador de velocidade, vidros e travas elétricas
- Tem duas tomadas USB dianteiras e controles de som no volante
Crescimento à francesa
A Peugeot foi a marca que mais cresceu em 2021. De janeiro a dezembro do ano passado, o crescimento em relação a 2020 foi de 126% - ao emplacar o maior volume desde 2014. Já o mercado nacional cresceu apenas 1,7% no mesmo período.
Em 2021 foram vendidas 29.531 unidades da marca, atingindo participação de 1,5% do mercado. No ano anterior, essa fatia era 0,7%. O melhor desempenho em vendas veio no último trimestre, quando a marca chegou a atingir 2,0% de participação.
"Um desempenho extraordinário alcançado, sobretudo, pelos negócios envolvendo o modelo 208, que cresceu 270% na comparação a 2020'', disse em nota André Montalvão, head Comercial da marca.
Sobre o Novo 208, o modelo teve vendidas 16.321 unidades em 2021, representando 9,6% de participação de mercado dentro do segmento "Upper B Hatch".
Stellantis conquista 32% de participação de mercado no Brasil em 2021
Prestes a completar um ano de operações, a Stellantis - junção da Fiat-Chrysler e do Grupo PSA - é considerada a maior empresa do setor automotivo na América do Sul e a Fiat é a marca mais vendida na região. A empresa liderou o mercado sul-americano em 2021, com 811,6 mil veículos vendidos, o equivalente a 22,9% de participação de mercado.
A Stellantis emplacou 55,3 mil unidades no mês, o equivalente a 28,4% de participação de mercado. A marca Fiat foi a mais vendida no mês, com 35,5 mil unidades emplacadas e 18,2% de participação. No ranking geral, a marca Jeep ficou na sétima posição, com 13,2 mil emplacamentos e 6,8% do mercado. Peugeot e Citroën registraram 3,5 mil e 3,1 mil unidades vendidas, respectivamente, respondendo por 1,8% e 1,6% do mercado em dezembro.
Peugeot e-208 GT lançado em setembro de 2021 por R$ 244.990
O Peugeot e-208 GT 2022 é um marco para a montadora no Brasil. O modelo é o primeiro rumo à eletrificação no País. O hatch compacto 100% elétrico começou a ser comercializado por R$ 244.990.
A propósito, veio importado da Europa e é posicionado na mesma faixa do Nissan Leaf (R$ 279.990), Fiat 500e (R$ 239.990) e Mini Cooper SE (R$ 239.990).