'Alô, é o golpe da falsa central?' Conheça fraude e medidas de proteção

No golpe, um falso atendente de banco entra em contato com o cliente e alega atividades suspeitas. Saiba como reagir e outras formas de se proteger

É uma ligação telefônica. Você atende, mas é cumprimentado por uma música de fundo. Depois, um homem se apresenta como representante da instituição e começa a usar uma série de palavras — “segurança”, “procedimento”, “código”... Só pode ser verdade, não é?

Foi essa a experiência relatada por Y.S., de 28 anos, vítima de uma fraude que atinge clientes de bancos digitais: o golpe da falsa central. Na abordagem, o golpista afirma fazer parte da Central de Segurança e informa à vítima a necessidade de receber seus dados pessoais e código de segurança, em uma suposta situação de emergência.

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De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), 70% das tentativas de golpes têm origem na engenharia social, e não estão relacionadas a brechas no sistema tecnológico dos bancos.

“O que me mais me fez acreditar que fosse verdade foi ter recebido dinheiro dos golpistas, para fazer acreditar que eram do banco”, explica Y.S., que descreve o responsável pela ligação como um homem de “sotaque sulista”.

“Quando desconfiei de que podia ser um golpe, por causa dos códigos Pix, disse: ‘isso aqui está estranho’. O golpista respondeu: ‘Aqui, então use esse outro código’”, completa

Mas como evitar o golpe da falsa central e proteger a segurança de seus dados bancários?

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Golpe da falsa central: o que preciso saber?

“Nos últimos tempos, a procura da população pelos bancos digitais tem aumentado por conta da sua facilidade de uso, de manuseio e até pela facilidade de abertura de conta”, inicia Andressa Farias, DPO (Data Protection Officer) da Golden Cloud Technology.

“Entretanto, é muito importante ressaltar que, embora seja um banco digital e traga essa facilidade, há processos de verificação de identidade”, completa. Entre eles, inclui-se o envio de selfies com o documento de identificação, além de ‘cliques’ do rosto, virado para o lado direito ou esquerdo.

Nenhum desses recursos, solicitados pelo banco para cadastro, chegam por meio de links, WhatsApp, ligação ou SMS. Eles estão disponíveis apenas nos canais oficiais de comunicação da instituição bancária.

Golpe da falsa central: táticas usadas pelos golpistas

Nos golpes da falsa central, é comum que os fraudadores façam uso de uma técnica de manipulação, conhecida como engenharia social. O processo busca influenciar a partilha de informações pessoais e pode explorar tanto vulnerabilidades humanas, quanto técnicas.

“Acho que morar sozinho e estar na situação sozinho me fez cair mais fácil no golpe”, reflete Y.S., citado no início da matéria. Em sua recomendação, a dica é desconfiar de qualquer ligação supostamente feita pelo banco — “conte pra alguém, ouça junto”.

Os cibercriminosos utilizam a faceta de uma marca ou pessoa confiável para realizar os seus golpes, o que, de acordo com informe da empresa de tecnologia da informação IBM, também inclui a indução de medo ou senso de urgência.

“Ele (o golpista) usou muito as palavras ‘segurança’, ‘procedimento’, ‘titularidade’, ‘código’”, revela Y.S. ao O POVO sobre os termos-chave apresentados na conversação.

Golpe da falsa central: dicas de proteção

Em casos relacionados ao golpe da falsa central, o segredo é ficar atento e sempre desconfiar ao receber links por SMS ou WhatsApp que solicitem informações de acesso à conta. Pediu o seu nome, CPF, foto ou senha de acesso? É hora de olhar duas vezes!

“Essa ligação sempre vem acompanhada da informação de que houve uma situação indevida, uma compra com valor muito elevado, uma tentativa de invasão”, elenca a especialista Andressa Farias.

Alguém entrou em contato de forma parecida com a citada acima? Desligue imediatamente, sem clicar em links ou fornecer dados, e entre em contato com o banco digital pelos canais oficiais de comunicação para relatar o que aconteceu.

“Já existem bancos digitais que estão lançando em seus sites e em seus canais notas oficiais e informativas a respeito desse golpe”, destaca Farias.

Golpe da falsa central: fui vítima da fraude. E agora?

“Nesse caso, o fator tempo é muito importante”, ressalta Andressa Farias. “Para isso, os bancos digitais têm disponibilizado os canais que já existem, que são as centrais de atendimento, os canais oficiais de comunicação do banco”.

“Muitas vezes, no próprio aplicativo, existe ali o botão do chat, por onde você pode entrar em contato e relatar a situação que aconteceu. Inclusive, alguns bancos digitais disponibilizam a possibilidade do atendimento ser realizado em Libras”, completa.

No caso de Y.S., a solução foi se dirigir à delegacia para o registro do Boletim de Ocorrência (B.O.), além de entrar em contato com a agência bancária.

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